IPO da Netshoes é boa notícia para o Brasil
Atendida há dez anos pela Fbiz, holding captou US$ 149 milhões na NYSE sendo a primeira empresa de comércio eletrônico brasileiro a abrir capital no exterior
Atendida há dez anos pela Fbiz, holding captou US$ 149 milhões na NYSE sendo a primeira empresa de comércio eletrônico brasileiro a abrir capital no exterior
Luiz Gustavo Pacete
17 de abril de 2017 - 9h10
Após anos de expectativa, uma empresa de comércio eletrônico brasileira abriu capital na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). Na semana passada, a Netshoes captou US$ 149 milhões. A empresa havia entrado com pedido de listagem na bolsa em 16 de março. A Netshoes foi fundada pelos descendentes armênios Marcio Kumruian e o primo Hagop Chabab e surgiu como uma sapataria no centro de São Paulo, em 2000. Atualmente, é a holding das marcas Netshoes e Zattini.
Netshoes capta US$ 149 milhões em IPO
Marcelo Coutinho, consultor digital e professor de estratégia e comunicação da Fundação Getúlio Vargas, comenta que, diante de toda a situação que vive o varejo brasileiro, o IPO da Netshoes é uma ótima notícia. “Com a Netshoes, todo trimestre teremos um material interessante (e oficial) para analisar e avaliar tendências para o e-commerce brasileiro”, diz Coutinho.
Na visão de Ralphe Manzoni Jr, jornalista especializado em negócios da Istoé Dinheiro, a abertura de capital da Netshoes é um marco para as startups brasileiras, mas ainda está longe de gerar uma empresa bilionária. “Havia expectativa de que a Netshoes poderia ser, oficialmente, o primeiro unicórnio brasileiro. Análises pré-IPO diziam que seu valor poderia chegar a mais de US$ 1 bilhão. Mas a empresa de Kumruian foi avaliada em aproximadamente US$ 560 milhões”, escreveu Manzoni.
Pedro Guasti, CEO da consultoria Ebit, afirma que, para o mercado, o IPO da Netshoes significa um sinal que os investidores e agentes internacionais acreditam no modelo e que apostam no crescimento da empresa tanto em expansão internacional quanto como a possibilidade de apresentar resultados positivos aos acionistas nos próximos anos. “Inicialmente, trará acesso a recursos mais baratos, potencializando a capacidade de investimento, além de visibilidade e oportunidades de acesso a mercados internacionais”, diz Guasti.
Ele ressalta, no entanto que, como empresa de capital aberto, ela precisará de uma governança corporativa muito rigorosa e a necessidade de informar trimestralmente seus resultados. “Expondo abertamente sua estratégia de crescimento e sua capacidade de entregar o que o mercado espera. A empresa nos últimos anos vem apresentando um crescimento acima da média do mercado de e-commerce brasileiro, lançando novos modelos de negócios”, observa Guasti.
Pedro Reiss, sócio e co-CEO da agência F.biz, agência que atende há marca há dez anos, esteve em Nova York para acompanhar o IPO da Netshoes. “Trabalhamos com a Netshoes desde 2007 e nestes 10 anos o nosso escopo de atuação mudou muitas vezes. O que nunca mudou foi a atitude da Netshoes em tudo o que faz. Empreender no Brasil não é fácil e os últimos anos foram especialmente complicados”, diz Reiss.
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