Isolamento aquece setor de casa & construção
Redes registram aumento da procura por itens domésticos e investem em conteúdo sobre cuidados com o lar e novos canais de venda
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Karina Balan Julio
2 de julho de 2020 - 6h09
Uma das premissas do novo normal é a de que consumidores tendem a passar mais tempo em casa após a pandemia de Covid-19, mesmo com o afrouxamento do distanciamento social. Desde o início do isolamento, consumidores vêm ressignificando a relação com suas casas, que se tornaram espaços de trabalho, escola, academia e restaurante ao mesmo tempo. Assim como outros segmentos, os setores de construção, móveis e decoração sofrem os impactos do fechamento de lojas físicas e queda em vendas, mas, por outro lado, aproveitam demandas emergentes de consumidores em casa.
“Logo percebemos que o isolamento social fez com que as pessoas criassem novas relações com suas casas. Organizar e deixar a casa mais confortável passou a ser uma prioridade clara da noite para o dia. As pessoas estão transformando suas casas, encontrando espaços que antes estavam esquecidos e buscando deixá-los mais funcionais”, analisa Maurício Ferro, head de marketing e comunicação da Tok&Stok.
Essa tendência não deve se enfraquecer com o relaxamento do confinamento. “Muitas pessoas devem prolongar bastante essa permanência em casa, à medida que várias empresas já anunciaram políticas de home office permanentes. Mais do que isso, nos próprios momentos de lazer, a tendência é que as pessoas devem ficar mais em casa a frequentar espaços públicos e com aglomerações”, acrescenta Pablo Satyro, diretor de marketing e e-commerce das redes Telhanorte e Tumelero.
Segundo uma pesquisa da empresa com seus clientes, realizada em maio, 44% começaram uma obra depois do início da quarentena. Não por acaso, marcas ligadas a estes setores estão investindo em canais de vendas online, integração com serviços digitais e intensificando a produção de conteúdo sobre o cuidado com a casa.
Demandas e canais
Com lojas fechadas desde o início da pandemia, a Tok&Stok investiu na criação de um canal de venda via WhatsApp e chat online. “Entendemos que muitos clientes não se sentiam tão à vontade fazendo as compra online sem a ajuda de um especialista. Com esses canais, possibilitamos consultas ao vivo com nossos atendentes”, explica o head de marketing.
A Telhanorte e a Etna, por sua vez, instituíram sistemas de compra via drive-thru em respeito ao isolamento social. A Telhanorte criou, ainda, um caminhão itinerante, o “Telhanorte já”, que passa por condomínios, oferece produtos a preço de custo e empréstimo gratuito de ferramentas. Também viabilizou condições de venda exclusiva para idosos, como entregas grátis. “O que temos feito é uma prestação de serviço, revertendo nossa visão comercial para uma visão de entendimento do momento atual. Queremos ajudar as pessoas a construir a experiência que precisam dentro da casa delas”, analisa Pablo.
A íntegra desta reportagem está publicada na edição semanal de Meio & Mensagem, que até o fim de julho pode ser acessada gratuitamente pela plataforma Acervo, onde é possível consultar ainda todas as edições anteriores que circularam nos 42 anos de história da publicação. Também está aberto a todo o público, gratuitamente, o acesso à versão digital das edições semanais de Meio & Mensagem, no aplicativo para tablets, disponível nos aparelhos com sistema iOS e Android.
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