O que marcas (e grandes empresas) podem aprender com startups
Alan Leite, CEO da Startup Farm, aponta conceitos do ecossistema de inovação que podem contribuir para o cotidiano de grandes anunciantes
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Luiz Gustavo Pacete
5 de junho de 2018 - 7h00
O termo exponencial está na moda. Transformação digital tem sido um assunto cada vez mais colocado na pauta. Metodologia ágil já virou pretexto para mudar a dinâmica de grandes empresas. Tudo isso acontecendo ao mesmo tempo traz desafios para grandes companhias e, sobretudo, para marcas importantes.
Startups de mídia para ficar de olho em 2018
Com experiência em conectar grandes empresas ao ecossistema de inovação, Alan Leite, CEO da aceleradora Startup Farm, explica como a prática de algumas startups em um ambiente ágil podem contribuir para o desafio atual das grandes empresas.
“Não existe receita de bolo ou soluções mágicas, mas uma grande marca pode se beneficiar muito adotando metodologias, mindset e práticas que têm funcionado nestas empresas iniciantes de alto risco, as startups. Entenda o que faz sentido para sua marca e o que não fizer, descarte rápido”, afirma Leite.
Mais ação e menos reação
As grandes marcas têm medo de falhar. Porém, se uma organização se defende muito o risco que ela corre é de não “sair do lugar”. A dica é medir a zona de risco aceitável para sua marca. A partir disso, dê total liberdade para o seu time trabalhar como uma startup: testando, errando e aprendendo!
Vai dar errado, e tudo bem
Quanto mais inovadora for uma startup, mais chances de dar errado. Por isso, errar rápido é fundamental para que as falhas sejam descartadas e o que for validado seja adotado como padrão. Os seus clientes iniciais, os Beta Testers, aceitam suas falhas e ajudam a corrigí-los. Por isso são tão importantes neste processo e deve existir uma relação de parceria e transparência. As grandes marcas muitas vezes não estão muito próximas dos seus milhares de clientes, mas possuem muitos anos de atuação, experiência e conhecimento sobre seu mercado. Nesse estágio, pensam que nunca podem errar. Por isso, demoram para reconhecer seus erros e comunicá-los para seus clientes. Esse tempo perdido pode trazer vários danos de imagem para a marca e custar caro para corrigí-los.
Derrube as muralhas do seu castelo
Saia das fronteiras do seu escritório e faça conexões de valor com atores relevantes do seu ecossistema. Por exemplo, as grandes marcas podem juntar suas forças com startups que ofereçam soluções especializadas que possam resolver seus problemas específicos. É possível fazer mais, melhor e mais rápido quando se faz em rede. Da mesma forma que a grande marca deve romper suas fronteiras, também deve deixar que esse novo mindset empreendedor entre e navegue dentro do castelo da sua empresa!
Novo Mindset, nova organização
Geralmente uma startup começa com três coisas: uma visão de futuro, propósito dos founders e os próprios founders. Não existe hierarquia ou processos rígidos e lentos. No momento em que a startup aumenta seu time, começa a existir uma hierarquia maior, mas muito distante do que vemos em grandes organizações. Todos podem colaborar como se fossem pares. Decisões muitas vezes são horizontais, o que importa é a razão. Portanto, para a vivência de um mindset empreendedor em grandes marcas, novas estruturas, processos e hierarquia menos rígidas são necessários! E diversidade no time, em todos os aspectos, é vantagem competitiva!
Pense grande, comece pequeno e cresça rápido
As startups nascem pensando em dominar todo o mercado potencial (neste planeta e até em outros). Mas sabem que para chegar lá, deve começar pelo ponto mais específico possível: é mais fácil entrar, testar hipóteses, errar (pequeno) e controlar antes de escalar para outros segmentos e/ou mercados. E entre este dois extremos, deve crescer na maior velocidade que fizer sentido, assim como as grandes marcas.
O cliente é seu mestre
Ao criar um negócio sem precedentes, quase todo o conhecimento estará com os potenciais clientes. As startups sabem disso e colaboram com seus potenciais clientes desde o dia zero, dando muito valor a estes e respeitando-os como se fossem únicos, o que muitas vezes é a verdade. Buscam a fundo entender se realmente existe o problema do cliente antes de gastar tempo com uma solução que pode nunca ser adotada. Sabem que se tem uma proposta de valor clara e a entregarem, será percebido pelo seu cliente que o pagará. Essa colaboração com o cliente a todo instante traz micro-validações que dá a velocidade que se percebe em uma startup, e que as grandes empresas desejam.
O cliente também é rei
Os primeiros clientes de uma startup serão aqueles que a defenderão e darão credibilidade à sua solução. Certamente você já teve essa experiência como cliente de alguma startup e se impressionou positivamente. É muito comum se observar que a forma como algumas startups atendem os seus clientes é infinitamente superior à de organizações com muito mais estrutura e recursos. Mas qual é o motivo disso? Porque ela é orientada ao seu cliente e muitas vezes uma grande organização está orientada à meta de lucro ao acionista.
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