Como o consumidor enxerga o impacto das marcas na sociedade?
Pesquisa da Walk the Talk identificou as empresas de acordo com classificação de amostra da população brasileira; O Boticário, P&G e Natura aparecem no topo
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Giovana Oréfice
9 de janeiro de 2023 - 8h25
Diante de um mundo com inúmeros problemas, a luta pela melhoria da sociedade e do meio-ambiente não fica restrito às instituições não governamentais e ao próprio governo unicamente, mostrando o impacto crescente das marcas na sociedade.
A terceira edição da pesquisa Global Positioning on Sustainability (GPS), da impact-tech Walk the Talk, da La Maison & CONEXT, constatou que os consumidores têm posições claras no que diz respeito a questões como desemprego, saúde, entre outros.
O estudo ouviu 4.859 indivíduos de Norte a Sul do País. A amostra continha homens e mulheres de 16 a 64 anos, das classes A, B e C, e foi consultada em outubro do ano passado.
81% dos entrevistados se importam ou são muito ativistas em relação ao desemprego. A mesma porcentagem se relaciona à saúde, enquanto 79% e 77% citam pobreza e educação como os problemas atuais mais relevantes.
ESG: o que é, vantagens e como implementar?
Além disso, a impact-tech também trouxe à tona marcas de diversos segmentos, desde beleza, moda e limpeza até fast-food, bancos e supermercados. Entre as 10 ações mais esperadas das empresas, 7 se relacionam a problemas ambientais. A devolução de recursos naturais (6,6 pontos) e a mudança de produtos e serviços ambientalmente sustentáveis (5,6) aparecem no topo do ranking. Além disso, o consumidor se preocupa com o uso de menos recursos naturais (5,3) e redução de impactos das mudanças climáticas e aquecimento global (5).
“A expectativa é que empresas que tenham poder, dinheiro e força para pressionar o governo e instituições, e que isso seja parte da agenda delas”, explica Juliana Simão, partner na Walk the Talk. Ademais, os consumidores também identificaram problemas relacionados aos âmbitos sociais e de governança, mostrando o impacto de ações ESG nas estratégias das corporações.
Por meio de análises estatísticas realizadas para os resultados da pesquisa, as marcas foram divididas em cinco grupos em relação aos seus impactos na soceidade. A pergunta feita aos entrevistados foi: “Pensando nos possíveis problemas atuais do mundo listados a seguir, você diria…”. A princípio, as marcas classificadas como “Baixo” em ações para combater problemas atuais foram: Hellmannn’s, Doritos, Cheetos, BIG, Lays, Disney, Rappi e XP.
Já as que ficam na faixa de “Regular”, aparecem nomes como Dove, Pspsico, Facebook, Instagram e Burger King. Enquanto isso, Amazon, Globo, Adidas e Magalu, bem como McDonald’s e iFood são algumas das que compõem o grupo “Médio”.
Da mesma forma, os resultados mais altos foram obtidos por empresas como Unilever, P&G, Ambev, O Boticário, Nestlé, Coca-Cola, Itaú e Google. Igualmente, estão nesta faixa: Omo, Ypê, Guaraná Antarctica, Petrobras e Heineken. A Natura é a única que ocupa a classificação “Muito alta”, com pontuação acima dos 600.
“As empresas que não se adaptarem a isso, efetivamente correm o risco de perderem mercado”, diz Juliana sobre o comportamento das marcas frente a problemas atuais. “Apesar da crise econômica dos últimos seis meses ter se acentuado, do brasileiro ainda estar “engatinhando” em questões ESG, já existe sim uma preocupação, que já se reflete em boicote ou troca de marcas e isso acaba chegando na indústria”, acrescenta.
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