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Coronavírus leva ao cancelamento do MWC

Depois da desistência de mais de 20 marcas, organização decide anular evento que aconteceria em Barcelona entre os dias 24 e 27 de fevereiro


12 de fevereiro de 2020 - 14h56

Atualizado às 16:05

Nos últimos dias, gigantes de tecnologia e telecomunicações como Amazon, AT&T, Cisco, Ericsson, Facebook, Intel, LG, Nokia, Nvidia, Sony, Vodafone e ZTE optaram por não participar mais do Mobile World Congress (MWC), em decorrência dos riscos de disseminação do coronavírus. Nesta quarta-feira, 12, a GSMA, associação que, além de responder pelo MWC, representa os interesses das operadoras móveis em todo o mundo, anunciou o cancelamento do evento, que iria acontecer de 24 a 27 de fevereiro em Barcelona (Espanha). 

É a primeira vez na história do Mobile World Congress, de Barcelona, que os organizadores cancelaram o evento, que atrai mais de 100 mil participantes de todo o mundo a fim de conferir as últimas inovações do setor de telecomunicações. “A preocupação global com o surto de coronavírus, as preocupações com viagens e outras circunstâncias tornaram impossível a continuidade do MWC”, disse John Hoffman, diretor executivo da GSMA, em comunicado à Bloomberg. O prejuízo será de US$ 541 milhões, com reflexos sobre 14 mil empregos.

A decisão foi tomada após uma reunião que durou quase seis horas e na qual participaram os 26 representantes das principais operadoras de telecomunicações de todo o mundo — Telefónica, Deutsche Telekom, Vodafone, Orange, AT&T, Verizon, América Móvil, China Mobile, China Telecom e China Unicom –, que compõem o órgão de governança da GSMA.

Em comunicado oficial, a GSMA afirmou: “Desde a primeira edição do Mobile World Congress em Barcelona, ​​em 2006, a GSMA reuniu a indústria, governos, ministros, formuladores de políticas, operadores e líderes da indústria em todo o ecossistema. Com o devido respeito ao ambiente seguro e saudável de Barcelona e do país anfitrião, hoje, a GSMA cancelou o MWC Barcelona 2020, porque a preocupação global com o surto de coronavírus, a preocupação com viagens e outras circunstâncias impossibilita a realização do evento”. O comunicado, ainda, diz que a associação e a cidade anfitriã continuarão trabalhando em uníssono, com o objetivo de apoiar, mutuamente, o MWC Barcelona 2021 e suas edições futuras.

 

O MWC, que acontece em Barcelona de 24 a 27 de fevereiro, deverá gerar um volume previsto, neste ano, de US$ 541 milhões (crédito: Sérgio Damasceno)

Confira as marcas que alteraram suas participações no Mobile World Congress, até a publicação desta matéria:

Amazon
Ao site TechCrunch, a Amazon disse que “devido ao surto e preocupações contínuas sobre o novo coronavírus, deixará de expor e participar do Mobile World Congress 2020”.

Amdocs
A fornecedora de software e serviços para empresas de comunicação e mídia Amdocs anunciou, em nota, que, ao priorizar a saúde e a segurança de seus funcionários, clientes e parceiros, não participará do Mobile World Congress deste ano. “Embora gostemos das medidas de precaução adotadas pela GSMA, acreditamos que a opção mais segura não é participar do MWC 2020, em Barcelona “, disse Shuky Sheffer, presidente e diretor executivo da empresa.

AT&T
A operadora norte-americana AT&T anunciou para o portal CNET que, por conta do coronavírus, a decisão mais responsável é retirar-se do Mobile World Congress, a fim de salvar funcionários e clientes.

Cisco
Em seu perfil oficial no Twitter, a Cisco, focada em soluções para redes e comunicações, comunicou sua saída do Mobile World Congress. “Tomamos a difícil decisão de deixar de participar do MWC devido a preocupações com o atual surto de coronavírus. Para aqueles que estão sendo diretamente afetados por essa situação, mandamos orações”, afirmou.

CommScope
A fim de garantir a segurança e bem-estar de seus funcionários, a CommScope, empresa provedora de infraestrutura de rede, cancelou sua presença física no MWC, que acontecerá em Barcelona. “Essa não é uma decisão que tomamos de ânimo leve e, embora a probabilidade de contrair o vírus seja baixa, não arriscaremos a saúde de nossos funcionários, nem os negócios, caso uma quarentena fosse solicitada”, disse, em comunicado à imprensa. A equipe da marca está explorando a possibilidade de realizar feiras virtuais e reuniões para mostrar o seu novo portfólio. 

Ericsson
A Ericcson afirmou, em comunicado à imprensa, que “reconhece que a a GSMA está fazendo tudo que pode para controlar o risco de contaminação no MWC. No entanto, como um dos maiores expositores, a Ericsson recebe milhares de visitantes, todos os dias, em seu stand e, mesmo que o risco seja baixo, a empresa não consegue garantir a saúde e a segurança de seus funcionários e visitantes”.

Facebook
Em comunicado, o Facebook disse que “os funcionários da empresa não comparecerão ao Mobile World Congress deste ano devido aos riscos crescentes à saúde pública relacionados ao coronavírus”. O Facebook afirmou que continuará colaborando com a GSMA e seus parceiros.

Huawei
A Huawei está entre as empresas que tentam se proteger. Os funcionários da empresa, que participarão do Mobile World Congress e que são da China, ficarão em quarentena, fora do território chinês, por, pelo menos, 14 dias antes do evento. “Espera-se que mais de 12 mil pessoas na Europa e aquelas que não estiveram na China ou tenham tido contato com outras tenham um papel muito mais proeminente em todos os eventos do MWC”, disse um porta-voz da marca, para reportagem da Wired.

Intel
A Intel não integrará mais o MWC, que acontece este ano em Barcelona. “A segurança e o bem-estar de todos os nossos funcionários e parceiros é a nossa principal prioridade. Somos gratos à GSMA por sua compreensão e esperamos participar e apoiar futuros eventos do Mobile World Congres”, afirmou a empresa de tecnologia, em nota.

LG
A LG, em comunicado oficial, afirmou estar monitorando de perto a situação relacionada ao novo surto de coronavírus. “A fim de garantir a segurança de seus funcionários, parceiros e clientes, a LG decidiu deixar de expor e participar do MWC 2020. Essa decisão elimina o risco de expor centenas de funcionários da LG por realizarem viagens internacionais, que já se tornaram mais restritivas à medida que o vírus continua se espalhando pelas fronteiras”. Em vez de participação do evento, em Barcelona, a marca realizará um evento separado, em um futuro próximo, para anunciar seus produtos móveis deste ano.

MediaTek
Responsável por desenvolver processadores para equipamentos eletrônicos, a MediaTek, após uma avaliação cuidadosa, decidiu não participar mais do MWC. Porém, em nota, afirmou que está considerando outras maneiras de compartilhar sua tecnologia 5G e todas as inovações relacionadas.

Nokia
A Nokia decidiu retirar-se do MWC 2020 após avaliar os riscos atrelados ao coronavírus. Em comunicado à imprensa, a marca agradeceu a GSMA, bem como os governos da China e da Espanha. “Embora a saúde e a segurança de nossos funcionários sejam nossa prioridade absoluta, também reconhecemos que temos responsabilidade com o setor e nossos clientes”, afirmou. A Nokia fará uma série de eventos, sob o nome Nokia Live, com o objetivo de mostrar os seus lançamentos até então agendados para o Mobile World Congress.

NTT DoCoMo
A NTT DoCoMo, empresa de telefonia celular do Japão, decidiu cancelar sua participação no MWC, de Barcelona. “Estamos comprometidos com a segurança de clientes, empresas parceiras e funcionários diariamente. Atualmente, o impacto do novo coronavírus está se expandindo”, anunciou, em comunicado oficial à imprensa.

Nvidia
Para justificar sua saída do MWC deste ano, a multinacional de tecnologia Nvidia, em nota, disse que “dados os riscos à saúde pública em torno do coronavírus, garantir a segurança de nossos colegas, parceiros e clientes é a nossa maior preocupação”.

Rakuten
O conglomerado tecnológico japonês Rakuten informou que, “devido a preocupações com o novo coronavírus”, se retirarão do MWC 2020. A empresa continuará trabalhando para lançar sua primeira rede móvel nativa em nuvem,  em abril deste ano.

Sony
A Sony disse, em comunicado, que, como dá máxima importância à segurança e ao bem-estar de seus clientes, parceiros, mídia e funcionários, tomou a difícil decisão de deixar de expor e participar do Mobile World Congress. “A Sony gostaria de agradecer a todos pela compreensão e apoio contínuo durante esses tempos difíceis”, afirmou. A conferência de imprensa da marca ocorrerá no horário programado, às 8h30 de 24 de fevereiro de 2020, por vídeo.

TCL
Dada a recente preocupação com o coronavírus, a TCL, empresa chinesa focada em eletrônicos, cancelou seu evento de imprensa global para o MWC, que aconteceria em 22 deste fevereiro. “Essa decisão não impacta nenhuma outra atividade planejada pela empresa para o Mobile World Congress 2020. E, a empresa anunciará lá os seus mais recentes lançamentos em termos de dispositivos móveis”, afirmou, em nota.

Umidigi
A empresa chinesa de telefonia móvel Umidigi disse, em seu perfil oficial no Twitter, que prefere manter seus funcionários trabalhando em ambiente seguro, a fim de respeitar todas as outras pessoas ao redor do mundo. Logo, não participará mais do Mobile World Congress 2020.

Vivo
A fabricante chinesa de smartphones Vivo, que planejava lançar sua linha de produtos no mercado do Reino Unido durante o MWC 2020, anunciou, em comunicado, que irá se retirar do evento: “A saúde e a segurança de nossos funcionários e do público são nossa principal prioridade”.

Vodafone
Em seu Twitter oficial, a operadora móvel Vodafone, anunciou que se retirá do Mobile World Congress. “Esperamos, ansiosamente, participar do próximo MWC, um dos principais eventos do setor”, afirmou.

ZTE
A ZTE cancelou sua conferência de imprensa, a ser realizada durante o Mobile World Congress. No entanto, disse, em nota oficial, que apresentará, no evento, soluções abrangentes e dispositivos direcionados ao 5G. “Após o novo surto de coronavírus, além de responder ativamente e organizar recursos para garantir o serviço de telecomunicações nas áreas afetadas, a ZTE sempre coloca a saúde de nossos funcionários e clientes como prioridade”, afirmou. A marca adotará diretrizes pelas quais todos os funcionários devem passar por duas semanas de auto-isolamento, pré-MWC; o estande e o equipamento da exposição serão desinfetados, diariamente; e garantirá que a apresentação de estandes seja feita por pessoas fora da China.

*Crédito da foto no topo: Negative Space/Pexels

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