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Os caminhos para a longevidade do luxo até 2030

Backslash, 180 Luxe e TBWA\Cult apresentam o relatório "Futuro do Luxo", que destaca principais mudanças do setor em três grandes escopos


28 de janeiro de 2025 - 6h01

luxo

Galeries Lafayette, em Paris, na França (Crédito: Rrrainbow/Shutterstock)

A incerteza geopolítica, o crescimento lento do PIB e a redução da renda são alguns dos obstáculos que o luxo tem esbarrado globalmente. Além disso, a ascensão das redes sociais, bem como os paradigmas das novas gerações no que diz respeito à sustentabilidade e responsabilidade social, têm obrigado o setor a se reinventar.

Em parceria com a 180 Luxe e a TBWA\Cult, a Backslash apresenta o relatório “Futuro do Luxo”. O levantamento realizado em 29 países, entre eles o Brasil, serve como um guia para que o setor do luxo se mantenha relevante até 2030 em meio às transformações do mundo. A versão em português do estudo está sendo disponibilizada pela iD\TBWA.

A análise global se divide em três capítulos, que detalham as principais mudanças identificadas. São eles: artesanato contemporâneo; máquinas de fantasia; e luxo sem limites.

Confira os principais insights de cada um dos capítulos:

Artesanato Contemporâneo

A tecnologia pode ser aliada, em vez de opositora, da manufatura de produtos artesanais — cada vez mais valorizados em meio à uma era de produtos fabricados em massa, aponta Whizy Kim, repórter da Vox que atua na cobertura da influência exercida pelas pessoas mais ricas do mundo.

Um estudo da Vogue Business ao lado do Google indica que metade dos consumidores de moda de luxo acreditam que a IA melhora a execução de uma marca quando usada no processo de design. Apesar disso, demandam um toque humano presente no produto. A IA pode ser aplicada, ainda, à oferta de recomendações personalizadas e previsão de tendências futuras.

Um exemplo é a parceria firmada entre a Coperni e a Nasa, que deu vida à uma Air Swipe Bag, uma bolsa transparente feita de 99% de ar e 1% de vidro. A inovação aberta será, ainda, relevante para práticas de circularidade no luxo.

A tecnologia também é relevante em meio aos esforços do combate à falsificação. Soluções de blockchain e RFID, por exemplo são capazes de tornar itens rastreáveis e, assim, garantir a autenticação e exclusividade das peças.

Ferramentas do tipo podem auxiliar na documentação de intervenções de reparo, facilitando diagnósticos futuros e a solução de eventuais novos problemas. Em relação a venda de itens de usados, a digitalização também pode potencializar a criação de narrativas, destacando a história de cada produto, memórias atreladas a ele, entre outros.

Máquinas de fantasia

O relatório “Futuro do Luxo” aponta que, “numa era de escolhas infinitas e sobrecarga de conteúdo, a construção de mundos fantásticos está se tornando essencial para a construção de marcas”. Em meio a um possível fim da cultura mainstream e à avalanche de conteúdos nas redes sociais, histórias notáveis ganham relevância.

Mais uma vez, novas tecnologias como a IA surgem como ferramentas poderosas para manter a tradição enquanto contam histórias antigas, resgatar elementos de seus arquivos, ampliar a conexão sensorial com a marca e construindo um legado para o futuro e para as próximas gerações.

Marcas podem se apropriar de espaços virtuais exclusivos e hiper personalizados, derrubando barreiras entre o on e o offline no processo de atendimento e compra, enriquecendo a experiência do cliente. Em espaços do tipo, – uma nova classe de experiências digitais em que o layout, a funcionalidade e o conteúdo são gerados dinamicamente em tempo real, conforme aponta a pesquisa. Apesar disso, é preciso ter cuidado com exageros.

Grifes também estão, cada vez mais, comportando-se como empresas de mídia. Em vez de apenas criar conteúdo, são capazes de influenciar na cultura pop no geral. É o caso da a Saint Laurent, que lançou sua produtora e seus
dois primeiros curtas-metragens: “Estranha Forma de Vida”, de Pedro Almodóvar, e um lançamento póstumo de Jean-Luc Godard, “Trailer do Filme Que Nunca Existirá: Guerras de Mentira”.

Luxo sem limites

Para o luxo, nada parece impossível e fora de alcance. O setor deverá satisfazer desejos inconscientes das pessoas, sobretudo de uma classe de bilionários que tem protagonizado uma demanda crescente por serviços exclusivos, como destinos e aventuras pouco exploradas e inalcançáveis para a maioria da população.

Ao mesmo tempo, limites vêm à tona, como a exploração do turismo espacial e do chamado turismo de última chance, que ganha força à medida em que locais correm o risco de desaparecer devido aos efeitos do aquecimento global. Neste sentido, espera-se que as empresas que atendem a elite se envolvam em causas de filantropia.

Outro debate gira em torno dos investimentos na longevidade. Há um anseio por tratamentos experimentais — como terapias genéticas e pílulas de exercício — e outros métodos que proporcionem uma vida cada vez mais longa.

Majoritariamente concentrada entre os ricos, a busca pela longevidade pode gerar consequências importantes. Entre elas o aumento da demanda por serviços e produtos de luxo para idosos, maior desigualdade financeira entre gerações e a necessidade de certificações para diferenciar promessas reais das falsas.

As questões éticas alcançam também o conceito da imortalidade digital. A sofisticação tecnológica permite que pessoas que já se foram continuem interagindo após a morte através de IA e avatares virtuais. Hologramas interativos e shows com artistas falecidos podem criar novas formas de conexão e entretenimento.

“Os insights do estudo mostram que o futuro do luxo não será apenas sobre produtos, mas sobre personalização, histórias, experiências e significados que ressoem com os valores e aspirações do consumidor contemporâneo”, analisa Camila Costa, CEO da iD\TBWA. A executiva diz, ainda, que os próximos capítulos do mercado de luxo no Brasil e América Latina serão moldados pela combinação de tecnologia, inovação e reputação criativa, direcionadas pelo desejo humano de obter experiências transformadora.

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