Malwee cria coleção de roupas com fios e garrafas pet reciclados
Com o nome de coleção Des.a.fio, peças estarão à venda no e-commerce da marca nesta quarta-feira, 17
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Rafaela de Oliveira
17 de maio de 2023 - 6h00
A Malwee lança nesta quarta-feira, 17 – data em que é celebrado o Dia Mundial da Reciclagem – a coleção Des.a.fio, composta por moletons feitos com o chamado “fio do futuro”, fabricado com 85% de roupas usadas e 15% de fibra pet, produzida a partir de garrafas pet.
O produto que agora estará à venda para o consumidor final, demandou aproximadamente dois anos de pesquisas para seu desenvolvimento, realizado em parceria com o Grupo Eurofios.
“A transformação de uma peça de roupa que não é usável em um fio novamente partiu de uma busca sobre circularidade na moda”, diz o diretor de marketing do Grupo Malwee, Greg Reis. “Temos orgulho de chegar nessa solução, mas sabemos que existe um caminho muito grande pela frente”, completa.
O diretor reforça que a empresa quer “afastar a ideia de que uma coleção sustentável é especial, nichada ou rara, a Malwee faz produto democrático, todos têm acesso”, pontua.
Entre 2022 e 2023, a Malwee transformou 4,7 toneladas de roupas recicladas em 3,1 toneladas de malha e 2.670 moletons da coleção Des.a.fio.
Em 2022, quando o movimento foi lançado com uma dinâmica de troca de peças, essa composição do fio apresentava uma proporção de 70% de roupas usadas e 30% de fibra complementar.
Neste ano registou-se um aumento de 15% de peças recicladas. Sendo assim, a marca retornará aos clientes que participaram da primeira etapa de troca para mostrar a concretização do projeto.
“A primeira coisa que buscamos é finalizar esse tecido como uma base confortável”, declara o diretor sobre produzir outras peças com o tecido desenvolvido. “O ‘fio do futuro’ faz parte de um cardápio de bases que a estilista pode escolher, tendo como foco uma vestimenta que faça sentido no dia a dia do consumidor”, explica.
Segundo a Global Fashion Agenda, a indústria da moda é a segunda mais poluidora do mundo, atrás apenas da petrolífera. Diante deste impacto ambiental, adotar uma cadeia de produção sustentável passa a ser um desafio para as empresas.
Sobre isso, Greg Reis afirma que juntar as ações sustentáveis ou dinâmicas comerciais é o primeiro desafio das empresas, pois toda inovação tecnológica demanda investimento.
Já o segundo desafio, segundo ele, refere-se à demanda. “Sabemos que existe um público crescente que demanda sustentabilidade, principalmente as pessoas que consomem moda”, pontua Greg, destacando, também, que, na realidade, não são todas as pessoas que estão conectadas ao assunto de sustentabilidade. “Existe uma porcentagem importante da população que não sabe o que é reciclagem, por exemplo”, acrescenta.
“A sustentabilidade não é um discurso que ajuda a vender, porque não é exatamente algo que as pessoas buscam, mas não temos que fazer por querer vender mais e sim por responsabilidade”, afirma o diretor.
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