Paradise Papers: Nike e Apple enviaram dinheiro a offshores
Vazamento de documentos mostra estratégias utilizadas pelas transnacionais para evitar pagar altas taxas sobre lucro corporativo
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Salvador Strano
7 de novembro de 2017 - 15h53
No recente vazamento de documentos chamado Paradise Papers, grandes anunciantes como Apple e Nike foram pegos com quantias de dinheiro em ilhas que cobram pouco ou quase nenhum imposto sobre o lucro corporativo.
Segundo o jornal New York Times, que participa do grupo de publicações que tiveram acesso aos documentos, a Apple tem cerca de US$ 236 bilhões em offshores. Esse tipo de movimentação não é ilegal, mas utilizada principalmente para que megacorporações evitem o pagamento de taxas que seriam impostas sobre o lucro se fossem deduzidas pelo fisco.
Mídia brasileira é citada no Panama Papers
A discussão sobre os tributos da Apple e outras empresas é retomada enquanto o Congresso estadunidense discute uma proposta apresentada pelo presidente Donald Trump sobre redução de impostos corporativos. Atualmente, a taxa sobre o lucro empresarial é de 35%, a proposta do presidente é ampliar a redução para 20%.
Os Paradise Papers também indicaram como a Nike se utilizou, por pelo menos uma década, desse tipo de estratégia para evitar pagar os tributos dos países de origem. Por meio de uma série de operações legais, a empresa estadunidense não cometeu nenhum crime, mas deixou de pagar, por exemplo, impostos a Alemanha por um tênis vendido em Berlim levando o lucro dessa compra para a Holanda, onde o tributo sobre o excedente é menor.
Os documentos foram obtidos pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung. No ano passado, o diário também teve acesso aos documentos que originaram a série Panama Papers que mostrou o mesmo tipo de estratégia fiscal no Panamá. O objetivo das divulgações é levantar o questionamento sobre se, apesar de legal, esse tipo de prática não estaria prejudicando o sistema financeiro global e os Estados Nacionais.
Em comunicados obtidos pelo The New York Times, tanto a Nike quanto a Apple afirmaram que respeitam as regulamentações fiscais ao redor do mundo.
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