Bárbara Sacchitiello
20 de março de 2025 - 10h18

Mounjaro começa a ser vendido no Brasil em junho, ampliando a concorrência da Novo Nordisk, dona de Ozempic e Wegovy (Crédito: Shutterstock)
A companhia farmacêutica Eli Lilly anunciou nessa quarta-feira, 19, que o Mounjaro, remédio injetável e indicado para o tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade já tem data para ser comercializado no Brasil.
A caneta, que tem como principal concorrente o Ozempic, da Novo Nordisk, começará a ser vendido nas farmácias do País a partir de 7 de junho.
A utilização do medicamento no Brasil já havia sido aprovada pela Anvisa em 2023, para o tratamento de diabetes. Ainda não há, no País, uma avaliação ou recomendação direta do uso do Mounjaro para obesidade. Porém, nos Estados Unidos, a marca da Eli Lilly já vem sido recomendada e amplamente utilizada para tratamento de obesidade.
De acordo com informações da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), reproduzida por alguns veículos de imprensa, o preço máximo do Mounjaro nas farmácias pode variar de R$ 1.536,06 a R$ 4.067,81, de acordo com a dosagem e posologia recomendada. Esses preços, no entanto, podem sofrer alterações.
A guerra das canetas emagrecedoras
O mercado de medicamentos utilizados para tratar a diabetes ou sobrepeso tende a se tornar mais acirrado globalmente, e também no Brasil.
Em 2026, está previsto o fim da patente da semaglutida, componente principal do Ozempic, para a Novo Nordisk. Até então, a farmacêutica, que foi responsável pelo desenvolvimento do componente que, além de controle de diabetes, teve como efeito colateral o auxílio na perda peso, era a única a poder utilizar a semaglutida.
A Eli Lilly, fabricante do Mounjaro, utiliza a tirzepatida como componente principal, cujos estudos apontaram ter efeito igual e até mesmo superior ao da semaglutida para os tratamentos de obesidade.
A queda da patente da semaglutida, portanto, permitirá que outras farmacêuticas desenvolvam versões próprias da caneta a partir de 2026, o que tende a ampliar a concorrência no segmento e, também, baratear o valor de compra aos consumidores.
Uma das empresas que está à espera da queda da patente e sinalizou o interesse em fabricar sua própria versão da caneta é a brasileira Cimed.
Em entrevista ao Meio & Mensagem no mês passado, quando a companhia promoveu sua conferência anual, João Adib, CEO da Cimed, declarou que está nos planos da companhia o lançamento de sua versão do medicamento.
“A corrida da caneta não é só da Cimed, é de todas as farmas. Aproveitamos todo o nosso branding e pensamos por que não lançar a caneta amarela?”, explicou, sem dar detalhes sobre o projeto. Adib disse, ainda, que a indústria farmacêutica brasileira depende da quebra de patentes para poder desenvolver seus produtos.