Com o HSBC, Bradesco encosta no Itaú
O valor pago pelas operações do banco britânico no Brasil foi de R$ 17,6 bilhões; é o mais importante negócio na área financeira desde a fusão Itaú Unibanco
O valor pago pelas operações do banco britânico no Brasil foi de R$ 17,6 bilhões; é o mais importante negócio na área financeira desde a fusão Itaú Unibanco
Luiz Gustavo Pacete
3 de agosto de 2015 - 4h15
O Bradesco oficializou, na madrugada desta segunda-feira 3, a compra da operação brasileira de varejo do HSBC por US$ 5,1 bilhões, algo em torno de R$ 17,6 bilhões. Valor acima do previsto pelo mercado, que estimava entre R$ 10 e R$ 12 bilhões. O negócio é o mais importante na área financeira do País após a fusão entre Itaú e Unibanco, em 2008.
Com a aquisição, o Bradesco enconsta no Itaú na liderança de mercado. Em número de agências, por exemplo, o Bradesco fica na segunda posição, atrás do Banco do Brasil, com 23.125 unidades. No número de correntistas, o Bradesco também assume a vice-liderança, com um total de 134,8 milhões de clientes. Em ativos totais, porém, o Itaú permanece na liderança com R$ 7,471 bilhões, atrás do BB.
O ativo de maior valor para o Bradesco são os clientes de alta renda do HSBC, até então, na sexta posição como maior instituição financeira do País com 10 milhões de clientes, 853 agências e receitas de R$ 10,6 bilhões."Com a aquisição, o Bradesco assumirá todas as operações do HSBC no Brasil, incluindo varejo, seguros e administração de ativos, bem como de todas as agências e clientes", informou o Bradesco em fato relevante. O HSBC continua no Brasil atendendo clientes corporativos.
"A aquisição possibilitará ganho de escala e otimização de plataformas, com aumento da cobertura nacional, consolidando a liderança em número de agências em vários Estados, além de reforçar sua presença no segmento de alta renda", diz o Bradesco.
O negócio foi anunciado dois meses após o HSBC ter confirmado sua saída do País na área de varejo. A justificativa para deixar o Brasil é a concorrência. Para ser um dos três maiores bancos no mercado nacional, o HSBC precisaria multiplicar em seis vezes seus ativos, avaliados em US$ 4,4 bilhões. "Planejamos manter presença no Brasil para atender grandes clientes corporativos", diz o comunicado. O plano de reestruturação do banco prevê cortes de US$ 4,5 bilhões nos próximos dois anos.
A disputa pelo HSBC ficou entre Santander, Itaú e Bradesco. No mundo, o HSBC é o terceiro maior banco em ativos e, em 2012, foi a marca financeira mais valiosa do planeta segundo o ranking Brand Finance. Atualmente, está na 23º posição. Chegou ao Brasil em 1997, quando assumiu as atividades do banco Bamerindus. Desde o final do ano passado, o banco vive uma crise de imagem no mundo por ter intermediado transações financeiras suspeitas em paraísos fiscais, inclusive de brasileiros, no caso que ficou conhecido como Swissleaks.
O HSBC figura entre os maiores anunciantes globais. No Brasil, ocupa a 200º posição na edição anual Agências & Anunciantes, de Meio & Mensagem, que detalha valores dos 300 maiores anunciantes do País. O banco investiu R$ 22 milhões em compra de mídia no ano de 2014, queda de 16% em relação a 2013.
O novo posicionamento do Bradesco
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