Festival Coquetel Molotov chega a São Paulo
Festival pernambucano surfa no crescimento dos festivais de música independente, com apoio de marcas como Budweiser, TNT e Ballantine's
Festival pernambucano surfa no crescimento dos festivais de música independente, com apoio de marcas como Budweiser, TNT e Ballantine's
Karina Balan Julio
28 de novembro de 2018 - 6h00
Há 15 anos, nascia em Recife (PE) o festival No Ar Coquetel Molotov, criado para promover a cena musical pernambucana. O evento cresceu, tomou corpo e na próxima sexta-feira,30, ganha sua primeira versão na capital paulista — que terá como atrações artistas como Karina Buhr, Boogarins e Tuyo. Embora edições em Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e Belo jardim (PE) já tenham sido realizadas, a expansão para São Paulo é um passo importante para o Coquetel Molotov, que surfa no crescimento dos festivais independentes na cidade.
A cabeça por trás do evento é a diretora e produtora cultural Ana Garcia, que ao longo dos anos ajudou a incorporar novas atrações para o festival. Uma delas é a Feira Polvo, com produtos e expositores independentes de diversos segmentos — que também irá para São Paulo. O festival também traz instalações artísticas e interativas.
Para Ana, o desafio dos festivais independentes é tornar a experiência do público mais completa, mesmo com as verbas e patrocínios reduzidos em relação a grandes festivais. “O mercado brasileiro tem acompanhado os festivais do exterior, que foram criando programações cada vez mais diurnas, em espaços abertos e com experiências diferentes além da música”, afirma a diretora.
Para a edição em São Paulo, o No Ar Coquetel Molotov contou com apoio de programas públicos de incentivo como o Proac, além do patrocínio das marcas TNT, Ballantine’s e Budweiser. A expectativa é que o festival receba cerca de 2 mil pessoas no bairro da Água Branca, em São Paulo.
Na avaliação de Ana, se por um lado os coletivos culturais conseguiram estruturar festivais competitivos com o apoio das mídias sociais –o crescimento de atrações como Popload, Coala, Meca e Bananada são exemplo –, por outro, ainda pode ser difícil escalar os eventos ao nível de festivais maiores.
“A dificuldade é fazer as marcas entenderem que os festivais independentes atraem tanto público quanto outros festivais e eventos já consolidados” – Ana Garcia
“Os festivais vêm tendo um boom com o apoio de marcas desde 2011, mas a dificuldade é fazê-las entender que os festivais independentes atraem tanto público quanto outros festivais e eventos já consolidados. A música alternativa não é mais alternativa, pois é ela que toca nas trilhas das novelas e é conhecida entre o público adolescente”, argumenta.
Ana conta que cerca de 25% do público anual dos eventos do Coquetel é composto de pessoas que nunca foram ao festival. “Hoje o jovem está muito interessado em música independente e já chega ao festival conhecendo 70% da programação”, acrescenta.
Em Recife, o Coquetel Molotov também atua como uma espécie de aceleradora para artistas. A edição do festival na cidade, que aconteceu em 17 de novembro, contou com uma rodada de pitchs onde artistas podiam expor suas propostas de negócio a representantes de outros festivais independentes. A iniciativa teve apoio do Sebrae, Baterias Moura e AESO.
“Queremos mostrar aos artistas que há outros caminhos para gerar receita além dos shows e das playlists. O uso das mídias sociais e o apoio das marcas ainda são um tabu para muitos deles”, diz Ana. Por enquanto, ainda não há previsão para levar o projeto a outras cidades. A edição de recife teve patrocínio da Natura, 99, Itaipava, Sympla, Spotify, TNT e Ballantine’s.
Compartilhe
Veja também
Multiverso Experience: como é a nova exposição em homenagem a Pelé
Iniciativa conta a história do Rei do Futebol, além de trazer itens pessoais do jogador
Rebranding da Jaguar divide opiniões entre o público
A marca de automóveis britânica diz que seu novo visual é uma "celebração do modernismo", mas os críticos apontam o contrário