Gastos com alimentos e bebidas ultrapassará R$ 1 trilhão

Fernando Murad
16 de outubro de 2024 - 6h30

As despesas das famílias brasileiras com alimentação e bebidas dentro e fora do lar ultrapassarão o patamar de R$ 1 trilhão até o final de 2024. Os dados são da Pesquisa IPC Maps e representam crescimento de 9,3% em relação ao ano passado, quando o consumo movimentou R$ 929,5 bilhões. (Veja tabela baixo com o crescimento por categoria e classe social)

O levantamento inclui despesas com alimentação e bebidas no domicílio (como alimentos in natura, industrializados, preparados e agregados como sacolão, varejão e cestão, além de bebidas e infusões como sucos artificiais, cafés moídos e solúveis, chás, refrigerantes, cervejas, aguardentes, vinhos e outras bebidas alcoólicas) quanto fora do lar (refeições, lanches, cafés da manhã, refrigerantes, cafezinhos, caldos, cervejas, chopes e outras bebidas alcoólicas).

Fatores de crescimento do consumo

De acordo com Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps, os maiores crescimentos, tanto em alimentação fora do domicílio quanto em alimentação no domicílio e bebidas, ocorreram nas classes A e C, responsáveis por mais de 50% do potencial de consumo destas categorias.

“A classe A é a mais abastada, topo da pirâmide social e compromete uma parte menor de sua renda com essas despesas básicas. Já a classe C, que pode ser classificada como classe média e é a que tem a maior participação quantitativa no total, é a que vem apresentando mais condições de melhoria de renda, por conta da diminuição do desemprego ao longo dos últimos meses”, avalia.

O avanço de renda propicia não apenas a melhoria nas condições de consumo de itens básicos, em termos de produtos de marca, um pouco mais caros que os de marcas não tão conhecidas, como também de compra de produtos que não são de cesta básica, afirma Pazzini.

As classes D e E também apresentaram aumento significativo na comparação entre 2023 e 2024 devido à melhoria das condições de emprego e renda. “Mas, neste caso, com acesso a produtos de primeira necessidade, pois a renda deste estrato social não permite aumentos de despesas, sob risco de faltar recursos para as demais despesas”, pontua.

Desempenho regional

O estado de São Paulo responderá por quase R$ 259,5 bilhões dos gastos e lidera o ranking regional, seguido por Minas Gerais (R$ 110,8 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 86,1 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 65,4 bilhões) e Paraná (R$ 65,4 bilhões).

O Distrito Federal, por sua vez, contabilizará a maior alta nas despesas com alimentos e bebidas, com avanço de 26,8% e R$ 17,1 bilhões de consumo. Na sequência, aparecem Piauí (alta de 18,5% e R$ 13,1 bilhões) e Paraíba (16,1% e R$ 15, 5 bilhões).

Das 27 unidades da federação, apenas três registram declínio. São elas Amapá (queda de 11,5%), Roraima (-8,6%) e Rondônia (-4,6%).

Já em termos de pontos de venda de serviços alimentícios, o IPC Maps apurou a abertura de 43.826 unidades. O número representa alta de 2,7%, totalizando 1,6 milhão de estabelecimentos no País.