Mickey Mouse e a renovação de uma marca global
Seja como inspiração para Mauricio de Sousa ou como um dos principais geradores de receitas da Disney, personagem chega aos 90 anos mantendo seu frescor
Mickey Mouse e a renovação de uma marca global
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Luiz Gustavo Pacete
24 de abril de 2018 - 7h00
Entrevista para visto americano. Pergunta frequente: por qual motivo você vai aos Estados Unidos? Resposta usual: para ver o Mickey. Essa é a proporção do impacto que um camundongo teve, e continua tendo. Criado em novembro de 1928, o ratinho, que completa 90 anos, logo no início da vida, precisou ser reinventado. Inicialmente batizado de Mortimer, ele teve seu nome alterado pela sugestão de Lillian Bounds, esposa de Walt Disney, que considerou o primeiro nome muito formal.
O aniversário do Mickey tem como ponto de partida o lançamento do curta-metragem, Steamboat Willie, em 18 de novembro de 1928. De la pra cá, Mickey atuou em mais de cem desenhos animados. É muito provável que Mickey Mouse não se tornasse o que é não fosse por toda a plataforma de negócios e produtos criativos que o sucederam. Ele foi a base para que o visionário Walt Disney queria e, por fim, conseguiu criar. E não foi só o nome que sofreu mutações. No início, Mickey bebia e fumava, mas com o aumento de sua popularidade, ganhou traços mais politicamente corretos.
Ao Meio & Mensagem, Mauricio de Sousa, que por várias vezes já foi chamado de “Walt Disney brasileiro”, afirma que o Mickey tomou tal proporção que se tornou maior que seu criador.
“Quando comecei minha vida na área de criação de personagens, o Mickey já era um sucesso mundial”, diz Maurício.
“Aquele ratinho que se iniciava nas primeiras animações foi ganhando corpo e foi elevado a ícone na área de personagens infantis. E como sempre digo, o autor não é tão dono de suas criações quanto acha. O público é quem vai levando o personagem para um outro patamar. Só nos resta acompanhar nossos filhos tomados de vida própria. E Mickey continua comprovando que personagens de quadrinhos são amigos que adotamos para toda a vida”, afirma Mauricio.
José Alberto Lovetro (JAL), presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil, ressalta o potencial do ratinho de ser absorvido pela cultura mundial. “Aquelas orelhas de bola não viraram só bonés espalhados pelo mundo, mas também um dos ícones visuais do século 20. Começou como um ratinho meio raquítico e virou um detetive que com seu inseparável amigo Pateta correram por milhares de historinhas cheias de suspense”, diz JAL.
JAL reforça que, para outros personagens que surgiram depois, Mickey foi um condutor da estrada da comercialização de criações de quadrinhos e animação para produtos de merchandising e até parque de diversões. E esse potencial de merchandising movimentou uma indústria bilionária. Segundo Marici Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Licenciamento (Abral), ele continua sendo um personagem com capacidade de despertar potencial de consumo. Só de licenciamentos, a marca Mickey fatura mais de US$ 5 bilhões ao ano.
“É uma marca ícone que gera muitos negócios para o mercado de consumo. Vende bem, sempre! E é, também, um case de sucesso sobre desenvolvimento estratégico de marca para os profissionais envolvidos com o setor de licenciamento. A Disney, proprietária da marca, é expert em marcas evergreen e segue criando marcas que já nascem com esse DNA de sucesso perene e geração de negócios milionários”, afirma Marici.
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