Assinar

Dia do café: o que as marcas estão fazendo para driblar a alta nos preços?

Buscar

Dia do café: o que as marcas estão fazendo para driblar a alta nos preços?

Buscar
Publicidade
Marketing

Dia do café: o que as marcas estão fazendo para driblar a alta nos preços?

Empresas do setor precisam criar estratégias de negócios e comunicação para minimizar os impactos da alta nos preços do produto ao consumidor final


14 de abril de 2025 - 10h05

Nesta segunda-feira, 14, é celebrado o Dia do Café. Porém, não há muito o que comemorar, visto que o tradicional cafezinho tem se tornado cada vez mais caro para o bolso não somente dos brasileiros, como da população mundial.

Globalmente, em 2024, o preço do café subiu 38,8%, em relação à média de 2023, segundo dados de um recém-publicado relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Além disso, apesar de a alta levar cerca de um ano para chegar aos consumidores finais em todo o mundo, seu impacto deve se estender por pelo menos quatro anos, de acordo com o documento.

dia do café

No Brasil, a inflação do café ficou em 66,18% no acumulado dos 12 meses anteriores a fevereiro, segundo o IPCA (Crédito: Farknot Architect/Shutterstock)

Esse encarecimento também se refletiu no Brasil, maior produtor e exportador global da commodity. Conforme, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado no mês de março, no País, inflação do café ficou em 66,18% no acumulado dos 12 meses anteriores a fevereiro.

A causa da escalada nos preços, no último, está longe de ser um acontecimento isolado. Na realidade, é fruto de uma complexa junção de fatores, que vão desde fatores climáticos, até logísticos e econômicos, que se entrelaçam no cenário global e nacional.

“A alta dos preços do café é resultado de uma combinação de fatores, incluindo oscilações climáticas que impactaram a produção em grandes países produtores, como Brasil e Vietnã, além de custos elevados de logística, inflação global e variações cambiais”, destaca Susana Hernández, diretora de marketing JDE Peet’s Brasil, dona de um portfólio de marcas que inclui L’Or, Pilão, Pilão Cafeteria, Café do Ponto, Pelé, Caboclo, Damasco e Maratá.

Além disso, na visão da executiva, o aumento da demanda global de café de qualidade também contribui para esse cenário, tornando o mercado ainda mais dinâmico e desafiador.

No entanto, a executiva argumenta que o segmento de cafés premium e de especialidade mostra resiliência. Para embasar seu ponto, Susana traz dados da Nielsen, que mostram que houve um aumento de 1,6 milhão de novos compradores no último trimestre em comparação ao ano anterior, com crescimento de dois dígitos em torrado e moído premium e sólido desempenho nas outras categorias de café.

Mariana Marcussi, diretora de marketing e sustentabilidade na Nespresso, unidade operacional do Grupo Nestlé, enfatiza que o consumidor está cada vez mais e exigente e atento em relação às marcas e produtos que consome. “Em vez de buscar alternativas mais baratas, muitos consumidores têm priorizado marcas que oferecem qualidade, funcionalidade e propósito”, complementa.

Driblando a instabilidade

Dentro deste contexto, ao invés de colocar o negócio em risco através de fortes promoções de preço, Fábio Gianetti, diretor de marketing de Orfeu Cafés Especiais, revela que a companhia tem buscado fortalecer ainda mais a marca, por meio de campanhas que transmitam seus valores e a qualidade diferenciada.

Um exemplo disso foi a campanha “Orfeu. Beba dessa arte”, criada pela CP+B e produzida pela Boiler. O filme contou, inclusive, com um desdobramento em uma ação interativa que uniu o digital com o out-of-home (OOH) na Avenida Paulista, em São Paulo, que convidada o público a transformar suas fotos em obras de arte, por meio da inteligência artificial.

Por sua vez, Mariana, da Nespresso, revela que a companhia tem repassado a alta nos preços para o consumidor. Porém, segundo a executiva, por meio de uma estratégia cuidadosa para minimizar esse impacto. “O repasse de preços foi significativamente menor do que a média do mercado, se fixando em 6%”, pontua, ressaltando que isso só foi possível graças a uma gestão eficiente da cadeia de suprimentos e investimentos em práticas agrícolas regenerativas que garantem maior produtividade e estabilidade de preços.

Manter o valor percebido do produto e a fidelização do consumidor têm sido os principais desafios para a companhia nesse cenário, segundo Mariana. “Para isso, a Nespresso aposta em estratégias de marketing que reforçam a alta qualidade de seu café, seu compromisso sustentabilidade e inovação”, complementa.

Um exemplo foi a campanha global da marca, lançada no início deste ano, que trouxe George Clooney, seu embaixador global, de volta. No papel de “Detetive George”, o ator, acompanhado por Eva Longoria, Camille Cottin e Kim Go Eun, apresenta os cafés mais cobiçados da marca em uma ação que envolve humor, suspense e intriga.

Manter o valor percebido do café premium, mesmo em um cenário de inflação, também é o principal desafio da JDE Peet’s Brasil, de acordo com Susana. “Para marcas como L’Or, isso significa ir além do sabor, é sobre entregar uma experiência multissensorial, que desperte emoções e crie conexões”.

Logo, como uma forma de se diferenciar, Susana revela que a JDE Peet’s Brasil tem investido em pesquisa e desenvolvimento para oferecer cafés que atendem a diferentes preferências e momentos de consumo.

Nesse sentido, além de lançamentos em todas as categorias do café L’Or e novidades no portfólio de Pilão ainda para este ano, a empresa tem apostado na comunicação digital e parcerias estratégicas, como com a Ferrari Hypercar, para transformar o ato de tomar café em um momento memorável para os consumidores.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Alma Preta e Lew’Lara\TBWA se unem em ação contra o racismo

    Alma Preta e Lew’Lara\TBWA se unem em ação contra o racismo

    Filme "Corredor em Perigo" convida o atleta Wesley Caitano para correr usando um colete à prova de balas

  • Caem investimentos publicitários na TV durante a Páscoa

    Caem investimentos publicitários na TV durante a Páscoa

    Análise da Tunad indica uma tendência de queda de investimentos para este ano, com 2024 registrando menos 7% em relação ao mesmo período de 2023