Idosos sentem falta de produtos
67% dos brasileiros acima de 60 anos sentem falta de produtos e serviços específicos
67% dos brasileiros acima de 60 anos sentem falta de produtos e serviços específicos
Karina Balan Julio
4 de novembro de 2016 - 16h28
A geração dos millennials tem estado no centro das conversas sobre consumo e comportamento, e as marcas têm elaborado estratégias exclusivas para este público. Por outro lado, existe uma faixa etária ainda pouco observada pelas empresas: os idosos. Uma pesquisa divulgada esta semana pelo SPC (Serviço de proteção ao crédito) pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que 67% dos idosos são os únicos decisores sobre as compras que fazem, mas três em cada dez (34%) afirmam sentir falta de produtos para a terceira idade.
Para o levantamento, foram consultados 619 consumidores com idade acima de 60 anos de ambos os gêneros e de todas as classes sociais nas 27 capitais brasileiras, entre agosto e setembro deste ano.
“Nas próximas quatro décadas a população da terceira idade deve triplicar, chegando a mais de 66 milhões de pessoas, quase 30% da população. O mercado, portanto, deve se preparar e conhecer cada vez melhor as especificidades deste consumidor a fim ampliar sua participação no mercado e sua lucratividade”, disse Honório Pinheiro, presidente da CNDL, em comunicado à imprensa.
Embora a maioria dos idosos garanta ter autonomia para decidir como gastar o próprio dinheiro, boa parte se ressente da falta de produtos pensados para atender às suas necessidades. De acordo com 13% participantes, os produtos que mais fazem falta são celulares com teclados e telas maiores, seguidos de locais para diversão e roupas. Em relação às roupas, 17% acham que é difícil comprar, uma vez que encontram peças para pessoas muito idosas ou muito jovens.
“É um consumidor que nem todo mercado está preparado para tratar, e não existem lojas especializadas. As marcas se preocupam com a geração atual e esquecem uma grande massa de pessoas que detêm o capital e tomam as decisões”, avalia Marcos Callegari, diretor de projetos da Escopo Geomarketing, especializada em pesquisa de mercado.
Para ele, o setor de tecnologia tem pecado em atender essa população, que já é grande, e assim perdido potencial de mercado. O setor automobilístico, por sua vez, tem aproveitado melhor esta possibilidade. “Neste setor, quando falamos de carros de alto custo como SUV’s, cerca de 60% dos decisores de compra têm mais de 60 anos. É um produto pensado para a melhor idade, desde o conforto, design e acessibilidade”, conta Marcos.
Quando se trata de atendimento e pontos de venda, 70% dos idosos acreditam que é preciso haver melhorias. Três a cada dez idosos acreditam ainda que os rótulos devem ser mais fáceis de serem lidos.
A pesquisa mapeou também os desejos de consumo da terceira idade. Até o fim do ano, desconsiderando compras de produtos básicos para a residência, os entrevistados pretendem comprar roupas (29%), viagens (20%) e calçados (19%). Mais da metade dos entrevistados pretendem comprar produtos ou serviços que demandam uma quantia financeira maior nos próximos 12 meses, como viagens, eletrodomésticos e tratamentos dentários estéticos. Nos últimos 12 meses, 55% e 10% dos entrevistados fizeram viagens nacionais e internacionais, respectivamente.
“Os idosos querem comprar produtos desenvolvidos especialmente para eles, mas também desejam diversidade e qualidade. O momento é de oportunidade de grande potencial em segmentos como os de lazer, serviços, logística e saúde”, concluiu Honório.
Já os meios de comunicação mais consumidos pela terceira idade são TV aberta (80%), rádio (50%), TV por assinatura (45%) e internet (43%). Ente os conteúdos que interessam este público estão novelas, filmes e saúde.
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