O balanço dos investimentos do Santander na moda

Roseani Rocha
16 de outubro de 2019 - 12h00

A experiência da SPFW no espaço Arca, na Vila Leopoldina, foi curta. Somente duas edições foram realizadas por lá e o evento acabou voltando este ano para o Ibirapuera, com exceção do desfile de abertura, que continuou sendo feito no Farol Santander, espaço cultural mantido pelo banco, que é patrocinador master da semana de moda, no centro de São Paulo.

Este ano, o Santander se dedicou em especial ao estande, criado e produzido pela B/Ferraz, no Pavilhão das Culturas Brasileiras, para onde programou uma série de ativações, como pitchs diários com aceleradoras do mercado fashion, startups e empreendedores da moda que querem alavancar o seu negócio. Os projetos são apresentados ao vivo para os jurados, que utilizarão alguns critérios para avaliar quais empreendimentos receberão aporte financeiro, mentoria e bolsas exclusivas oferecidas pelo banco. Também conta com uma área dedicada ao projeto Costurando Sonhos, realizado pela Associação de Mulheres de Paraisópolis, que tem como objetivo permitir que mais mulheres tenham sua própria renda advinda da costura. As associadas terão a oportunidade de exibir sua primeira coleção de roupas na SPFW.

Outras iniciativas são rodas de conversas com empreendedores do setor e profissionais do programa Santander Empreenda, que falarão sobre os desafios de negócios e, para envolver o público, o espaço terá croquis, manequins e vestidos, que poderão ser pintados pelas pessoas. Estas também poderão comprar roupas e acessórios desenvolvidos pelo citado projeto Costurando Sonhos.

Retorno sobre investimento

O quanto investe na SPFW, o Santander não revela, mas Patricia Audi, vice-presidente de Comunicação, Marketing, Sustentabilidade e Relações Institucionais do banco, menciona dados de repercussão em redes sociais, nas edições anteriores para explicar o engajamento da instituição com o evento. Na edição 46, houve 2,4 milhões de alcance (potencial de pessoas impactadas); um milhão de visualizações e mais de 160 mil interações nas páginas do Santander. Já a N47, registrou sete milhões de visualizações; 99% de sentimento positivo e 51 mil impactos somente com a influencer Gabi Lopes.

E Patricia citas outro motivos: “Temos o empreendedorismo como um dos pilares estratégicos da marca Santander, e os segmentos da moda e da gastronomia são cadeias empreendedoras que acreditamos fazerem parte da economia criativa, além de gerarem emprego e movimentar a economia do País”, afirma Patricia.

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) afirma que o setor movimenta US$ 50 bilhões. Esse potencial de negócio e o fato de a moda ser considerada uma manifestação cultural, fizeram o Santander adotar o posicionamento de marca “o banco da moda” e apoiar, dentro da SPFW, projetos como o Estufa, uma programação com desfiles, workshops, masterclasses e exposições, num espaço paralelo às salas de desfile, e tendo como foco o futuro da indústria de moda sob novos olhares, o que é, segundo a executiva, totalmente alinhado à visão de empreendedorismo que o Santander tem da moda.

“Dentre os nossos clientes pessoa jurídica, mais de 250 mil micro, pequenas e médias empresas são ligadas à moda. Estão incluídos aí os microempreendedores do Prospera Microfinanças (microcrédito), que tem 40% de sua carteira de clientes neste segmento. Percebemos também um grande potencial de geração de negócios entre as franquias de moda”, afirma Patricia Audi.

Afirmando ter o intuito de ir mais longe no apoio a pequenos empreendedores, o banco tem entre os clientes do Prospera Microcrédito costureiras, salões de beleza, bares, revendedoras de cosméticos (tem parceria com a Natura, para oferecer serviços às consultoras), entre outros. Além de crédito, oferece conta corrente, conta poupança, seguro e as maquininhas de pagamento. Além de um serviço de consultoria chamado Agente Prospera, em que o empreendedor recebe orientação financeira e sobre a gestão de negócios.

“Estamos interessados em toda a cadeia empreendedora. Queremos ser o banco das grifes e das redes de varejo, dos estilistas e das costureiras, das modelos e das cabeleireiras e maquiadoras”, resume a vice-presidente do banco.

A SPFW também tem como patrocinadores o Iguatemi, Braskem, Mercado Livre, Sherwin Williams, L’Or, Truss e Chilli Beans.