Empresas aderem ao movimento sem canudos
Marcas como AccorHotels, Omo, McDonald's e Yázigi adotam práticas para evitar uso de canudos de plásticos e diminuir impacto ambiental
Marcas como AccorHotels, Omo, McDonald's e Yázigi adotam práticas para evitar uso de canudos de plásticos e diminuir impacto ambiental
Thaís Monteiro
8 de agosto de 2018 - 7h00
Em 2015, viralizou nas redes sociais um vídeo de uma bióloga mostrando uma tartaruga engasgada por um pedaço de canudo de plástico (veja abaixo). A publicação, junto a campanha de janeiro #ChangeTheDay (iniciativa que dá atenção a uma causa ambiental por mês), que pedia a redução do consumo e fabricação de canudos, fez com que o movimento ganhasse grandes proporções.
Tão grande que, em abril, a primeira ministra do Reino Unido, Theresa May, anunciou um plano para proibir a venda de canudos e demais produtos de plástico, como as hastes do cotonete na Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales. Ação semelhante aconteceu no Brasil, ainda que em escala menor. Marcelo Crivella, prefeito do Rio de Janeiro, sancionou, em julho, o projeto de lei que proíbe a distribuição de canudos de plásticos em bares, lanchonetes e restaurantes.
Antes ou em resposta a essas medidas, empresas como Starbucks, Alaska Airlines, Disney, American Airlines e McDonald’s, por exemplo, estabeleceram que só entregarão canudos de plástico a consumidores que pedirem por eles e que investirão em alternativas biodegradáveis. Redes de hotéis, como Hilton, Marriot e Accor Hotels também aderiram à causa.
Em julho, o problema do descarte dos canudos nos oceanos foi tema de uma campanha do Greenpeace criada pela agência Rethink Canada. Com a assinatura “Don’t suck the life from our oceans” (“Não sugue a vida dos nossos oceanos”, em tradução livre), as peças mostram animais como aves marinhas, peixes e tartarugas com enormes canudos de plástico presos em suas bocas, sufocando-os.
“Já faz alguns anos que temos a consciência para o fim dos canudos, no entanto, eliminar o item é também promover uma mudança de comportamento”, explica Antonietta Varlese, vice-presidente de comunicação e responsabilidade social corporativa da AccorHotels na América do Sul, cujo objetivo é eliminar o canudo em todas as suas unidades globalmente até 2020.
Para isso, a empresa comunica a medida para o clientes via influenciadores e peças nos hotéis e em suas redes sociais, movimentação coordenada pela Zatar Comunicação. “Não tivemos relatos de problemas ou questionamentos em nossos hotéis. Não é uma decisão compulsória. E, se um cliente desejar tomar sua bebida em um canudo, iremos substituir o plástico por opções em aço inoxidável, papel ou bambu”, diz a executiva.
No Brasil, além do McDonald’s, aderiram o combate ao plástico marcas como Omo, da Unilever, e a Yázigi, escola de idiomas da Pearson. A Omo, junto com a WWF-Brasil, realizou mutirões de limpeza com voluntários em praias e vai produzir 10 mil garrafas do material recolhido (até então, uma tonelada já foi coletada).
Já a Yázigi promoveu a campanha #descanudese, alinhada ao Global Goals, metas mundiais de desenvolvimento sustentável para 2030, que envolveu desafios para os alunos se engajarem no movimento por meio das redes sociais entre maio e junho, procurando, por exemplo, por alternativas ao canudo de plástico.
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Segundo Franceschi, a campanha mobilizou 60 mil alunos e rendeu cerca de mil postagens no Instagram e no Facebook. “Ações criativas e engajadoras foram realizadas por várias escolas da rede – em São Luís (MA), por exemplo, os alunos percorreram a Avenida Litorânea recolhendo resíduos sólidos e impedindo que eles fossem parar no mar”, cita o executivo.
“Os consumidores exigem e aplaudem iniciativas que representem conscientização não apenas com o meio ambiente, mas também de costumes, de inclusão e de promoção da diversidade”, afirma Antonietta Varlese.
Embalagens
Não são apenas os canudos que estão na mira. O Mercado Livre, por exemplo, anunciou no início deste mês, que incorporará embalagens produzidas com material 100% biodegradável e compostável na operação logística de sua unidade de negócios Mercado Envios. A partir de outubro, um primeiro lote de quatro milhões dessas embalagens passará a ser utilizado na operação de Fulfillment e Crossdocking da empresa no Brasil e na Argentina. O investimento na iniciativa é de US$ 1,2 milhão.
**Crédito da imagem no topo: Reprodução/iStock
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