“É preciso por fim às cortinas de fumaça do setor financeiro”
Camila Mazini, Head de Brand e Comms do Nubank, fala sobre a campanha #AsteriscoNão, que pede o fim da letra miúda na publicidade
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Luiz Gustavo Pacete
28 de março de 2019 - 6h00
No início desta semana, o Nubank lançou o movimento #AsteriscoNão convocando outras marcas a apoiarem o fim da letra miúda na publicidade. A comunicação, que mostra uma elevação de tom na comunicação da marca, sobretudo por que provoca os bancos concorrentes.
“Neste 1º de abril, decidimos criar um movimento para expandir esse benefício para outras pessoas e aproveitar da nossa influência para inspirar mais empresas a também adotarem essa prática”, diz Camila Mazini, Head de Brand e Comms do Nubank. Instalados próximos a agências bancárias, os textos dos relógios de rua fazem referência a slogans famosos.“Na teoria, o uso de asteriscos não é, por si só, uma mentira. Mas nós entendemos que esse tipo de recurso confunde o cliente e pode levá-lo ao erro. Isso é ainda mais sério quando se trata das finanças das pessoas”, diz Camila. Ao Meio & Mensagem, ela fala sobre a estratégia, o tom da marca e os cuidados envolvidos em uma comunicação como essa.
Até esta quarta-feira, 27, cerca de 20 empresas já tinham aderido ao movimento e mais de 50 foram citadas por internautas em postagens nas redes sociais. O movimento foi idealizado pelo Nubank CreativeLab, a agência de publicidade in-house do Nubank.
Meio & Mensagem – Essa campanha já é reflexo das mudanças recentes da in-house do Nubank?
Camila Mazini – O movimento #AsteriscoNão é um reflexo do que se vive diariamente em todas as áreas do Nubank desde a nossa fundação: um trabalho contínuo com o objetivo de acabar com a complexidade e as “cortinas de fumaça” criadas pelos bancos e empoderar as pessoas por meio de produtos simples e transparentes. Ele é resultado da busca constante do Nubank CreativeLab por entregar trabalhos com cada vez mais qualidade e alinhamento com a marca forte que o Nubank tem.
O Nubank elevou o tom em sua comunicação, é uma provocação aos bancos?
O Brasil tem um setor financeiro altamente concentrado, no qual as pessoas estavam acostumadas a encarar péssimos serviços de atendimento ao cliente e nem sequer imaginavam que poderiam ter outra opção. O Nubank surgiu nesse contexto. Ao oferecer uma experiência simples, justa e transparente. Observamos hoje, inclusive, uma demanda por serviços mais eficientes e com melhor atendimento não só no setor financeiro, mas em outros segmentos, como aviação e telefonia, por exemplo. O movimento #AsteriscoNão não é focado apenas na nossa concorrência, mas em todas as áreas, como as próprias pessoas já deixaram claro nas interações nas redes sociais. A intenção é influenciar o mercado a deixar de lado as meias-verdades para beneficiar as pessoas com uma comunicação verdadeira.
Podemos esperar esse mesmo tom do Nubank nas próximas ações?
O tom do movimento faz parte do DNA do Nubank: inconformado. Assim como nossos clientes, que não aceitam mais ser enganados por taxas abusivas, letras miúdas e nuvens de fumaça em forma de asteriscos.
Acha que a letra miúda na publicidade é uma questão cultural de marcas e agências?
A gente sabe que o asterisco pode ser usado tanto para simplificar um texto, levando-o a ser mais direto ao ponto, quanto para esconder uma verdade inconveniente. Independente do uso, na prática, isso acaba enganando as pessoas ou dificultando uma tomada de decisão certeira. É um recurso fácil de usar, mas que acaba prejudicando o consumidor mais desatento.
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De que maneira a ausência da letra miúda vai ser boa para o consumidor?
Tirar o asterisco, ou a letra miúda, deixa claro tudo o que o cliente está levando, sem meias-verdades. Mostra que a empresa não tem nada a esconder porque está ao lado das pessoas.
Qual a responsabilidade envolvida em convocar outras marcas em prol de algum tema?
Queremos que as pessoas tenham o direito de escolher sempre o produto que é melhor para elas. Quanto mais claras forem as informações disponibilizadas pelas marcas em suas comunicações, melhor será para o cliente na hora de escolher um produto ou serviço. Um mundo mais transparente é melhor para todos, e não só para os clientes do Nubank.
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