Fernando Murad
1 de julho de 2020 - 15h31
Gustavo Oliveira (vice-presidente de comunicação e marketing do Flamengo), Rodolfo Landim (presidente do Flamengo) e Paulo Henrique Costa (presidente do BRB) na coletiva online (crédito: reprodução)
O Flamengo e o BRB apresentaram oficialmente nesta quarta-feira, 1º, a parceria anunciada pela dupla ainda no mês passado. A aprovação do contrato no Conselho Deliberativo do clube ocorreu no início desta semana. Com a parceria, o banco assume o patrocínio máster do uniforme, ocupado até então pelo banco digital BS2, e projeta o lançamento de uma série de produtos financeiros focados na torcida rubro-negra.
Um site oficial da parceria já entrou no ar destacando para “breve” o lançamento de um banco digital, com produtos e serviços como conta sem tarifa e sem depósito mínimo, cartão de crédito e débito, cartão pré-pago, programa de relacionamento com benefícios para torcedores, seguros e investimentos. O contrato prevê um pagamento mínimo anual de R$ 32 milhões, por três anos, e uma remuneração variável de acordo com o resultado financeiro dos produtos lançados.
“Esse é o dinheiro mínimo que o Flamengo receberá. Mas acreditamos que será muito mais. Não só nós acreditamos, o mercado acredita. As ações do banco valorizaram 64% depois da assinatura do contrato. Hoje, o banco vale R$ 1,2 bilhão a mais do que antes de assinar com o Flamengo. O mínimo garantido ficará muito para trás. Não teremos de devolver dinheiro caso os resultados não cheguem a R$ 96 milhões em três anos”, ressaltou Gustavo Oliveira, vice-presidente de comunicação e marketing do Flamengo, durante coletiva de imprensa online.
Após a divulgação da parceria com o clube, no mês passado, as ações do banco registraram valorização de 64%, com seu valor de mercado passando de R$ 2,5 bilhões para R$ 4 bilhões. “Existe uma estimativa inicial que essa parceria gere R$ 50 milhões por ano. Estamos construindo um negócio novo e ao final desse negócio, toda a base de clientes e produtos consumidos serão meio a meio”, projetou Paulo Henrique Costa, presidente do BRB.
Estreia digital
A marca do banco já estará no uniforme rubro-negro no jogo desta quarta-feira, 1º, contra o Boa Vista, válido pela última rodada da fase de classificação da Taça Rio. A partida marcará a primeira transmissão realizada por um clube após a publicação da Medida Provisória 984, em 18 de junho, que altera, entre outros pontos, o formato dos direitos de transmissão. Segundo o texto, o clube mandante passa a ser o detentor dos direitos da partida.
O Flamengo entende que, por não ter contrato assinado com a Globo, detentora dos direitos do Carioca 2020, estaria livre para transmitir as partidas em que é mandante – e a emissora liberada para exibir os jogos do time como visitante. A Globo discorda e entrou com um pedido de liminar, mas a justiça do Rio de Janeiro negou o pedido em primeira instância. A emissora recorreu.
Paralelamente, o clube está divulgando a transmissão do jogo, gratuitamente, pela internet, no YouTube (FlaTV), no Facebook e no Twitter. O Flamengo também lançou a ação #ValeOIngresso, que convida a torcida a contribuir financeiramente com um ingresso virtual por meio das plataformas Super Ingresso, Eventim e PicPay. Já para o exterior, o time negociou os direitos com a plataforma MyCujoo. O Flamengo espera quebrar o recorde de visualizações simultâneas na FlaTV, que foi de 988.478 mil torcedores no jogo diante da Portuguesa, em março deste ano, o último antes da paralisação.