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26 de março de 2025 - 10h23

Smartphone segue como a plataforma preferida dos gamers brasileiros, segundo PGB 2025 (Crédito: Rawpixelcom/Shutterstock)
O número de brasileiros que tem o costume de jogar jogos digitais atingiu o nível mais alto já registrado pela Pesquisa Game Brasil (PGB), levantamento anual sobre o comportamento dos jogadores de jogos eletrônicos no País, realizado desde 2013.
A 12ª edição do estudo, desenvolvido pelo SX Group e Go Gamers em parceria com Blend New Research e ESPM, revela que 82,8% da população do País afirma jogar, o que representa uma alta de 8,9% em relação a 2024. Além disso, 88,8% consideram os jogos digitais uma de suas principais formas de entretenimento, sendo que 80,1% têm os games como a sua principal forma de divertimento.
Número de gamers brasileiros

O número de jogadores brasileiros cresceu 10,8% desde 2021 (Crédito: Pesquisa Game Brasil 2025)
Em 2025, a pesquisa conta com três novidades em sua abordagem. A primeira é a implementação de parâmetros mais precisos para entender o comportamento de diferentes recortes geracionais. A segunda é a ampliação da compreensão sobre como os jogos fazem parte da rotina dos jogadores. E a terceira é o refinamento da pesquisa “Pais e Filhos”, trazendo informações mais detalhadas sobre o consumo infantil de games.
Jogos de sorte impulsionam alta
Pela primeira vez, os jogos de sorte, também conhecidos como jogos de azar, apareceram no estudo. 38,2% dos entrevistados afirmam jogar jogos recreativos de sorte, sendo que 39% deles jogam esse tipo de jogo pelo menos uma vez por semana e 14,2% quatro vezes ou mais semanalmente.
Além disso, 89,9% apostam dinheiro nesses jogos. Dentre eles, 34,6% gastam entre R$ 51 e R$ 200 mensais, e 8,6% mais de R$ 500 por mês. A PGB também indica que 70,2% dos jogadores passam até três horas por semana nessa atividade, enquanto 19,5% jogam jogos de sorte mais de três horas semanais.
O estudo mostra ainda que 30,4% das pessoas que jogam esse tipo de jogo o faz motivado pela emoção da vitória e 29% por considerar uma forma de relaxamento. No entanto, a maior motivação é ganhar mais dinheiro (43,9%), e 24,7% veem as apostas como “um investimento para melhorar a renda”.
Neste sentido, Carlos Silva, CEO da Go Gamers, enfatiza que os jogos de sorte não são equivalentes aos jogos para entretenimento. “Jogos digitais não se resumem apenas a transações de dinheiro, existe algo muito maior neles em termos de construção narrativa, personagens e outros. As microtransações são partes da experiência, e as motivações que levam alguém a apostar nestes jogos e a jogar jogos digitais são diferentes”, frisa.
De acordo com a PGB, outros fatores têm relação direta com crescimento do consumo de jogos eletrônicos no Brasil: o aumento da renda familiar, a redução na taxa de desemprego e a alta nas vendas de computadores em 2024. “Com uma melhora do poder aquisitivo dos jogadores, notamos que os jogos ocupam agora um espaço maior na rotina dos brasileiros, impulsionado por compras de hardware, software, assinaturas, microtransações e investimentos ampliando assim a experiência além dos jogos”, disse Silva.
Perfil e comportamento dos jogadores
Como de costume, a pesquisa revela o perfil dos jogadores brasileiros. Neste ano, mudanças no perfil demográfico dos jogadores foram perceptíveis. Foi possível observar, por exemplo, que o número as mulheres jogando cresceu 2,3% em relação a 2024, atingindo 53,2% do público que joga jogos digitais.
A PGB 2025 também indica que a maioria dos gamers brasileiros (49,4%) são Millennials, ou seja, tem entre 30 e 44 anos. Porém, 53,2% dos Millennials não se consideram gamers.
Além disso, a classe média, concentrando as classes B2, C1e C2, representam o maior contingente de jogadores no País (44,4%), uma queda de 1,8% em comparação com o ano passado. Ao mesmo tempo, o número de pessoas de classes mais altas que jogam cresceu. A classe B1 teve uma alta de 7,7% em relação a 2024, alcançando o patamar de 19,3% dos gamers brasileiros.
Por sua vez, a classe A cresceu 1,2% em comparação com o ano passado, representando 17,1% da amostragem. As classes mais baixas, D e E, apresentaram um aumento de 12,8% em um ano, chegando a 20,3% da amostragem.
As pessoas que se identificam como brancas são a maioria dos gamers brasileiros (53,9%), seguidas pelas pretas e pardas, que representam 43,9%.
Por mais um ano, o smartphone segue sendo a plataforma preferida dos jogadores do País (40,8%). Entretanto, houve uma queda de 8% em relação à edição anterior do estudo. Ao mesmo tempo, o console cresceu 3%, atingindo 24,7% da preferência, e o computador teve uma alta 5,5%, chegando a 20,3%.
Fazendo um recorte de gênero, as mulheres seguem sendo a maioria dos jogadores de smartphone, representando 48,4%, e os homens, 32,2%. Entretanto, homens seguem como maioria entre aqueles que se consideram gamers, além de registrarem uma preferência por jogar no computador (36,1%).
Pais, filhos e os jogos digitais
Para entender como crianças e adolescentes têm se relacionado e consumido jogos digitais, neste ano, a PGB refinou o painel “Pais e Filhos”. Por meio da participação de pais e mães, o estudo identificou que a chamada Geração Alpha (entre 0 e 14 anos) se difere em vários aspectos das anteriores, como no uso das plataformas, por exemplo. De acordo com a pesquisa, 38,3% deles opta pelos jogos em console, enquanto a tendência entre gerações mais velhas é a preferência pelo smartphone.
Segundo a pesquisa 53,6% dessa geração que joga tem de 10 a 15 anos, sendo que 21,8% deles jogam entre oito e 20 horas semanais. Além disso, 42,7% da Geração Alpha joga online todos os dias, e 19,2% deles afirmam ter gastado entre R$ 101 e R$ 300 com games no último ano.
Metodologia
Para chegar nesses resultados, a PGB entrevistou 6.282 pessoas no Brasil, em 26 estados e no Distrito Federal, entre os meses de janeiro e fevereiro. Confira o estudo completo aqui.