Diferenças entre discurso e práticas na sustentabilidade
Estudo da Kantar traça perfis das marcas em relação ao tema, que será um dos assuntos de Davos esta semana
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Meio & Mensagem
21 de janeiro de 2020 - 6h00
Muitas marcas hoje se dizem sustentáveis e o tema sustentabilidade certamente também estará presente no Fórum Econômico Mundial, que começa nesta terça-feira, 21, e vai até a sexta, 24, em Davos. Mas como as empresas podem demonstrar serem sustentáveis na prática e se diferenciar umas das outras é algo que a Kantar analisou no estudo “Sustentabilidade – Assumindo a responsabilidade em 2020”.
Além de confirmar que marcas com bom comportamento ambiental são mais atrativas aos consumidores, a pesquisa conduzida – no Brasil – por Karina Collenghi, gerente de contas da Kantar e especialista numa ferramenta chamada NeedScope, que usa técnicas projetivas e as relaciona a arquétipos de Jung, para desvendar a emoção por trás de uma marca, aponta que a atuação das empresas – de modo que os consumidores se sintam conectados a um bem maior – deve ocorrer em três níveis.
O primeiro é comportamento (utilizar embalagens recicláveis ou reutilizáveis, ingredientes naturais, sem componentes químicos, e energia eficiente); necessidades sociais (valorizar os produtos locais, caseiros, orgânicos e rebanhos criados livres); e necessidades emocionais (proteção, reconecção, equilíbrio, compartilhamento, apoio e respeito).
Além disso, traçou diferentes tipos de posicionamento que podem ser adotados pelas marcas, tomando como base a psicologia analítica (esses perfis foram divididos por cores). Karina reforça a importância de as marcas alinharem seus valores ambientais às emoções certas – e traduzirem isso em experiências aos consumidores.
Conheça abaixo os perfis traçados na pesquisa:
– Ativista Destemido (vermelho): Existe um senso real de ser confiante e ousado nesse espaço e ter um grande impacto. Isso significa provocar e ultrapassar fronteiras. As propagandas se destacam e se posicionam. Ex: a Tesla desafia as normas da indústria automotiva avançando com a ideia do carro elétrico.
– Investidor influente (roxo): Existe aqui um senso real de superioridade, influência e sofisticação. As marcas operam nesse espaço através de status e prestígio. Eles não pedem desculpas por cuidar do meio ambiente sem comprometer a qualidade, status ou estilo. Ex: Stella McCartney.
– Planejador inteligente (azul): As marcas podem atuar nesse espaço destacando as evidências e mostrando sua expertise ambiental. Mas a mensagem aqui deve ter um tom mais discreto.
– Cuidador carinhoso (marrom): As marcas devem adotar valores mais humildes, carinhosos. A ideia é voltar para o básico e viver de forma sustentável. Então, é essencial que tenham fortes credenciais ambientais e que sejam autênticas na hora de falar sobre elas.
– Ajudante prático (laranja): Marcas que são bem-sucedidas nesse espaço são práticas, descontraídas e descomplicadas. Uma abordagem holística é essencial quando as escolhas de marcas podem se encaixar no dia a dia, de forma natural. Escolhas que são práticas e boas para todos são importantes. Ex: Coca-Cola.
– Entusiasta otimista (amarelo): Aqui, as marcas expressam suas credenciais ambientais com diversão e humor. As marcas também podem buscar o apoio de consumidores por meio de eventos patrocinados e da construção de comunidades. Mas é importante manter o tom leve, esse não é um espaço para ser muito sério. Ex: Ben&Jerry’s.
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