O novo recado da Amazon para Google e Facebook
Companhia de Jeff Bezos deixa de investir em determinados anúncios no Google e reforça sua estratégia em tornar-se um concorrente capaz de romper o duopólio
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Luiz Gustavo Pacete
14 de maio de 2018 - 7h58
As duas maiores empresas de publicidade digital atualmente são o Google e Facebook. Segundo o eMarketer, no entanto, ambas vêm perdendo parte de suas fatias para outros players como Amazon e Apple. A participação do duopólio na receita de publicidade digital dos EUA cairá de 56.8%, neste ano, para 55,8% até 2020. A participação da Amazon crescerá de 2,7%, neste ano, para 4,5% em 2020.
A eMarketer também prevê que a Amazon deve gerar US$ 3,7 bilhões em receita publicitária em 2018. O relatório de lucros da empresa, divulgado no final de abril, mostra que seu negócio de anúncios já totalizou pouco mais de US$ 2 bilhões no primeiro trimestre. E o que os números vêm mostrando em relação ao potencial de crescimento da empresa de Jeff Bezos no negócio de publicidade, se complementam com a postura da empresa em vários aspectos.
Isso vem sendo feito por meio de declarações como a de Brian Olsavsky, diretor financeiro da Amazon, durante uma teleconferência de resultados para discutir os resultados do primeiro trimestre, que afirmou que a publicidade é um dos pilares estratégicos da empresa. E também por meio de medidas práticas: na última sexta-feira, 11, informações da Bloomberg repercutidas pelo AdAge apontaram que a Amazon parou de investir em anúncios de listagem dentro do Google Shopping.
A Amazon era uma grande investidora deste formato batendo de frente diretamente com o Walmart em leilões online. A saída da Amazon desta operação foi percebida em 28 de abril pela empresa de marketing Merkle . “O ato de desaparecimento generalizado observado indica que a própria Amazon parou as campanhas do Shopping”, escreveu Andy Taylor, diretor de pesquisas da Merkle, em um blog.
Perder a Amazon é um raro revés para os anúncios do Google Shopping que tem sido um enorme sucesso financeiro. A Alphabet não divulga a receita dessa área, mas estimativas mostram que esse tipo de anúncio cresceu três vezes mais do que a taxa normal de anúncios de pesquisa de texto do Google. A Amazon comprava posições para itens como material de escritório, móveis e roupas esportivas. “Eles provavelmente investiram US$ 50 milhões por ano, mas pode ser mais do que isso”, disse Taylor.
À Bloomberg, uma porta-voz do Google, quando questionada sobre o assunto, informou que “é comum que os anunciantes ajustem suas campanhas a qualquer momento por várias razões”. A Zappos e algumas outras subsidiárias da Amazon ainda estão executando anúncios do Google Shopping. Essas unidades geralmente são executadas de forma independente da empresa principal e estavam usando os anúncios do Google muito antes de a própria Amazon começar a oferecer lances, de acordo com Merkle.
Em entrevista ao Meio & Mensagem, em março deste ano, o jornalista americano Brad Stone, autor do livro “A Loja de Tudo”, sobre os bastidores da Amazon, afirmou que a empresa é a única capaz de romper o duopólio de Google e Facebook na área de publicidade digital. “A Amazon tem vários negócios e todos são extremamente promissores. Sobre a publicidade digital, ela pode vender anúncios em seu próprio site, que aparecem quando as pessoas procuram produtos. Há muitas oportunidades lá e ela é a única empresa capaz de quebrar o duopólio de publicidade digital do Google e Facebook”, afirmou.
Com informações do AdAge
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