Google Assistente no Brasil vai dar água?
Não, mas vai vender Bonafont, primeiro projeto para usar comando de voz no Brasil, que espera atingir 20% das vendas de galões em 2019 e 2020
Não, mas vai vender Bonafont, primeiro projeto para usar comando de voz no Brasil, que espera atingir 20% das vendas de galões em 2019 e 2020
Salvador Strano
10 de dezembro de 2018 - 6h07
A Bonafont será a primeira empresa brasileira a comercializar produtos pelo Google Assistente. Com a chegada da API ao Brasil, será possível comprar galões de dez e 20 litros por meio do assistente virtual dos aparelhos Android e IOS. Criada pela Pontomobi, que é também sócia do projeto, a iniciativa é uma continuação do Bonafont Em Casa, serviço digital de comercialização de galões retornáveis por meio do contato direto entre clientes e distribuidores.
Neste primeiro momento, a novidade está disponível na capital paulista e no litoral do estado. Com o novo recurso de venda por voz, entretanto, a expectativa da marca é expandir o Bonafont Em Casa para todo o território nacional em até dois anos. Até lá, a expectativa é que aproximadamente 20% do seu volume de vendas seja nos canais digitais.
“O segmento de galões retornáveis acabou se formando em pequenos distribuidores de água”, afirma Rodrigo Matheus, gerente de marketing de retornáveis da Danone Águas Brasil. Por causa disso, explica o executivo, a digitalização do setor deve passar por um modelo parecido com o do Uber. “Precisamos de uma capilaridade de lojas atendendo os consumidores, e nosso serviço levando clientes a eles”, afirma. Para alcançar os 20% esperados, outras iniciativas digitais serão lançadas nos próximos meses.
Sincronia entre as partesO Google lançou a possibilidade de realizar transações por voz nos Estados Unidos em março deste ano. Agora no Brasil, a expectativa é que a ferramenta seja complementar aos serviços de voz já presentes na plataforma Android.
“As empresas pensam essa estratégia como um todo, e a transação é um pedaço disso”, aponta Marco Oliveira, gerente de parcerias do Google Assistente. “Para o varejista, você vê que há um momento de pesquisa por produto. Depois disso, também há a parte de compra e, depois, uma questão de agenda, onde é possível receber ajuda para receber os dados do pedido, como endereço e data da entrega”, conta.
Além de Bonafont, no Brasil o aplicativo 12 Minutos também anunciou a possibilidade de transações por voz no Google Assistente. Entretanto, a diferença é que no app as compras geram produtos digitais, que são resumos de livros em áudio, e não resultam em aquisições físicas como no caso dos galões da Bonafont.
Aculturamento
As características do mercado brasileiro apontam para uma relevância cada vez maior da ferramenta no País. O Brasil, segundo dados da plataforma, é o terceiro maior usuário de Google Assistente do mundo, sendo que o português já é o segundo idioma mais falado dentro do ambiente de voz da empresa.
Entretanto, a novidade não é para todo tipo de produto, segundo Xavier. “Para que dê certo, precisa ter relação com o negócio. Se de um lado a compra por voz funciona muito bem para compras repetidas e com baixa variedade de SKUs, no outro extremo, há as compras assistidas, onde com algumas perguntas é possível entregar uma solução. Nesse ambiente também pode funcionar muito bem”, explica.
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