Irreverência e acidez no marketing de Deadpool
Um dos filmes de orçamentos mais enxutos da Fox se notabilizou pela criatividade e o grau de envolvimento do personagem com as ações
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Luiz Gustavo Pacete
17 de maio de 2018 - 7h00
Quando o primeiro filme do personagem Deadpool, da Fox, estreou em 2016, o orçamento foi de US$ 50 milhões, considerado baixo para os padrões de Hollywood. Vingadores Guerra Infinita, o recorde atual do Universo Marvel, por exemplo, custou US$ 316 milhões. O Deadpool 2, que estreia nesta quinta-feira, 17, ganhou um incremento elevando seu orçamento para US$ 100 milhões, no entanto, a mentalidade do marketing da franquia continua sendo o de “guerrilha” ou fazer mais com menos.
A combinação de recursos mais limitados e um personagem irreverente, sádico e diretamente conectado com o mundo digital, possibilitou que Deadpool aproveite ao máximo suas oportunidades de viralizar. A divulgação do filme sempre foi focada em gerar memes e conexão no ambiente digital. Além disso, a manutenção do personagem ativo entre o primeiro e o segundo filme foi fundamental para manter a franquia no imaginário. Da tentativa de falar português para promover a CCXP, passando por um carro de pamonha no centro de São Paulo, as ações de marketing de Deadpool têm muita relação com a personalidade do personagem.
Veja algumas das ações, no Brasil e no mundo, que expressam o estilo guerrilha de Deadpool:
Membro da X-Force, Peter W, amigo de Deadpool ,ganhou um perfil no Linkedin.
Para anunciar a pré-venda do segundo filme do herói Deadpool, da Marvel, a Fox Film convidou o piloto Rubens Barrichello para protagonizar um vídeo. Na produção, Rubinho ultrapassa todas as pessoas que estão na fila para a compra do ingresso do filme.
Com o objetivo de promover o estande da Fox na CCXP do ano passado, Deadpool publicou um vídeo em que tentava falar em português e chamava a atenção para as tatuagens que seriam feitas no evento.
Nesta semana, o personagem apareceu no programa de TV de Stephen Colbert onde brincou com a estrutura dos talk-shows, com Jamie Foxx e Donald Trump. “O presidente Trump passou o dia reclamando de vazamentos na Casa Branca, e todos nós sabemos que ele prefere vazamentos em quartos de hotéis russos”, disse.
Em São Paulo, Deadpool contratou uma Kombi para distribuir pamonhas no centro. “Não seja um pamonha”, dizia o alto falante do carro.
No primeiro filme, Deadpool fez comentários ácidos em relação à voz do jogador David Beckham e, posteriormente, voltou em um vídeo com o jogador tentando fazer as pazes.
Para divulgar o filme na Coreia do Sul, o ator Ryan Reynolds surgiu mascarado no programa de talentos King of Masked Songs, para cantar “Tomorrow“ fantasiado de unicórnio, fetiche do personagem.
A cantora canadense Céline Dion está na trilha sonora de Deadpool 2 e gravou uma performance juntamente com Deadpool durante o programa Good Morning America.
Em abril, Deadpool pediu para se juntar aos Vingadores, que havia estreado naquela semana. Em resposta, uma carta de Tony Stark, o Homem de Ferro, dispensa os serviços de Deadpool. “Não, absolutamente não. Vá incomodar o Professor X”.
Em uma das primeiras ações para promover o filme, a Fox lançou um vídeo em que Deadpool aparece usando chimichangas, prato tex-mex, para mostrar a diferença entre IMAX e telas regulares.
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