Na CES, marcas tentam mostrar o lado prático do metaverso
IBM, L’Óreal e outras empresas combinam aplicativos móveis com experiencias de realidade aumentada para simplificar o conceito virtual aos clientes
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Meio & Mensagem
6 de janeiro de 2023 - 17h08
Não é surpresa que o metaverso seria o assunto dominante da CES, que acontece nesta semana em Las Vegas, nos Estados Unidos. Mas a presença do universo digital no evento está mais pragmática do que exagerada.
Marcas como IBM, L’Óreal e várias montadoras estão mostrando como a tecnologia do metaverso pode ser usada em aplicativos de forma sutil, mas que aprimoram a experiencia do usuário de forma significativa.
A IBM, por exemplo, está usando uma ferramenta de realidade estendida para oferecer aos usuários de seu aplicativo meteorológico um entendimento mais amplo das alterações do clima local.
O hype do metaverso atingiu o clímax no ano passado, quando muitas marcas inauguraram games e espaços virtuais em plataformas como Roblox, Decetraland e The Sandbox. Muitos proclamaram que o futuro estava ali e que o engajamento digital nunca mais seria o mesmo.
Os consumidores, no entanto, sentiram o contrário. O uso do Decentraland e Sandbox nunca disparou e a demanda por ferramentas que desempenham papel estratégico no metaverso, como NFTs e criptomoedas, continuou diminuindo.
Mais do que isso, consumidores mostraram significativa hesitação em relação às experiências totalmente imersivas por sentirem que podem perder o contato com a realidade.
Talvez preocupados com a apreensão em suas próprias comunidades, as marcas participantes da CES estão demonstrando maneiras mais práticas de aproveitar o potencial do metaverso.
A ferramenta de clima da IBM, construída pela inteligência artificial Watson, permite que os usuários tenham melhor compreensão a respeito do clima em suas áreas. A partir de lançamentos que serão feitos no aplicativo no segundo trimestre de 2023, os usuários poderão erguer seus smartphones para o céu e experimentar simulações como a da movimentação do sol e a intensidade dos raios UV, bem como o desenvolvimento de tempestades.
Haverá também um espaço para que parceiros anunciem produtos em meio às simulações. A CVS, por exemplo, tem trabalhado com a IBM para integrar anúncios de protetor solar nas simulações de raios UV enquanto a Campbell’s tem feito o mesmo com anúncios de sopa nas simulações de tempestades.
A IBM está intencionalmente classificando sua ferramenta de tecnologia como XR por querer transmitir a imagem de conexão com a realidade e não divergência dela, de acordo com Randi Stipes, chief marketing of advertising do IBM Watson. Chamá-la de uma ferramenta do metaverso, por exemplo, pode ser correto, mas também pode ter um efeito indesejado na forma como os consumidores a percebem. O mesmo vale para uso de termos relacionados diferentes, como VR, AR ou MR (mixed reality).
Enquanto isso, a L’Órel apresentou uma ferramenta de maquiagem que funciona por tecnologia AR. Chamada de Brow Magic, o gadget solicita ao usuário que escaneie seu rosto em um aplicativo mobile. A ferramenta simula vários formatos e tamanhos de sobrancelhas, permitindo que o usuário escaneie o formato preferido como uma espécie de tatuagem temporária.
A simulação de maquiagem por realidade aumentada tem sido algo popular entre as marcas de cosméticos, mas o gadget da L’Óreal primeiro solicita que o usuário escaneie seu rosto em um aplicativo móvel. Assim como a ferramenta do clima da IBM, o Brow Magic conecta a tecnologia do metaverso em contato com o mundo real.
Na CES, nenhuma indústria está tão empenhada em demonstrar o uso prático do metaverso quanto a automobilística.
A Stellantis, proprietária de marcas como Chrysler, Dodge e Jeep, se uniram à Microsoft para criar um showroom no metaverso no estande da Fiat. Os convidados da feira poderiam entrar no showroom para interagir, configurar e até mesmo comprar um modelo do Fiat 500. E nenhum fone de ouvido era necessário para tais atividades.
Também participando na CES está a Cy Vision, uma empresa de tecnologia que faz uso de AR para garantir aos motoristas que a direção autônoma é segura. A Cy Vision basicamente transforma o para-brisa do carro em uma tela, mostrando aos motoristas o que o veículo está visualizando e, assim, construindo sua confiança nas capacidades autônomas.
E também há a Mercedes, que anunciou uma colaboração com a companhia de colecionáveis digitais Superplastic para recriar o Wackeldackel, personagem da marca. A Superplastic é especializada na criação de personagens para a Web3 e já trabalhou com marcas como Gucci.
A Mercedes ainda não anunciou um plano para o seu personagem, chamado Superdackel, no metaverso, mas deve explorar as ativações na Web3 ao longo do ano, de acordo com um porta-voz da marca. Antes, a Mercedes lançou NFTs em torno de seu modelo G-Class e, no final do ano, registrou uma série de marcas no metaverso.
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