Gigantes de alimentos fazem força-tarefa pelo pequeno varejo
Movimento “Nós” reúne Ambev, Aurora Alimentos, BRF, Coca-Cola Brasil, Grupo Heineken, Mondelez International, Nestlé e PepsiCo e destinará R$ 370 milhões a esse perfil de comércio
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Meio & Mensagem
29 de maio de 2020 - 12h37
Será lançada oficialmente no próximo dia 2 de junho uma coalização entre oito grandes empresas de alimentos e bebidas que decidiram se unir para dar um auxílio financeiro e de conteúdo a pequenos varejistas em processo de retomada das atividades nesta crise gerada pela Covid-19. O movimento denominado “Nós”, conta com Ambev, Aurora Alimentos, BRF, Coca-Cola Brasil, Grupo Heineken, Mondelez International, Nestlé e PepsiCo.
Juntas, eles devem investir mais de R$ 370 milhões e, assim, ajudar em torno de 300 mil pequenos comércios em todo o Brasil, entre bares, lanchonetes, padarias, mercearias, empórios e restaurantes, que, segundo essas empresas, empregam cerca de um milhão de pessoas e proporcionam impacto positivo em aproximadamente três milhões de vidas.
As iniciativas foram divididas em quatro frentes. A primeira é a reabertura segura desses comércios, tendo como foco a saúde, ou seja, compartilhamento de protocolos e treinamentos de proteção e saúde, kits com máscaras, álcool em gel, cartilha de boas práticas e cartazes, entre outros itens. O segundo ponto é o reabastecimento facilitado de estoque; cada empresa se compromete a oferecer condições comerciais, adicionais às já praticadas individualmente, para ajudar os pequenos PDVs a se reabastecer, especialmente na primeira compra, com prazos maiores de pagamento, pagamento em maior número de parcelas, crédito digital para a primeira compra, descontos especiais, produtos bonificados e produtos consignados.
Em terceiro lugar estão ações que fortaleçam a relação entre comércios locais e seus consumidores. O grupo de empresas se propõe a assegurar condições para estimular o consumo quando os estabelecimentos puderem retomar as atividades, ajudando o pequeno varejista a melhorar sua rentabilidade, por pelo menos três meses. Para isso, prevê reposição de estoques de produtos com descontos adicionais aos valores totais dos pedidos ou em itens selecionados, seleção de produtos com promoção especial para ser repassado o desconto para o consumidor, retorno de créditos a cada compra para ser usado em pedidos futuros (cashback) etc.
Por fim, as empresas devem compartilhar com o pequeno varejista todas as informações importantes ao mercado, no que diz respeito às medidas de retomada gradual das atividades, a que tem acesso por meio da imprensa, associações e institutos de pesquisa.
Em entrevista ao Meio & Mensagem, em live do Conectando o Mercado, Marcelo Melchior, CEO da Nestlé, afirmou que o desenvolvimento do projeto levou um mês e que o principal cuidado ao sentar com os concorrentes foi assegurar que o protagonismo não era das empresas. “Em projetos e coalizões como essa, é importante deixar questões concorrenciais de lado, deixar o protagonismo de lado e dar foco aos pequenos empreendedores.” Ainda segundo Marcelo, a indústria de alimentos e bebidas já possui um histórico em desenvolver projetos em conjunto. “Neste caso, em especial, participaram agências de publicidade, escritórios de advocacia e consultorias, todos em trabalho pro bono”.
Confirmando a afirmação de Melchior de que a ideia não era o protagonismo das empresas, o projeto passa pela consultoria em governança da Bain & Company e chegou a ser submetido à análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que o analisou e homologou no meio da semana.
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