“Investimento em inovação não pode parar”, diz CEO da OLX
Andries Oudshoorn destaca que o atual momento exige, de todas as empresas, repensar o fluxo e a jornada de transações digitais
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Luiz Gustavo Pacete
16 de junho de 2020 - 6h00
De acordo com o estudo “Novos hábitos digitais em tempos de Covid-19”, realizado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), em parceria com a consultoria Toluna, 61% dos consumidores que compraram online durante a quarentena aumentaram o volume de compras devido ao isolamento social. Além disso, em 46% dos casos, esse aumento de compras foi superior a 50%.
O grande destaque foi a compra de alimentos e bebidas para consumo imediato por delivery, que cresceu para 79% dos entrevistados. “É um momento em que se faz ainda mais necessário pensar o fluxo e a jornada de negociação e venda de forma digital junto com nossos clientes e ampliarmos a orientação para que eles aproveitem esse momento e aprimorem seus pontos de contato”, diz Andries Oudshoorn, CEO da OLX Brasil.
Em entrevista na edição semanal de Meio & Mensagem, cuja integra, bem como o acervo, estão disponíveis até o fim de junho liberados para acesso gratuito pela plataforma Acervo, o executivo também falou sobre os impactos da pandemia no varejo digital e reforça a necessidade de manter investimentos em inovação. No ano passado, segundo Oudshoorn, a OLX direcionou R$ 250 milhões em investimentos para a operação brasileira, sendo parte relevante destinada à tecnologia e inovação.
Meio & Mensagem – De que maneira esse novo modelo de consumo vem exigindo novas práticas e iniciativas da empresa?
Andries Oudshoorn – Comodidade e segurança são atributos ainda mais essenciais neste momento, o que acelera ainda mais nossos desenvolvimentos nesta área, nos fazendo redefinir estratégias, remodelar times e priorizar diferentes entregas para atender rapidamente às novas demandas. Não é somente sobre agilidade e segurança, mas também sobre oferecer a melhor experiência de compra e venda. Um exemplo claro é o desafio de digitalização do mercado, especialmente de alguns setores que ainda possuem processos de compra e venda tão offline, como o de imóveis e automóveis. Precisamos, juntos, pensar no fluxo e na jornada de negociação e venda de forma digital e apoiar nossos usuários na oferta de tecnologia e todas as ferramentas digitais que serão os grandes facilitadores desta transformação. No modelo de trabalho, nos surpreendemos positivamente com a produtividade dos nossos times remotos, o que abre uma possibilidade de recrutar engenheiros de software e desenvolvedores – tão assediados pelo mercado – fora do eixo Rio-São Paulo, gerando impacto também no mercado de trabalho.
M&M – Mesmo antes da pandemia, o e-commerce ainda tinha muito a crescer no Brasil como fica a cultura do consumidor em relação às compras online a partir de agora?
Oudshoorn – Há dez anos, quando a OLX chegou no país, o brasileiro não tinha o costume de comprar e vender itens usados. Hoje, temos cerca de 60 milhões de usuários que acessam nossa plataforma por mês. Foi um desafio para contribuir com a mudança de hábito das pessoas. Principalmente no modelo de negócios que operamos baseado em desapegar das coisas que não usamos e fazer a economia circular. Hoje, inclusive, existe o entendimento de que é possível ter um ganho financeiro com essa atitude.
M&M – Qual o papel da inovação e o processo de transformação digital da OLX e como vinha sendo esse processo?
Oudshoorn – A gente entende que o investimento em inovação precisa ser contínuo. Em 2019, investimos R$ 250 milhões na operação brasileira, 25% a mais do que no ano anterior. Temos também um papel importante como agente de digitalização dos usuários, pois acreditamos que a tecnologia e todas as ferramentas digitais serão os grandes facilitadores desta transformação. Pensamos no fluxo e na jornada de negociação e venda de forma digital junto com nossos clientes e os orientamos a aproveitar este momento para aprimorar seus contatos e interações virtuais com possíveis clientes, desenvolver ou ajustar sua vitrine digital, como a página de perfil da OLX na plataforma, criar, melhorar ou impulsionar seus anúncios, e se preparar para quando o momento de normalidade voltar, ter qualificado e esquentado os seus leads e prospects.
M&M – Como você enxerga o futuro do e-commerce pós-pandemia, quais os aprendizados e novos desafios deste segmento?
Oudshoorn – Com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que quem puder fique em casa, é natural que alguns consumidores que não utilizavam o e-commerce comecem a usar. As pessoas estão se adaptando a essa nova realidade de afastamento social e estão aderindo mais aos serviços online, as barreiras de entrada diminuíram. Essa adaptação possivelmente fará com que a sociedade se torne ainda mais digital após a pandemia e o e-commerce tenha mais adeptos. Como as pessoas estão adotando novos hábitos, as empresas terão que se adaptar a essa nova realidade, o que será um desafio, pois o segmento continuará em transformação. Nossa plataforma é democrática e focamos naquilo que é importante para o usuário. Investimentos cada vez mais em tecnologia para proporcionar melhorias na experiência do usuário e entregar um produto que as pessoas se identifiquem.
A íntegra desta reportagem está publicada na edição semanal de Meio & Mensagem, que até o fim de junho pode ser acessada gratuitamente pela plataforma Acervo, onde é possível consultar ainda todas as edições anteriores que circularam nos 42 anos de história da publicação. Também está aberto a todo o público, gratuitamente, o acesso à versão digital das edições semanais de Meio & Mensagem, no aplicativo para tablets, disponível nos aparelhos com sistema iOS e Android.
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