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Marketplace une marcas para estimular consumo consciente

From Future nasceu de uma ambição por propósito de não rotular práticas sustentáveis e vê na comunicação uma forma de educar o público-alvo


10 de dezembro de 2021 - 6h01

Mesmo que conhecidas por quem se interesse pelas causas ambientais, marcas com práticas sustentáveis ainda são pouco difundidas entre boa parte dos consumidores. Com o intuito de quebrar essa barreira, Mariana Venturini Cruz teve a ideia de criar uma plataforma que reunisse diversas marcas responsáveis em um único lugar, facilitando o acesso a escolhas de consumo mais conscientes. Dessa forma, nasceu a From Future. No mercado há menos de um mês, o marketplace já reúne doze marcas em quatro categorias principais: moda, bem estar, autocuidado e casa.

From Future reúne marcas de diversos segmentos, entre eles, da moda (Crédito: Divulgação)

A fundadora conta que a inspiração para a criação do negócio vem de sua experiência fora do País: desde cedo era levada pelos pais para viajar, até que passou a residir em terras internacionais dos 15 aos 24 anos. “Sempre tive muito contato com uma realidade muito diferente da que eu nasci. Sou de São Paulo, moro na Vila Mariana”, conta. “Tive uma vida super privilegiada e comecei a me provocar e questionar sobre o que era de fato era a realidade, porque uma porcentagem muito baixa da população vivia como eu”, acrescenta. Ao longo de sua vida, morou na Tanzânia e Índia realizando trabalhos sociais e, ao retornar ao Brasil, atuou com consultoria de empresas durante cinco anos.

“Eu comecei a chegar a um ponto em que sentia falta de entender o impacto que eu estava deixando. Eu estava trabalhando para empresas incríveis, mas não conseguia entender qual era a diferença que eu estava fazendo”, aponta, ressaltando que o sentimento foi reforçado pela pandemia.

A From Future se posiciona como uma empresa familiar, em que Mariana atua ao lado do pai, Marco Antonio Pacileo Cruz, e do irmão, o publicitário Marco Antonio Venturini Cruze, responsável pela comunicação da marca — que recebeu investimento inicial de R$ 500 mil neste quesito.

Um dos principais desafios da construção de identidade foi aliar o propósito de mudar a relação das pessoas com o consumo à comunicação. “O que queremos é plantar a semente na cabeça das pessoas e mostrar a elas que existem, sim, opções alternativas para consumir de tudo e qualquer coisa de um jeito diferente do que estão acostumadas”, explica Mariana. Durante o processo de desenvolvimento de branding, os fundadores buscaram se distanciar de cores e formatos que taxam o consumo consciente, como a cor verde e imagens de plantas.

Os fundadores da From Future (Crédito: Divulgação)

Além disso, a plataforma se vende como fornecedora de capital intelectual, enxergando na comunicação um papel fundamental para educar os consumidores acerca do que é consumo consciente. Neste sentido, a From Future classifica este tipo de consumo sob três pilares: escolhas, individualidade, processo de evolução.

Para a captação inicial das marcas, a From Future contou com uma busca ativa por parceiros do marketplace a partir de uma curadoria minuciosa, indo desde uma análise profunda da empresa até a elaboração de um questionário para entender a fundo a cadeia de produção dos produtos. Com o início da consolidação no mercado, Mariana aponta que, aos poucos, o marketplace já começa a ser procurado pelas marcas que, em sua maioria, são jovens, tendo entre 2 e 3 anos de existência.

Outro desafio encontrado foi o da tecnologia, ponto ressaltado pela fundadora acerca da evolução atrasada do marketplace no Brasil, em comparação com o e-commerce e outros países. Ainda, um obstáculo é a aceitação da solução por parte de sellers menores — como é o caso das marcas com as quais a From Future trabalha. Para isso, a hospedagem na plataforma é gratuita nos quatro primeiros meses e, caso o empreendedor não queira continuar com a parceria, não é cobrado nada a mais.

Atuação altruísta

Buscando ainda abraçar o empreendedorismo como causa, a ambição futura da From Future é se tornar uma incubadora. Por enquanto, o negócio tem parceria com a ONG Base Colaborativa, que nasceu em São Paulo mas já atua pelo País e se intitula como um lugar de troca. Hoje já são 14 projetos ativos, sendo que um deles, o Projeto Abacaxi, apoia empreendedores de comunidades. Ao longo de seis meses, os participantes recebem auxílio de um time que conta com profissionais de marketing, financeiros, advogados, entre outros, que abraçam o negócio como uma aceleradora. Os seis meses seguintes são destinados ao acompanhamento dos desdobramentos.

De todo o faturamento do marketplace, 1% é direcionado para a Base. Os fundadores estudam, inclusive, implementar um informativo no check out indicando o montante da compra que será redirecionado para questões sociais. Além disso, a cada seller que se alia à plataforma, uma quantia mais significativa é redirecionada à ONG.

Daqui um ano, a marca pretende ter, ao todo, R$ 1,5 milhões investidos e tem expectativa de alcançar 50 marcas de dez segmentos. O plano é, em cinco anos, de reunir mais de 300 marcas e se tornar referência em estilo de vida no Brasil, além de expandir negócios para toda a América Latina. 

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