Global Soft Power Index 2025: China cresce e Brasil estaciona

Meio & Mensagem
20 de fevereiro de 2025 - 6h01

Brasil permanece na 31ª posição do Global Soft Power Index, ranking da Brand Finance (Crédito: Red Sdecoret/Shutterstock)

Os Estados Unidos continuam como a nação de soft power mais influente de mundo. Porém, a China cresce e fica em segundo lugar, ultrapassando pela primeira vez o Reino Unido. Isso é o que revela a sexta edição do Global Soft Power Index, ranking da Brand Finance que indica a capacidade dos países de influenciar outros, considerando fatores como comportamentos e preferências.

O Brasil, por sua vez, continua figurando em 31º lugar, mesma colocação obtida em 2024 e 2023. Ao considerar todas as edições do Global Soft Power Index, a melhor posição do País foi 28º em 2022, enquanto a pior foi em 2021, quando estava em 35º lugar.

Apesar da estagnação do Brasil, a reputação do País como uma potência nos esportes é inegável, uma vez que o Brasil lidera o ranking global de “líderes nos esportes”, segundo o relatório, devido ao seu legado duradouro no futebol, em grandes torneios internacionais e em jogadores de classe mundial.

O Brasil também se destaca como potência cultural, visto que ocupa a 15ª posição no pilar “Cultura e Patrimônio”. Segundo o levantamento, eventos, como o Carnaval, o alcance global crescente dos gêneros musicais brasileiros e uma forte indústria do turismo aumentam o apelo internacional da nação. Além disso, o País é reconhecido como o lar das pessoas mais “divertidas” do mundo e ocupa o 9º lugar por ser percebido como “amigável”.

Entretanto, o que continua mantendo o Brasil estagnado no Global Soft Power Index são os desafios de governança. O País aparece em 76º lugar em Governança, com percepções baixas para ‘altos padrões éticos e baixa corrupção’ (133º globalmente) e ‘seguro e protegido’ (152º globalmente). O relatório indica que a constante instabilidade política, assim como a preocupações sobre crime e transparência, seguem sendo os obstáculos para fortalecer a confiança e a credibilidade internacionais.

Na América latina, na sexta edição do Global Soft Power Index, a Argentina caiu quatro posições, figurando em 42º, e o México duas, ficando em 43º. Segundo o levantamento, esses declínios são motivados, em grande parte, por pontuações mais baixas em Governança, Educação e Ciência e Futuro Sustentável, embora todas as três nações (Brasil, México e Argentina) continuem pontuando alto em Familiaridade, classificando-se em 12º, 19º e 6º, respectivamente.

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Entretanto, nem toda a América Latina está em declínio no soft power. El Salvador é o país que mais cresce globalmente, subindo 35 posições e atingindo a 82ª posição no ranking. O relatório indica que isso é resultado de melhorias em oito pilares. Além disso, outros países da região estão crescendo, como Chile (54º), Colômbia (61º) e Panamá (64º).

Estados Unidos mantém liderança, mas China avança

Os Estados Unidos mantêm a 1ª posição do Global Soft Power Index, com uma pontuação recorde de 79,5 em 100. Por mais um ano, o país lidera nos KIPs de familiaridade e influência, três dos oito pilares do soft power, e está em primeiro lugar em 12 dos 35 atributos de marca nacional.

Por outro lado, o ranking mostra que a reputação dos EUA foi atingida, caindo quatro posições, deixando o país na15ª posição globalmente, e a governança do país também caiu quatro posições, chegando no 10º lugar. O relatório indica que isso provavelmente acontece devido a tensões políticas internas e à natureza polarizadora da campanha presidencial, que estava em andamento durante o período da votação.

Pela primeira vez, a China ultrapassou o Reino Unido no Global Soft Power Index, ficando em 2º lugar, com uma pontuação de 72,8 em 100. Essa foi a posição mais alta do País desde a primeira edição do ranking.

De acordo com o relatório, desde 2024, a China registrou uma alta estatisticamente significativa em seis dos oito pilares do ranking e em dois terços dos atributos medidos, decorrentes de esforços estratégicos, incluindo projetos do Cinturão e Rota, um foco maior na sustentabilidade, marcas nacionais mais fortes e reabertura pós-pandemia para visitantes.

O ranking mostra que a queda do Reino Unido para o terceiro lugar, atrás da China, reflete um período de estagnação das percepções de marca-nação do país. Apesar de as pontuações do Reino Unidos permanecerem relativamente estáveis, a falta de progresso em pilares-chave – especialmente Negócios e Comércio, caiu para 6ª posição, e Governança, para o 3ª. Isso indica que o Reino Unido deve reforçar sua estratégia de Soft Power, segundo o relatório.

Metodologia

O Global Soft Power Index é realizado pela Brand Finance com base em uma pesquisa com mais de 170.000 entrevistados, de mais de 100 países, para reunir dados sobre percepções globais de todos os 193 estados-membros das Nações Unidas.

Dessa forma, o estudo fornece uma análise aprofundada do status evolutivo do Soft Power das nações, à medida que navegam por mudanças e desafios globais significativos. Soft Power é a capacidade de uma nação de influenciar outras na arena internacional por meio de atração e persuasão, em vez de coerção. Cada nação é pontuada em 55 métricas diferentes para chegar a uma pontuação geral de 100 e classificada em ordem de 1º a 193º.

Confira o ranking abaixo