O que o Rock in Rio está preparando para os seus 40 anos?
De esquadrilha, passando por musical e dia dedicado a música brasileira, Rock in Rio aposta em iniciativas para celebrar seus 40 anos de história
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Amanda Schnaider
10 de setembro de 2024 - 6h00
O Rock in Rio completa 40 anos em 2024. Logo, para celebrar essas quatro décadas de história, 22 edições, mais de 4.600 artistas e 12,3 milhões de pessoas que passaram pela plateia do festival, a edição deste ano, que acontece nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro, contará com algumas iniciativas diferentes.
Para viabilizar essas ações, o festival – que nasceu da mente de Roberto Medina como uma plataforma de comunicação para o lançamento da cerveja Malt 90 da Brahma – conta com o apoio de marcas. “As marcas esse ano investiram, entre ativação e comunicação do Rock in Rio, R$ 510 milhões, independente do meu investimento”, afirmou o executivo, em entrevista para a edição nº 2125 de Meio & Mensagem.
Por exemplo, ao lado do Itaú, pela primeira vez, o Rock in Rio terá um dia inteiro dedicado exclusivamente a apresentações de 72 artistas nacionais de diversos gêneros musicais. Elas acontecerão no sábado, dia 21, no intitulado Dia Brasil. “É uma forma de homenagear e mais do que merecem isso, porque acreditaram no sonho lá atrás”, enfatizou o executivo.
Entre os artistas estão: Capital Inicial, Pitty, Luan Santana, Ana Castela, Daniela Mercury, Ney Matogrosso, Filipe Ret, MC Ryan SP, Gloria Groove, Jão, Alcione, Zeca Pagodinho, Criolo, Djonga, Leila Pinheiro, Wanda Sá, Claudio Zoli, Hyldon, Jonathan Ferr, Antônio Adolpho, MC Dricka e MC Livinho.
Além disso, cinco aviões RV7 da Esquadrilha Céu sobrevoarão a Cidade do Rock na tarde do Dia Brasil, em homenagem às quatro décadas do festival. O show no céu ainda contará com fogos coloridos e trilha sonora especial.
Para celebrar os seus 40 anos, o Rock in Rio ainda lançará o musical Sonhos, Lama e Rock and Roll, com objetivo de resgatar história do evento e destacar a importância da persistência nos sonhos. “Contamos, obviamente, desde a origem do Rock in Rio, quais são as inspirações, as motivações e todos os desafios que enfrentamos”, revela Luis Justo, CEO da Rock World, empresa responsável pelo Rock in Rio, The Town e Lollapalooza.
A atração tem criação de Roberto Medina, produção musical de Zé Ricardo e concepção de Charles Möeller, também responsável pela direção geral do espetáculo, bem como Claudio Botelho.
A previsão é que o espetáculo tenha duração de 35 minutos e quatro exibições em cada dia do festival, em uma das arenas da Cidade do Rock, localizada no Parque Olímpico do Rio de Janeiro, que se transformará no Imagine, complexo de entretenimento que promete ser o maior da América Latina. Quem adquirir ingresso para um dos dias do festival terá acesso musical, cujas sessões estão sujeitas a lotação.
Além da música e das marcas, outro pilar fundamental para o Rock in Rio é o público. “Foi o primeiro evento no mundo que iluminou a plateia, porque acho que ela é mais importante que a banda, sempre achei”, revelou o criado do festival à reportagem de Meio & Mensagem.
E nesta edição de 40 anos, para homenagear o público, o evento criou a plataforma “Nossas Histórias”, na qual fãs do festival podem publicar fotos com descrições sobre suas histórias com o Rock in Rio. “Temos o propósito de mostrar o quanto que, para nós, as histórias que acontecem nessa comunidade do Rock in Rio são tão relevantes quanto todos os artistas que estão no palco”, complementa o CEO da Rock World.
Ainda como parte das experiências pensadas para as quaro décadas do festival, todos os dias, antes do último artista subir ao palco do Rock in Rio, o festival promoverá um show de video mapping especial contando a narrativa desses 40 anos.
Além disso, a tradicional Rock Street, que em toda edição homenageia um lugar do mundo, nesta edição, virará a Global Village, uma área que homenageará o mundo inteiro. Neste ano, o festival também levará para dentro da Cidade do Rock a Feira Hype, elemento de moda e cultura do Rio de Janeiro.
A edição que celebra os 40 anos do Rock in Rio ainda terá recorde de projetos desenvolvidos em parceria com marcas. Entre séries documentais com artistas, experiências imersivas, ações socioambientais e desafios para o público, ao todo, são sete projetos de comunicação cocriados com as empresas Coca-Cola, C&A, KitKat, Neoenergia, TIM, Trident, Gerdau e Fundação Grupo Volkswagen.
Vale enfatizar que mais de 400 profissionais do Now, unidade real time do A-Lab, laboratório de conteúdo do Grupo Dreamers, estarão presentes nesta edição de 40 anos do festival para monitorar interações e indicar oportunidades surgidas no digital para as marcas Natura, Heineken, TIM, Ipiranga, Volkswagen, Trident, Unilever, Hypera e Superbet.
Em entrevista ao Meio & Mensagem, Rodolfo Medina, vice-presidente de parcerias da Rock World, fala sobre a relação com os patrocinadores e sobre o papel das marcas no festival.
Meio & Mensagem – De que forma o Rock in Rio gerencia suas parcerias? Como as marcas são escolhidas para trabalhar com o festival e como desenham os projetos?
Rodolfo Medina – No Rock in Rio, as parcerias são muito mais do que apenas patrocínios. Elas são verdadeiras colaborações que visam criar experiências inesquecíveis para o público. Cada marca parceira é escolhida com muito cuidado, levando em conta não só o alinhamento de valores, mas também a capacidade de agregar algo especial ao festival. Desde o início, o diálogo com as marcas é muito próximo. Juntos, desenhamos projetos que vão além de simples ativações de marca na Cidade do Rock. Queremos que cada parceria se traduza em momentos que toquem o coração das pessoas, seja através de um espaço interativo, uma experiência gastronômica, uma memorabília especial ou uma campanha que ecoe durante e após o festival. Nossa missão é garantir que todas as marcas envolvidas se sintam parte da história do Rock in Rio, contribuindo para a magia que toma conta da Cidade do Rock a cada edição.
M&M – As marcas sempre estiveram presentes no Rock in Rio, mas de que forma a participação delas vem aumentando nos últimos anos?
Medina – A relação do Rock in Rio com as marcas sempre foi forte, mas nos últimos anos, temos visto uma transformação nessa dinâmica. Não se trata mais apenas de presença, mas de cocriação de experiências. Em 2024, por exemplo, estamos trazendo mais de 130 ativações de marcas, um número que reflete o quanto as empresas estão dispostas a investir em uma conexão mais profunda com o público. Casos práticos como a parceria com o Itaú, que patrocina o Dia Brasil, ou com a TIM, que embarcaram junto com a gente no Rock in History – um projeto inédito que faz uma verdadeira imersão na história do festival em uma exposição virtual a céu aberto no Rio de Janeiro –, são exemplos claros de como as marcas estão ajudando a criar momentos históricos para o público. Além disso, temos também outros projetos inovadores de conteúdo com a Coca-Cola, Trident, KitKat, Neoenergia e C&A, que também encontraram formas únicas e autênticas de se comunicar com o público, criando experiências que vão além do festival e permanecem na memória dos fãs.
M&M – Recentemente, Medina afirmou que o orçamento do Rock in Rio é de R$ 1 bilhão e que metade disso é bancado pelas marcas. Pode detalhar quais são as fontes desse total e em quais áreas esse montante é aplicado?
Medina – O Rock in Rio é o maior festival de música e entretenimento do mundo, atraindo cerca de 700 mil pessoas durante os sete dias de evento. As receitas do festival vêm de diversas fontes como as parcerias com marcas e as vendas de ingressos. Organizar um festival dessa magnitude, com 500 horas de experiências, mais de 750 artistas, e uma Cidade do Rock que se estende por 385 mil metros quadrados, envolve uma logística extremamente complexa. Em 2022, o investimento das marcas foi de cerca de R$ 500 milhões em patrocínios, ativações, compra de mídia, brindes e outras ações. Os recursos são cuidadosamente distribuídos para garantir que cada aspecto do festival seja executado com excelência. Cada equipe, desde o marketing até o ticketing, trabalha com dedicação para oferecer a melhor experiência possível para os nossos fãs, elevando o Rock in Rio a novos patamares a cada edição.
M&M – E para o futuro, qual será a participação das marcas no Rock in Rio? Essa participação tende a aumentar?
Medina – O futuro do Rock in Rio e das marcas que nos acompanham se desenha pra ser cada vez mais próximo e entregar ainda mais emoção e experiência para nossos fãs. Vemos as parcerias como algo que só tende a crescer, tanto em número quanto em profundidade. As marcas sabem que o Rock in Rio é mais do que um festival, é uma plataforma poderosa de entretenimento para se conectar com o público de uma forma genuína. À medida que o festival continua a evoluir e a buscar novas formas de surpreender, acreditamos que essas colaborações se tornarão ainda mais integradas e inovadoras. Estamos empolgados com o que está por vir e sabemos que, junto com as marcas, continuaremos a criar momentos inesquecíveis que ficarão na memória do público por muito tempo.
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