Neymar e futebol feminino: as novas apostas da Puma
Marca estreia formato novo de patrocínio para apoiar esporte feminino e fecha contrato de grande porte com atleta do Paris Saint-Germain
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Thaís Monteiro
16 de outubro de 2020 - 6h00
Em setembro, a Puma fechou dois grandes contratos no segmento futebolístico. O primeiro foi um acordo de patrocínio a 23 jogadoras do time feminino do Palmeiras. O segundo foi um contrato com Neymar, que até então trabalhava com a Nike, num contrato que perdurou 15 anos. Ambas as movimentações, apesar de diferentes, denotam um mesmo sentido: um fortalecimento da categoria de futebol e inovação nos formatos para parcerias.
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O acordo com o time do Palmeiras segue um formato até então inédito para a marca. A Puma ofereceu o patrocínio para todas as jogadoras da equipe. Das 27 que fazem parte, 23 aceitaram ter apoio comercial da marca de artigos esportivos e usar chuteiras e acessórios da Puma. Todas as jogadoras tiveram liberdade de negar o acordo, caso já tivessem parcerias com outras marcas.
“É um formato inédito porque tentamos fazer uma mudança sistêmica e dar uma oportunidade para todas terem o patrocínio e realizarem o trabalho. Muitas tinham chuteira de segunda a terceira mão e pensamos num formato mais coletivo do que individual. É difícil ver um atleta masculino com chuteira de segunda mão na primeira divisão. Quando a gente faz isso, acredito que não estamos só incentivando o Palmeiras como parceiro, mas a modalidade em si”, argumenta Fabio Kadow, diretor de marketing da Puma no Brasil.
Puma irá quadruplicar investimento em mídia
A outra empreitada da Puma este semestre com o patrocínio a Neymar representou um rompimento do atleta com uma parceira que o acompanhava praticamente durante toda a sua carreira no futebol profissional: o acordo de patrocínio que o jogador tinha com a Nike. A Puma afirma ter esperado o fim do contrato anterior para proceder negociações com o atacante do Paris Saint-Germain.
“Ele é um ícone do futebol mundial. Nós sempre tentamos buscar essa associação dos valores da marca com os atletas que vamos trabalhar. Ele tem muito do joyful, greatful e confidence que valorizamos. Tivemos uma oportunidade de firmar um acordo com ele e tenho certeza de que ele está muito satisfeito”, coloca Kadow.
No anúncio da parceria, Neymar aparece usando o mesmo modelo de chuteira que Pelé e Maradona já calçaram e com o slogan The King is Back. De acordo com a Forbes, o camisa 10 embolsará € 25 milhões por temporada com o patrocínio, o que ultrapassa os valores dos contratos da Adidas com Lionel Messi (€ 20 milhões) e da Nike com Cristiano Ronaldo (€ 16.2 milhões).
Neymar será o rosto de campanhas e contará com sua própria linha de produtos na família King. Sobre o jogador ser o rosto da Puma para a Copa do Mundo de 2022, a marca diz que o plano ainda está em definição e, em princípio, a Puma quer trabalhar as linhas exclusivas, Copa América e Olimpíadas.
Ao Meio & Mensagem, o diretor de marketing da Puma detalhou o novo formato de patrocínio e como a marca encarou a pandemia.
Meio & Mensagem – Por que decidiram criar esse novo formato de patrocínio ao Palmeiras?
Fábio Kadow – Para nós, naquele momento fazia sentido ter essa mudança por ter o Palmeiras como parceiro e o futebol feminino como prioridade. Buscamos atender todas, mesmo que algumas delas pudessem abrir mão. Isso não foi forçado. Oferecemos e disponibilizamos os produtos. As que tinham contrato ou que não se interessaram podiam falar não. Para nossa surpresa, 23 de 27 aceitaram. Isso demonstra o quanto realmente essa mudança era necessária. O quanto esse tipo de ação era necessária. Pode ajudar na união do clube e uma nova forma de trabalhar.
M&M – Esse novo formato traz resultados diferentes para a Puma?
Em termos de resultado não quero comparar um formato com outro, porque eles se complementam. Nós esperamos uma evolução dentro da categoria. A Puma dá esse tipo de apoio e suporte pensando nessa evolução da categoria. Em termos de exposição, foi forte e está sendo forte pelo ineditismo e ousadia. Não é uma ação de bom grado. É sistêmica. São contratos de um ano e vinculados ao contrato com o Palmeiras. Nós já patrocinamos o Palmeiras, então também era um dever de casa nosso.
M&M – A Puma estuda estender o formato para outros times?
Eu não tenho dúvida de que outros clubes precisam, mas o foco nesse momento é fazer esse dar certo porque tem um aprendizado e acompanhamento maior do pé, treinamento e estilo de jogar. Precisamos fazer uma imersão no primeiro momento. Antes de assinar, precisamos fazer o Palmeiras decolar de fato e com que as jogadoras se sintam apoiadas. Nesse primeiro ano, a nossa ideia é essa.
M&M – A Puma planeja outras ações com times femininos?
Para o ano que vem já estamos trabalhando com mulheres no esporte. Além dessas 23, temos outras jogando lá fora como a Ludmila, que joga no Atlético de Madrid, na Espanha. Vamos acompanhar as principais competições e outros atletas para depois entrar com outras ações. Não dá para ter uma empáfia do nosso lado. Apoiamos atletas também em outras categorias fora o futebol, como o running, skate. No skate, patrocinamos a Iza, que deve ir para a Olimpíada na categoria park. Também acompanhamos um grupo de meninas e tentamos entender a dificuldade das mulheres no skate.
M&M – Como a Puma encarou o período desafiador da pandemia este ano?
O crescimento da Puma num ano super desafiador foi um indicativo de como a marca vem reconquistando seu espaço. Temos nosso e-commerce crescendo acima do planejado, principalmente as categorias de futebol running training e lifestyle. E sem deixar de esquecer as causas importantes que não podemos deixar de falar agora, como igualdade de gênero, igualdade racial e sustentabilidade. Essas causas já estavam dentro da Puma antes da pandemia, mas nesse período estamos aprendendo mais e se desconstruindo. Todo mundo que diz que sabe o que tá acontecendo tá mentindo. É um momento de revisão. É o que nos torna mais sensíveis.
Em termos de produto, foram os mesmos. Não teve uma mudança. O nosso foco mundialmente foram as pessoas. Não houve cortes. Houve total flexibilidade. Daqui vão sair medidas importantes para o ano que vem. O nosso e-commerce existia com terceiros e começou a ser próprio em novembro do ano passado. Foi uma prova de fogo, então estamos tentando evoluir muito nas formas digitais. Mas as pessoas e as mensagens são os principais. Entendemos rapidamente o que está acontecendo e nosso brand awareness é o mais alto desde o ano passado.
**Crédito da imagem no topo: Tui Photoengineer/iStock
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