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Coronavírus afeta principais companhias aéreas brasileiras

Azul adiou lançamento de rota para Nova York quando viu valor de mercado cair mais de 30% na quinta-feira, 12; Gol e Latam também registram quedas


13 de março de 2020 - 17h46

Companhias aéreas remarcam voos e adiam lançamentos em meio à crise do novo coronavírus (Crédito: Reprodução/Azul)

O efeito do novo coronavírus está presente nas mais diversas áreas da economia. Uma das que mais sofreu, entretanto, foi a das companhias aéreas, mais especificamente, as brasileiras. Primeiro, com o abalo do turismo mundial. Depois, com a decisão do presidente estadunidense Donald Trump de cancelar as viagens vindas do continente europeu aos Estados Unidos.

A relação pode parecer paradoxal, já que as empresas atuam majoritariamente em território nacional. Entretanto, o segmento já vinha de uma época difícil, com relatórios consecutivos apontando operações deficitárias.

Ao fechamento do pregão de quinta-feira, 12, na bolsa de valores de São Paulo, todas as companhias aéreas registraram fortes quedas. A Azul perdeu mais de 30% de seu valor e a Gol, também. As ações da Latam, negociadas na Bolsa de Nova York, chegaram a cair cerca de 20% no período.

Para a Azul, entretanto, a situação é ainda mais complicada. A empresa iniciaria sua rota para Nova York, nos Estados Unidos, em junho. Na quinta-feira, 12, anunciou que deixaria a novidade para setembro.

Analistas ouvidos pela agência Reuters apontam que o impacto nas companhias brasileiras foi mais forte do que em suas colegas estrangeiras por conta da incerteza sobre o bom desempenho do setor financeiro brasileiro. Além disso, o segmento das aéreas é historicamente volátil. Esses fatores combinados fazem com que investidores concentrem recursos em mercados mais seguros, mesmo que sejam esses os mais afetados pelo novo coronavírus.

O mercado brasileiro registrou aumento de 0,76% em voos domésticos em 2019 em relação ao ano anterior. O desempenho foi o menor ritmo de expansão desde 2016, quando o indicador registrou queda de 5,67%. A demanda por voos internacionais, por sua vez, ficou praticamente estável, com variação positiva de 0,02%. Ao todo, foram transportados 95,3 milhões de passageiros no País, alta de 1,74% sobre 2018. Somando os passageiros transportados em voos internacionais, o total de viajantes na aviação brasileira chegou a 104,4 milhões de pessoas, aumento de 1,36%. Os dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) englobam as operações da Gol, Latam, Map, Twoflex e Voepass, além da Avianca Brasil (até abril) e números agregados das demais empresas brasileiras.

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