Os potenciais inexplorados da mensageria
Pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box aponta que 53% dos usuários de WhatsApp no Brasil gostariam de utilizar o app para pagamentos e transferências; uso por marcas ainda é experimental
Pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box aponta que 53% dos usuários de WhatsApp no Brasil gostariam de utilizar o app para pagamentos e transferências; uso por marcas ainda é experimental
Luiz Gustavo Pacete
24 de janeiro de 2019 - 6h00
Os últimos meses não foram tão positivos para a reputação de aplicativos de mensagens como o WhatsApp. A onda de fake news e o protagonismo do serviço nas eleições ofuscaram, de certa forma, o potencial da mensageria para os negócios. O levantamento Panorama Mobile Time/Opinion Box, feito com 1984 brasileiros com acesso à internet, ao longo de agosto de 2018, mostrou que 53% dos internautas que possuem uma conta no WhatsApp utilizariam a ferramenta para pagamentos e transferências.
De acordo com a pesquisa, esse número equivale a 50 milhões de pessoas se os dados da pesquisa forem cruzados com os do IBGE e do estudo TIC Domicílios. Ainda entre os respondentes, 44% gostariam que o serviço de pagamento via WhatsApp fosse feito a partir de uma conta bancária virtual criada dentro do próprio app de mensageria e 37% optariam por associar ao WhatsApp sua conta bancária atual. Já 19% achariam melhor associar seu cartão de crédito ao aplicativo.
Em agosto de 2018, o WhatsApp anunciou a sua abertura oficial como canal de comunicação entre grandes marcas e seus consumidores.
A proporção de usuários ativos mensais que conversam com marcas dentro do app passou de 55% para 63% em seis meses. No Facebook Messenger, de 51% para 57%. E no Telegram, de 48% para 55%. A explicação pode estar na gradual popularização dos chatbots (robôs de conversação) nessas três plataformas, assim como no desbravamento desse mercado por grandes marcas do varejo e de serviços como telecomunicações e TV por assinatura.
Gustavo Chapchap, diretor de marketing da empresa de soluções de e-commerce Jet E-Business, explica que o comércio via mensageria transforma o vendedor em um agente de marketing. “E traz para o consumidor a conveniência da venda não presencial e o benefício de ter a assessoria de um vendedor no processo de compra. A comunicação entre dois indivíduos cria uma relação de confiança. É justamente nesses pontos que vejo o grande diferencial”, afirma.
Ele alerta, no entanto, que, ao propor uma comunicação por esse meio, é necessário que a marca entenda o momento do consumidor. “Os aplicativos de mensagem são ferramentas de relacionamento e como toda relação interpessoal precisa gerar confiança entre emissor e receptor da mensagem. Com uma boa estratégia é possível se aproximar, entender e vender para um público engajado. A marca que entende seu público, entrega soluções aderentes e transforma consumidores em evangelizadores”, diz.
Estratégico para o Facebook
De acordo com analistas da Jefferies, a mensageria deve ajudar o Facebook em um ano de perspectivas negativas em termos de receita em seu negócio principal baseado em anúncios. Os analistas preveem que oportunidades de crescimento semelhantes podem ser encontradas no WhatsApp e no Facebook Messenger, apontando especificamente para as possibilidades de mensagens pagas e publicidade em ambas as plataformas.
No caso do Facebook, Chapchap acredita que a mensageria pode ser um agente importante “É algo que pode colaborar com resultado final. Eu classificaria como uma clara evolução do modelo: os usuários deixam público na plataforma o que acreditam que devem compartilhar com todos e selecionam assuntos para falar de forma privada via comunicadores que é algo que ganha muita força”, afirma.
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