Maioria das empresas ainda não tem área de diversidade
Estudo da consultoria Mais Diversidade mapeou 293 organizações do Brasil e revela que, embora exista preocupação com o assunto, tema ainda não é tratado de forma estruturada
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Meio & Mensagem
26 de janeiro de 2021 - 6h00
As empresas já compreendem que a questão da diversidade é algo importante não apenas para a construção de um ambiente corporativo mais saudável, mas também para o próprio desenvolvimento do negócio. Apesar dessa percepção, a maior parte das empresas ainda não possui um programa estruturado de diversidade e inclusão em sua agenda e acabam abordando o assunto apenas de forma pontual.
Esse é o principal resultado de um estudo realizado pela consultoria Mais Diversidade a respeito do cenário de diversidade e inclusão nas empresas brasileiras, que foi realizado com 293 organizações nacionais e multinacionais, com matrizes em 34 diferentes países.
De acordo com o estudo, 65% das empresas não possuem uma estratégia concreta e planejada de diversidade e inclusão. Essas organizações realizações ações pulverizadas, sem que estejam atreladas a uma única diretriz. Geralmente, essas ações ficam sob a responsabilidade da área de Recursos Humanos.
A pesquisa ainda apontou que 33% das empresas apontam a pauta racial como seu maior desafio para o ano de 2021. De acordo com a análise da consultoria, os movimentos antirracistas que vêm ocorrendo em todo o mundo despertaram as empresas para ações mais afirmativas, mas a aplicação delas, na prática, continua sendo algo desafiador.
A percepção de que existe a necessidade de ampliar os investimentos em diversidade e inclusão é algo quase unânime: 97% das empresas pesquisadas declararam que querem manter ou ampliar as ações e investimentos em diversidade e inclusão neste ano. Segundo a pesquisa, 16% das empresas pretendem que a própria liderança seja a patrocinadora do assunto dentro das organizações.
Apenas 28% das empresas ouvidas na pesquisa possuem uma área focada apenas em diversidade e inclusão. Segundo a consultoria, isso reflete a necessidade de investir em uma mudança estrutural e cultural para que a agenda tenha mais força e ganhe importância em todas as áreas, não apenas no RH.
O estudo da Mais Diversidade ainda mapeou que as empresas até chegam a montar grupos por afinidades, de profissionais LGBTQIA+, pessoas com deficiência e negros, por exemplo (60% das empresas respondeu que há grupos do tipo na organização). Não há, no entanto, uma estrutura para orientar os programas desses grupos e direcionar suas atividades. “Essa pesquisa é um importante termômetro para as empresas brasileiras, porque agora sabemos em que patamar de D&I as organizações estão no país, de modo geral, e quais são os temas que devem ser priorizados para o fortalecimento da agenda nas organizações”, afirma Ricardo Sales, sócio-fundador da Mais Diversidade.
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