Meio & Mensagem
22 de setembro de 2023 - 6h00
(Crédito: Adobe Stock)
Com o objetivo de mapear os principais deságios que as marcas terão de enfrentar em um cenário de transformações não apenas tecnológicas como também comportamentais, o GAD divulgou nesta quinta-feira, 21, o estudo GAD Insights 2023.
Em sua quarta edição, a análise apresenta os insights que tendem a ganhar força nas estratégias das empresas e no estilo de consumo.
O estudo foi estruturado com base no mapeamento no comportamento de diversas marcas anunciantes, nacionais e internacionais, ao longo dos últimos seis meses e tem como tema “Marcas Inteligentes – Bem-vindo à revolução da experiência”.
Desta vez, a pesquisa procurou se focar em como a tecnologia vem impactando o relacionamento das marcas com seu público-alvo e de que forma vêm procurando acompanhar a jornada hiperconectada e multiplataforma das pessoas.
Veja, abaixo, as dez tendências mapeadas na quarta edição do GAD Insights:
1- Conexões humanas ou artificiais?
O relatório analisa que, se por um lado vemos o crescimento exponencial da tecnologia aplicada aos negócios, por outro existe um movimento de consciência que pode ser o fiel dessa balança.
Sob esse ponto de vista, tende a ser mais inteligente, para as empresas, construir um modelo de negócio que não perca de vista a dimensão humana e as narrativas das marcas devem falar mais de seu publico do que de si mesmas.
2- Ultraexperiências
A personalização das experiências de consumo acabou tornando mais complexa a fidelização dos clientes, já que mais marcas e narrativas disputando outros mercados.
Portanto, passa a ser valioso conseguir criar, por meio de inteligência de dados e recursos tecnológicos, o que o estudo chama de “ultraexperiências”, com base na construção de diálogos relevantes, com mais empatia e capacidade de se conectar verdadeiramente à jornada das pessoas.
3- Brand Inspirience
Com marcas mais pressionadas a participarem dos diálogos e conversas pautados pela sociedade atual, torna-se mais inteligente assumir o risco de provocar conversas e superar a barreira dos discursos, partindo para a realização de transformações práticas.
Segundo o relatório, marcas inteligentes conseguem construir “uma nova cultura produtiva quando repensam e orientam sua cadeira de valor do negócio – as relações, o ambiente de trabalho e o uso de matérias-primas”.
4- A tecno-lógica das marcas
Se antes as marcas tecnológicas eram definidas como as empresas que criavam, desenvolviam ou vendiam tecnologia – como Apple e Microsoft – hoje o conceito foi redefinido. Empresas de diferentes segmentos, por meio de ferramentas tecnológicas, podem elaborar novos insights e ampliar suas propostas de valor.
A partir disso, institui-se o conceito de marcas “tecno-lógicas”, que conseguem demonstrar essa preocupação em evoluir na maneira de se organizar, apresentar sua narrativa e, também, em sua linguagem. Empresas do segmento de saúde, moda e bens de consumo são exemplos.
5- O risco da incoerência
Com tantas possibilidades de associações, as empresas precisam de cautela para não parecerem oportunidades ou extrapolarem os limites de sua estratégia e conceito ao experimentarem o ingresso em outros territórios.
O estudo destaca que, quantos mais associações uma marca cria, mais difícil se torna mantê-las presentes e fortes na cabeça das pessoas. Há, ainda, o risco de criar correlações estranhas, como o exemplo de Cheetos, que fez, nos Estados Unidos, uma parceria com a marca Lotta Luv para desenvolver protetores labiais e glass com o característico aroma do salgadinho, sofrendo forte rejeição por parte do público.
6- Escuta ativa
A internet e, principalmente, as mídias sociais, deixaram de lado o passado de relação unilateral das marcas com os consumidores. Com mais voz e espaço, as pessoas puderam se posicionar e deixar claras as suas ideias e, às marcas, cabe não apenas a tarefa de ouvi-las atentamente como a de interpretar e mapear comportamentos.
O estudo pontua que “escutar torna-se aspecto-chave na construção de propostas de valor relevantes ao consumidor, em toda a jornada da marca à experiência.”
7- Confiança antes de tudo
Proporcionais aos consumidores um sentimento de confianças torna-se algo ainda mais importante em um cenário de intenso compartilhamento de dados e essa construção deve partir da estrutura interna da empresa.
É importante que as marcas invistam em educação e treinamento de seus colaboradores garantindo a consciência plena sobre a importância da proteção aos dados e transparência. Os consumidores não podem ter a impressão de que são meros observadores e vulneráveis em uma selva digital.
8- Influência virtual, mas não artificial
Personas, embaixadores, bots, avatares e outros seres digitais passam a ser presenças mais comuns na relação cotidiana entre pessoas e marcas conforme a inteligência artificial e a realidade aumentada desenham novas possibilidades de conexões.
Desbravar esse território de forma eficiente, no entanto, envolve diversos dilemas éticos, de credibilidade e autenticidade. Antes de haver um aprendizado inteligente das marcas, há uma troca de conhecimento fundada em uma parceria mais profunda, na qual a voz ativa e engajada dos consumidores desempenha um papel decisivo na definição do caráter desses personagens.
9- Uma por todas, todas por uma
“Ao unirem forças em torno de uma causa ou de uma visão de mundo em comum, marcas inteligentes transcendem seus limites individuais e integram-se ao cotidiano de seus consumidores de uma outra maneira, levando mensagens e proporcionando experiências mais autênticas”, destaca o estudo.
As collabs podem fazer sentido quando existe a intenção de ampliar as experiências e gerar valores para as empresas envolvidas. E, quanto mais alinhadas as visões das marcas estiverem, mais sucesso tende a ter a parceria.
10- Barbie Brands
A boneca mais famosa do mundo foi apontada no relatório como exemplo de como uma empresa conseguiu reavaliar seu passado e remodelar sua imagem. Com o filme Barbie, a Mattel assumiu que ajudou a perpetuar estereótipos femininos e mostrar seu compromisso com uma realidade mais diversa.
Marcas inteligentes conseguem aprender com as próprias inconsistências e se questionar sobre a necessidade de mudar e adotar nova visão. Nesse caso, autocrítica e definição clara de estratégia são os primeiros passos.