O impacto do veto aos estrangeiros em Tóquio 2020
Decisão dos organizadores de não permitir visitantes de outros países nos Jogos Olímpicos atinge programas de hospitalidade dos patrocinadores
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Fernando Murad
22 de março de 2021 - 17h47
Os organizadores dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Tóquio 2020 confirmaram no sábado, 20, a decisão de proibir a entrada de turistas estrangeiros no país para acompanhar as competições esportivas. Os cerca de 600 mil ingressos comprados por pessoas que moram no exterior para os Jogos Olímpicos, assim como os mais de 30 mil bilhetes adquiridos por estrangeiros para a Paralimpíada, serão reembolsados.
“Em muitos aspectos, os Jogos Tóquio 2020 serão completamente diferentes de quaisquer anteriores. No entanto, o essencial dos Jogos permanecerá inalterado, pois os atletas dão o seu melhor e inspiram o mundo com performances transcendentes. Atualmente, estamos trabalhando em planos específicos para compartilhar a torcida remotamente de todo o mundo e ajudar a reunir as pessoas de maneira adequada aos nossos tempos atuais. Mesmo que você não possa mais vir ao Japão neste verão, esperamos muito que continue a apoiar os Jogos de Tóquio em 2020”, disse Seiko Hashimoto, presidente do Comitê Organizador de Tóquio 2020, em comunicado.
Já nesta segunda-feira, 22, os organizadores confirmaram que os voluntários internacionais também ficarão de fora dos Jogos. Os estrangeiros representavam cerca de 10% dos 80 mil voluntários que fariam parte da Olimpíada. As exceções serão para voluntários com conhecimento especializado sobre esportes específicos.
Do ponto de vista dos patrocinadores, a proibição da visita de estrangeiros no Japão impactará ações de marketing envolvendo relacionamento com os diversos públicos das marcas. “A única área que os patrocinadores internacionais perderão com essa decisão será nos seus programas de hospitalidade. Fora isso, não vejo nenhum impacto. As Olimpíadas já são um evento prioritariamente para a televisão”, analisa Ricardo Fort, fundador da Sport By Fort Consulting, especializada em marketing esportivo.
De acordo com Fabio Turini, diretor de planejamento da Octagon Brasil, mesmo com esse buraco no live marketing, hospitalidade e ativações in loco, as marcas encontrarão soluções que vão de encontro a esse momento que estamos vivendo. “Cada vez mais vemos soluções tecnológicas incríveis que ajudam as marcas a criarem experiências e conteúdos imersivos, e transportar o fã, de fato, para o evento, sem que ele tenha que sair de casa. Podemos enxergar algumas oportunidades para as marcas democratizarem o evento de uma forma disruptiva, e criar maneiras de mais pessoas estarem presentes, como a NBA fez nos Playoffs de 2020, colocando pessoas do mundo inteiro em telas na arquibancada acompanhando os jogos das finais”, afirma.
Crédito da imagem do alto: divulgação
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