O que o Bradesco vem aprendendo com o ecossistema de startups
Fernando Freitas, superintendente de inovação do banco, fala sobre as experiências do Habitat e o futuro das fintechs no Brasil
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Luiz Gustavo Pacete
14 de setembro de 2018 - 9h01
Criado em fevereiro deste ano, o inovaBra Habitat, espaço de coinovação e geração de negócios de alto impacto, foi uma extensão do conceito de inovação que o Bradesco já vinha trabalhando nos últimos anos. A premissa inicial era conectar startups que tivessem negócios que atendessem às necessidades de transformação do banco.
Este processo, no entanto, tomou outras proporções e, atualmente, o Habitat, em parceria com o WeWork, recebe mais de 60 empresas e centenas de startups tendo como premissa não só a aproximação do Bradesco com o ecossistema de inovação, mas o fomento à inovação e à entrada de outras grandes empresas neste ecossistema.
“No mundo bancário, as startups têm uma camada muito interessante da boa experiência. Só que a indústria financeira é muito mais complexa que só a entrega da experiência”, afirma Fernando Freitas, superintende de inovação do Bradesco. Em entrevista, ele também fala sobre como o banco vem aprendendo com o ecossistema de inovação.
A nova linguagem dos bancos
Além de um coworking…
Já existia um conceito bastante formatado de que um espaço que tivesse densidade de pessoas e gente pensando projetos inovadores era algo interessante. E isso já vinha se consolidando no Brasil e no mundo. Aqui no Brasil, especificamente, tínhamos exemplos como Cubo, espaços de inovação em Florianópolis e outros ambientes. O que tínhamos dúvida, no entanto, era se haveria densidade de fazer a promoção da inovação do banco e também a geração de negócios na prática. O que nós conseguimos entender foi que ter algo mais do que um coworking é válido e agrega valor.
Diferentes níveis de maturidade…
Nesses oito meses, cada uma das 60 grandes empresas que passaram pelo Habitat tem um tipo de maturidade em termos de trabalhar com startups. A gente observa empresas muito maduras que entenderam que parte do negócio delas é se transformar em plataforma e que, com isso, dependerão de soluções externas. E tem outras empresas tentando entender como esse mundo funciona e como trabalhar com startups.
Transformação digital…
A transformação digital passa por cinco grandes camadas: estratégia, propósito, processos, metodologia e pessoas. Por isso que é sempre uma jornada, não um processo estanque. Você vem da mudança do propósito, da estratégia, dos processos e metodologia, que é onde todo mundo está mais focado hoje na mudança na forma de trabalhar. As empresas, antes, trabalhavam no modelo de cascata onde a área de negócios e a de tecnologia eram apartadas. E a forma hoje de trabalhar praticamente de todas as grandes empresas é de trabalhar com times pequenos, multidisciplinares e em cima de uma jornada que atenda à necessidade do cliente. Essa é uma jornada longa por que você vai mudar todo o conceito dessas empresas na forma de pensar e de entregar valor.
O envolvimento do C-level…
Dos casos que temos atualmente a situação mais comum é: a grande empresa é vencedora e o board da empresa foi vencedor. Logo, no momento em que você precisa fazer a transformação e mudar a estratégia, pode ter enormes barreiras para que isso aconteça. Toda grande empresa passa por isso. Então requer da liderança entender que há necessidades de ter uma nova forma de pensar e não se apegar aos modelos de negócio que foram vencedores no passado. A transformação digital passa necessariamente pela camada executiva das empresas.
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A aproximação às fintechs…
No mundo bancário, as startups têm uma camada muito interessante da boa experiência. Elas estão focadas em entregar uma boa experiência. Só que a indústria financeira é muito mais complexa que só a entrega da experiência. Nos últimos quatro anos, esse setor vem demonstrando que há cada vez mais complementaridade ao que os bancos entregam e ao que as fintechs entregam. A gente entende que no Brasil particularmente vai se dar um modelo de “coopetição, algumas empresas que vão tentar competir com os serviços bancários tradicionais e outras fintechs que vão cooperar com os bancos dentro da cadeia de valor entregando novos produtos e serviços financeiros. A gente acredita que esse modelo de coopetição será o modelo vigente no Brasil pelo que temos acompanhado.
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