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O que muda caso a Heineken compre a Brasil Kirin

Cervejaria holandesa confirmou negociações


20 de janeiro de 2017 - 16h57

 

Didier Debrosse Heineken(AN)_13

“É preciso ganhar participação, especialmente em termos de qualidade, por meio da inovação”, disse Didier Debrosse, presidente da Heineken Brasil, em outubro, ao Meio & Mensagem

Por meio de um comunicado emitido na Holanda, a Heineken confirmou que negocia a compra da Brasil Kirin. A empresa se manifestou após uma matéria do Valor Econômico, publicada na última quinta-feira, 19, afirmar que o grupo japonês estaria disposto a sair do Brasil. Caso o negócio se concretize, a Heineken acirraria ainda mais a concorrência direta com a Ambev e o Grupo Petrópolis.

“Em resposta à especulação da imprensa sobre a Kirin no Brasil, a Heineken confirma que está atualmente em discussões com a Kirin Holdings Company sobre uma possível transação com a Brasil Kirin Holding. Essas discussões estão em andamento e não pode haver certeza de que um acordo será alcançado”, diz o comunicado da Heineken. Já a Kirin Holding, também em comunicado, afirma que a empresa “considera todas as opções relativas a uma possível transação ou eventuais acordos”.

Nenhum valor oficial foi divulgado, no entanto, o jornal Valor afirma que a Heineken estaria disposta a pagar menos de US$ 2 bilhões pela Brasil Kirin. O jornal Nikkei afirma que a venda seria fechada por US$ 870 milhões. Em novembro de 2011, a Kirin pagou R$ 2,3 bilhões por 49,55% das ações da Schincariol. Três meses antes, em agosto, ela já havia pago R$ 3,95 bilhões pelos outros 50,45% dos acionistas majoritários.De acordo com a Euromonitor, o Brasil é o terceiro maior mercado de cervejas do mundo, atrás apenas da China e Estados Unidos. Na liderança está a Ambev com 63,3% de participação de mercado em 2015, seguida pela Petrópolis e Kirin empatadas com 11,9%. A Heineken possui 6,8% de participação. Os dados são referentes ao ano de 2015.

Em entrevista ao Especial CEOs, publicado por Meio & Mensagem, em outubro do ano passado, Didier Debrosse, presidente da Heineken Brasil, afirmou que, na atual configuração do mercado, não seria suficiente somente o crescimento orgânico das três maiores cervejarias brasileiras. “É preciso ganhar participação, especialmente em termos de qualidade, por meio da inovação. Outra alternativa possível seria puxar o gatilho de uma guerra de preços, mas nunca vi em parte nenhuma do mundo uma guerra de preços contribuir para a construção ou crescimento de mercado. Então, é fazer o que temos feito: acreditar na inovação, na construção de marcas”, disse Debrosse.

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De acordo com Adalberto Viviani, fundador da consultoria Concept, caso concretizado, o negócio representa a concentração e o acirramento da disputa por mais espaço no mercado. “Haverá necessidade de as empresas terem mais ações comerciais efetivas e ações de trade. É preciso garantir espaço no PDV. Como sempre acontece numa movimentação de mercado, o tabuleiro sofrerá um rearranjo”. Ainda de acordo com Viviani, surgirão novas oportunidades para todas as marcas. “Será um novo desafio de gestão para a Heineken, que terá que administrar mais unidades fabris e definir uma estratégia de distribuição que dialogue com a estrutura atual da Coca-Cola e com distribuidores que a Brasil Kirin mantém”, conclui.

Marcas que estão em jogo

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Caso compre a Brasil Kirin, a Heineken – também dona de Amstel, Sol, Kaiser, Desperados, Bavaria, Xingu, Dos Equis, Birra Moretti, Edelweiss e Murphys – integraria ao seu portfólio as marcas Schin, Devassa, Baden Baden, Eisenbahn, Cintra, Glacial, Água Schin, Fibz, ECCO, Itubaína, Skinka e Viva Schin.

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