Lojas de postos vão além da conveniência
Redes investem na expansão de unidades com parcerias, entregas digitais e investimento em tecnologia e na experiência do consumidor
Redes investem na expansão de unidades com parcerias, entregas digitais e investimento em tecnologia e na experiência do consumidor
Taís Farias
12 de maio de 2020 - 6h05
Nos últimos anos, o conceito de mobilidade vem sofrendo transformações intensas. O surgimento e a popularização de serviços que simplificam o deslocamento dentro das cidades e as mudanças no comportamento do consumidor que, hoje, busca mais por soluções para sua jornada de consumo do que, necessariamente, por produtos, levaram setores como o automobilístico a olhar para um futuro no qual o carro pode não estar mais no centro de sua estratégia e as ofertas precisam se multiplicar para um consumidor exigente e volátil. O clima de renovação respinga em outros mercados que orbitam esse ecossistema. Nos últimos meses, por exemplo, grandes redes de postos de combustíveis anunciaram movimentações em suas redes de conveniência, que têm ganhado mais espaço dentro da estratégia.
No começo deste ano, a Ipiranga anunciou que faria testes com seu modelo de conveniência, a marca am/pm, fora dos postos de combustível. A companhia possui mais de duas mil lojas no País e é a terceira maior rede de franquia brasileira, atrás apenas de O Boticário e McDonald’s, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF). De acordo com Marcello Farrel, diretor da am/pm, a ação é parte da ampliação dos negócios da marca e pretende integrar a conveniência a novos momentos de consumo do usuário. “Esse movimento de expansão coloca a nossa oferta de conveniência em outro patamar diante do varejo de mobilidade, além de ser um vetor de crescimento do negócio”, afirma o executivo.
Já em março, foi a vez de a BR Distribuidora apresentar uma reformulação de sua marca. Desenvolvido pela consultoria de branding e design GAD’, o projeto promete ser a mudança mais significativa na imagem dos postos e lojas de conveniência em 22 anos. O principal objetivo da ação é melhorar a experiência do usuário em todos os seus pontos de contato com a marca. Nas unidades BR Mania, a companhia pretende promover um redesenho da circulação interna, sinalização, uniformes e até das embalagens.
Um pouco antes, em agosto de 2019, a mexicana Femsa Comércio anunciou a compra de 50% das ações da Raízen Conveniências, divisão da joint venture formada pela Shell e a Cosan. O acordo foi avaliado em R$ 1,12 bilhão. Para além de alavancar a estratégia das lojas de conveniência Shell Select, o movimento foi o primeiro passo para o início das operações da rede de lojas de proximidade Oxxo no Brasil, o que ainda não tem data para acontecer. Com mais de 18 mil unidades em seu país de origem, a bandeira disputará o mercado de consumo rápido com bandeiras como Minuto Pão de Açúcar, Mini Mercado Extra e Carrefour Express.
Na ocasião, a Raízen afirmou que o aumento de 12% no faturamento da rede Shell Select havia sido um dos fatores que impulsionaram a expansão das operações da empresa e que a joint venture traria maior capacidade de crescimento para a marca. Não à toa, a empresa buscou um parceiro que tivesse expertise no mercado varejista. Os detalhes de como a operação se dará no Brasil ainda não foram divulgados.
A íntegra desta reportagem está publicada na edição semanal de Meio & Mensagem, que até o fim de maio pode ser acessada gratuitamente pela plataforma Acervo, onde também está disponível a consulta a todas as edições anteriores que circularam nos 42 anos de história da publicação. Também está aberto a todo o público, gratuitamente, o acesso à versão digital das edições semanais de Meio & Mensagem, no aplicativo para tablets, disponível nos aparelhos com sistema iOS e Android.
Crédito da imagem do alto: divulgação
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