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Marcas de beleza começam 2020 focadas em inovação

Enquanto Avon anuncia tecnologia que promete revolucionar a categoria de skincare, L’Oréal e Nivea se aproximam de startups


30 de janeiro de 2020 - 6h00

O primeiro formato com que o protinol, da Avon, chegará ao mercado (Crédito: Reprodução)

Os últimos dias têm estado agitados para algumas das principais marcas de beleza em atuação no mercado brasileiro. E as movimentações de todas giram no sentido dos investimentos em inovação e tecnologia.

A Avon realiza nesta semana em Nova York, mais especificamente no Centro de Pesquisa que mantém em Suffern, a primeira edição do Skincare Summit. Organizado para anunciar uma novidade desenvolvida em parceria com a Universidade de Manchester que promete revolucionar a categoria, o encontro teve participação de mais de 50 pessoas de 15 países, entre jornalistas e outros influenciadores.

A grande novidade foi o desenvolvimento de uma molécula que estimula e reequilibra a produção de dois tipos de colágeno, I e III, que são justamente aqueles que a pele humana começa a perder cedo. Enquanto o colágeno tipo III, conhecido como “colágeno de bebês” fornece uma estrutura para o colágeno I, a atuação dos dois juntos é que garante a firmeza da pele. Embora a pele seja 80% constituída de colágeno, o tipo III começa a reduzir ainda na infância e o tipo I, cai 1% ao ano, a partir dos 25 anos de idade. Esse desequilíbrio ao longo do tempo é que promove a perda de elasticidade da pele.

O “pulo do gato” que a Avon garante estar dando na categoria que é uma das que mais recebe investimentos em tecnologia, e, por outro lado, também tem produtos com alto valor agregado, é justamente criar uma tecnologia – batizada de Protinol – que estimula simultaneamente a produção dos dois tipos de colágeno, algo que segundo Anthony Gonzalez, diretor regional de Desenvolvimento de Produtos para Cuidados com a Pele e Maquiagem da Avon, nenhuma marca de cosméticos tinha conseguido até então (o produto é cotado para substituir o retinol).

Ardeshir Bayat, cientista clínico, pesquisador e professor da Universidade de Manchester confirmou o aumento da produção dos dois colágenos – quando normalmente a indústria de skincare só conseguia isso com o I – e afirmou ter sido a primeira vez que viu um aumento significativo de colágeno III em um tratamento tópico.

Anthony Gonzalez, no Centro Global de Inovação da Avon, em Suffern (Crédito: Roseani Rocha)

Com isso, o Protinol, que demandou cinco anos de pesquisa, passará a estar numa agenda de lançamentos cujo calendário começa em fevereiro nos Estados Unidos, com flaconetes do produto batizado “Anew Skin Reset” – e que em breve deve chegar ao mercado brasileiro. Outras novidades do mercado global chegaram recentemente ao País, como o Renew Vitamina C (a Avon, aliás, afirma ter sido a primeira empresa a estabilizar a vitamina C para uso em itens de skincare, em 1996), o Sérum Antioxidante Vitamina C, Tônico Facial com Vitamina C e Ácido Glicólico, além de uma Máscara Esfoliante Facial Térmica. Já em fevereiro, começa a ser comercializado no Brasil o Renew Triplo Ácido Hialurônico, por meio das revendedoras da marca ou no e-commerce avonstore.com.br.

Segundo a Avon, o Protinol poderá ser utilizado em vários outros tipos de produto. O primeiro lançado promete melhora do estado geral da pele em uma semana de uso. Anthony Gonzalez destaca que o fato de ter sido desenvolvido pela própria Avon e não uma startup ou outro parceiro externo (à Universidade de Manchester coube somente validar as descobertas que os cientistas da Avon fizeram) é parte do que ajuda a companhia desenvolver produtos com alta tecnologia, mas que chegam ao mercado com preço acessível. A propósito, o Brasil, para a categoria de skincare, gera quatro vezes mais receita que o segundo colocado, o México, que é seguido da Rússia.

 

Startups para acelerar inovação

Se a Avon tem se relacionado mais com a academia do que com startups, outras duas gigantes globais em cuidados para a pele anunciaram movimentos contrários para acelerar os processos de inovação que levem a seu desenvolvimento. Líder na categoria de dermocosméticos no Brasil com as marcas La Roche-Posay e Vichy, a L’Oréal, promoveu na terça-feira, 27, mas na sede da aceleradora Fábrica de Startups, no Rio de Janeiro, a apresentação de algumas das ideias, cujas inscrições recebeu até o dia 17 de fevereiro.

Foi a primeira vez que um projeto de beleza fez parte do portfólio da incubadora, que até então havia trabalhado com projetos ligados a óleo & gás e setor bancário. A iniciativa é parte da meta da L’Oréal de ser a maior empresa em beauty tech do mundo, segundo a CMO Patricia Borges.  “Vamos juntos criar a beleza do futuro, olhando para a diversidade da população brasileira e suas demandas específicas.”, comentou, por sua vez, Ula Amaral, CMO da Fábrica de Startups, ao explicar que as startups escolhidas terão a chance de resolver problemas da L’Oréal, com a possibilidade de fechar negócios e colaborar em longo prazo com companhia.

No primeiro roadshow, as startups foram desafiadas a apresentar soluções para dois problemas: a rentabilização e otimização de demanda, produção e distribuição das amostras de produtos; e tornar a projeção de vendas mais assertiva para o consumidor final. Em março, terá início o programa de aceleração de oito projetos e, em agosto, o projeto vencedor será apresentado.

Vale lembrar que na edição 2020 da CES, realizada no início de janeiro em Las Vegas, a L’Oréal apresentou o Perso, um dispositivo 3 em 1 que, com o uso de inteligência artificial, coleta informações sobre a pele da consumidora e suas preferências, e poderá customizar cosméticos em tempo real e de qualquer lugar. O desenvolvimento de aplicativos é outra frente de ação. Alguns dos mais recentes são o StyleMyHair, criado para a linha Profissional, em 2018, que permite a consumidora avaliar cor de cabelo e/ou penteados antes de transformação no salão; Garnier Color Match (2019), que usa realidade virtual para que a consumidora a visualize como seria seu cabelo nas 32 tonalidades de Nutrisse (o app foi baixado um milhão de vezes no Brasil) e o Effaclar SpotScan, lançado este ano e é, segundo a empresa, a primeira análise personalizada da pele, com inteligência artificial de La Roche-Posay. O desenvolvimento do algoritmo demandou trabalho de dermatologistas de todo o mundo, que analisaram milhares de imagens de homens e mulheres com diferentes tipos de pele e manchas.

Quem também quer soluções em formato de apps é a Nivea, do grupo alemão Beiersdorf. A companhia acaba de criar um programa para se conectar a startups – o Desafio Nivea – , para que possam desenvolver apps com soluções para melhorar a experiência dos clientes em cuidados faciais nos pontos de venda.

Até o dia 17 de fevereiro, empresas de todo o Brasil, poderão submeter suas ideias à  empresa.  Os projetos selecionados para a fase seguinte poderão apresentar suas soluções a um time da Nivea e as que mais se destacarem participarão de uma imersão, com reuniões nas quais poderão se aprofundar no desafio de negócio proposto.

Depois de uma nova rodada de apresentações, cinco ideias serão selecionadas para realizar teste em um varejista parceiro da Nivea. Em março, as startups apresentarão as soluções em um Pitch Day em São Paulo para a diretoria e o presidente da companhia. A vencedora se tornará parceira da Nivea, além de receber uma cota de patrocínio em um evento da StartSe, no valor de R$ 20 mil.

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