Game XP será independente do Rock in Rio em 2018
Evento acontecerá de 6 a 9 de setembro, unindo as indústrias de games e de tecnologia
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Roseani Rocha
13 de março de 2018 - 11h33
Além de organizar a CCXP, em São Paulo, o Omelete, a Chiaroscuro Studios e a Pizii Toys, também trouxeram ao mercado ano passado, a Game XP, que aconteceu no Parque Olímpico, durante o Rock in Rio, já que se trata de uma joint venture com a organização do festival de música. Este ano, no entanto, a Game XP ganha vida própria e acontecerá de 6 a 9 de setembro, também no Parque Olímpico. Na entrevista a seguir, Roberto Fabri, diretor de marketing e experiências da CCXP, fala do status adquirido pelo evento, que recebeu público de 227 mil pessoas em 2017 e mais de 130 marcas, e dessa nova configuração para a Game XP.
Meio & Mensagem — O que as marcas buscam em um evento como a CCXP em termos de geração de negócios e de plataforma de marketing e relacionamento?
Roberto Fabri — O evento atrela experiência ao consumo. Se a essência da marca for conteúdo — Disney, Netflix etc., — privilegiam a experiência. Outras priorizam venda, sem esquecer da experiência também. Temos uma loja do Harry Potter, toda cenografada, as pessoas fazem filas. Só dentro do evento são R$ 40 milhões em consumo, em quatro dias – o que não inclui os gastos que 60% do público têm de transporte, hospedagem, porque 60% vêm de fora da Grande São Paulo. A Embratur estima que movimente R$ 200 milhões na cidade, em cinco dias.
M&M — Mas há uma edição fora de São Paulo, não?
Fabri — Ano passado, fizemos a CCXP Tour, em Recife, para atender a demanda do Nordeste. Tivemos 60 mil pessoas para uma primeira edição fora do eixo Rio-São Paulo. Mas a natureza dessa edição é ocorrer esporadicamente em algumas praças que acharmos interessantes em termos de negócio e público. Este ano, preferimos focar na edição paulistana, em dezembro, e na Game XP, que acontece de 6 a 9 de setembro no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. Tivemos uma primeira edição ano passado dentro do Rock in Rio, pois era uma joint venture com o festival, mas vai para a segunda edição de forma independente. A ideia é trazer a indústria e o público de games e eSports para o Parque Olímpico, coração das maiores disputas esportivas que já aconteceram no Brasil. Teremos a indústria de games (Microsoft, Sony, os Playstations) e lançamentos da indústria de tecnologia, com tecnologias de VR e tudo que for experimental. Será a experiência de um parque temático de games. O evento está sendo muito bem aceito e já começa o problema de onde encaixar todo mundo. Ano passado, maior tela de games do mundo, com 75 metros de largura por 20 metros de altura.
M&M — Houve eventos encolhendo, seguindo o ritmo geral da economia, e pelo jeito isso não aconteceu com vocês na CCXP.
Fabbri – Crescemos em público e marcas entrantes. É um evento que tem 50% de venda de ingressos e produtos licenciados e outros 50% de patrocínios e marcas que apoiam. A plataforma CCXP é mais que uma comic con, é um festival de cultura pop. Apesar de acontecer em quatro dias presenciais no São Paulo Expo, acontece outros 361 dias na internet. Produzimos conteúdos relacionados o ano inteiro no Omelete. Nem todas as marcas estão habituadas a falar com esse jovem fã de cultura pop, por isso sentamos com os clientes. Criamos uma experiência de marca relevante e tem um drive de conversão de vendas forte também. Uma Riachuelo, na CCXP, constrói uma loja especial, com produtos e conteúdo exclusivos. A Tubaína queria participar, não sabia como, e os ajudamos a elaborar uma estratégia – criamos latinhas baseadas em quadrinhos, e eles participaram da arena de quadrinhos. E tem o DNA da nova geração; valorizam muito experiência e a CCXP tem a realização de sonhos no seu DNA, traz esse valor intangível. A pessoa quer ver o Will Smith, sai da palestra, compra uma camiseta, pega um autógrafo. É um evento que entrega uma vivência e realização de consumo. Precede o Natal e várias marcas já estão fazendo lançamentos de produtos dentro da CCXP.
M&M – Quanto o evento gera em mídia espontânea?
Fabbri – Em 2017, registramos mais de R$ 260 milhões de media value e mais de 200 milhões de impactos únicos. Tivemos Jornal Nacional, impressos, redes sociais. As celebridades que estavam no Brasil foram. Vira até meio uma obrigação de ver e ser visto. São 115 mil metros quadrados, o maior evento do tipo no mundo.
M&M — Em que frentes acredita que os eventos mais evoluíram no Brasil e o que ainda precisa ser melhorado?
Fabri — O que temos no Brasil de interessante foi massificar conteúdos de nicho. Massa é um monte de gente que gosta de pequenas coisas. O Carnaval de São Paulo levou quatro milhões de pessoas às ruas, mas teve muitos blocos diferentes. A tendência é que os grandes eventos sejam a união de comportamentos de consumo. A pessoa vai por um motivo e descobre que gosta de outra coisa. Massificar nichos é o que está acontecendo com os games, por exemplo. Mas as pessoas têm que entender as necessidades das marcas; o diretor de marketing também tem seus objetivos e metas, precisa trabalhar junto com os produtores dos eventos. Não adianta querer vender o peixe do evento como verdade absoluta. É preciso juntar os dois universos e construir soluções conjuntas.
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