Falência do Silicon Valley Bank vira assunto no SxSw

Meio & Mensagem
14 de março de 2023 - 15h31

(Crédito: Shutterstock)

Do Ad Age

Em qualquer roda de conversas no entorno do Austin Convention Center, onde acontece a maior parte da programação do SxSw, duas siglas são constantemente mencionadas: SVB (abreviatura de Silicon Valley Bank) e AI (sigla em inglês de inteligência artificial). O nome do banco financiador de startups, que surpreendeu o mundo ao anunciar o fim de suas atividades na última sexta-feira, 10, é o mais citado.

“Sinto a presença do Silicon Valley Bank aqui. Hoje, ele é provavelmente o assunto número 1 das pessoas no evento, enquanto até ontem, o tema mais falado era inteligência artificial”, diz Trevor Guthrie, cofundador da Giant Spoon.

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Guthrie não está sozinho nessa impressão. Enquanto muitos participantes do SxSw esperavam que a inteligência artificial e o ChatGPT dominassem as conversas, os assuntos se voltaram ao Silicon Valley assim que a noticia da quebra do banco apareceram, bem no primeiro dia do festival.

Os reguladores fecharam o banco, deixando US$ 175 bilhões em depósito no limbo por alguns dias. Na segunda-feira, 13, o Federal Deposti Insurance Corporation (FDIC) anunciou que os depositantes teriam total acesso ao seu dinheiro.

Mesmo assim, o fim de semana foi agitado, já que muitas das startups e empresas de tecnologia ligadas ao banco tinham representantes participando do SxSw.

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Uma delas é a Roku, empresa de streaming televisivo. A companhia tinha US$ 487 milhões alocados no banco quando ele fechou, de acordo com documento divulgado na sexta-feira, 10. Algumas horas depois da notícia, a marca realizou uma ativação no SxSw, chamada Roku City, uma projeção interativa de vários andares.

Até mesmo o próprio Silicon Valley Bank esteve presente no SxSw, oferecendo um jantar para alguns escritórios de advocacia na noite de quinta-feira, 9.

“Um ponto de exclamação”

O cofundador da Media.Monks, Wesley ter Haar, disse que o fechamento do SVB adicionou um “ponto de exclamação” às conversas mais amplas sobre crise econômica no SxSw. Essas conversas, aliás, já haviam começado cerca de nove meses atrás, a respeito de como o “eterno crescimento e a expansão sem fim do setor de tecnologia e das empresas do ramo estavam estagnados”, segundo ele.

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“Pode ser que algumas pessoas estejam olhando para suas ativações e festas e se perguntando se deveriam ter usado esse dinheiro para a folha de pagamento da próxima semana”, disse o cofundador da Media.Monks (embora as marcas que planejaram suas ativações no SxSw não tivessem como saber de antemão sobre a falência do banco).

Apesar de todas as conversas em torno do SVB, as pessoas que participam do SxSw em nenhum momento pararem de falar sobre inteligência artificial.

“O clima no SxSw sempre é imprevisível. Embora a tempestade gerada pelo SVB tenha ofuscado as conversas no primeiro fim de semana, há sempre espaço para céus mais claros para a inteligência artificial”, disse Guthrie.

O SxSw ainda é o lugar para as pessoas conversarem sobre inteligência artificial, acrescentou Haar. Quando a Media.Monks esteve na CES, em janeiro, as conversas sobre IA pareciam menos atuais do que agora, em Austin.
“A realidade é que algumas das coisas das quais falamos como se fossem ‘o futuro’ já estão acontecendo agora”, acrescentou.