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Marketing

P&G divulga dados sobre diversidade entre colaboradores

Companhia contava com a pressão dos acionistas e a expectativa criada por seu marketing relacionado à equidade racial e de gênero


24 de setembro de 2020 - 6h00

Por Jack Neff, do AdAge

A Procter & Gamble está divulgando dados sobre a diversidade de seus colaboradores globalmente e nos Estados Unidos. As informações incluem, pela primeira vez, dados sobre a etnia dos funcionários. A mudança acontece depois que o marketing da companhia ajudou a promover uma resolução dos acionistas que pedia por mais transparência nos dados. O alto nível de engajamento da marca em campanhas que pedem por equidade racial e de gênero também aumenta a expectativa pela diversidade entre seus próprios colaboradores.

 

Campanhas como “The Look”, que retrata racismo em situações do dia a dia, teriam aumentado a cobrança pelos dados (Crédito: Reprodução)

Na publicação “Dados de Representatividade 2020”, que a P&G compartilhou com seus funcionários na terça-feira, 22, a companhia afirma que 48% de seus gestores e 41% de seus gestores sêniores no Conselho de Liderança Global (GLC) são mulheres. O comunicado também inclui dados sobre etnia que a P&G não publicava no passado. Colaboradores “multiculturais” são 25% no total de funcionários, 28% entre os gestores e 36% entre os representantes do Conselho de Liderança.

O relatório, que inclui comparações com os dados da companhia em 2015, mostra avanços em diversidade na maior parte das frentes. O progresso, no entanto, é menor entre os afrodescendentes. Eles representam 10% do total de funcionários, 8% dos gestores e 6% dos membros do Conselho de Liderança. Esses números seguem quase inalterados na comparação com 2015, com exceção do crescimento de um ponto percentual na representatividade entre gestores.

No total, a P&G reportou um progresso significativo em representatividade em todos os escalões, com destaque para o Conselho de Liderança Global, onde a diversidade saltou de 23% para 36% nos últimos cinco anos. Esses ganhos vieram principalmente de pessoas descendentes da Ásia e do Pacífico. Houve menos avanço na representatividade de hispânicos e latinos.

Como o chief brand officer da P&G, Marc Pritchard, disse anteriormente a companhia ainda não está onde gostaria no que diz respeito à representatividade. A meta é atingir 40% de colaboradores “multiculturais” na comparação com os 25% atuais. A anunciante está mais perto de atingir seu objetivo de empregar 50/50 de homens e mulheres em todos os níveis. Embora a base de cargos da empresa na indústria e em funções administrativas, que muitas vezes não exige diploma universitário, seja formada por cerca de dois terços de profissionais do sexo masculino.

No geral, os números de diversidade da P&G estão bem à frente dos registrados pelas holdings de agências que divulgaram seus dados, nos últimos meses. Eles são similares aos apontados por concorrentes diretas como L’Oréal, Johnson & Johnson, Unilever e Estée Lauder. Apesar de a representatividade da equipe da Unilever nos Estados Unidos ser superior à da P&G.

Embora o relatório vá além do que a P&G tem publicado historicamente, é provável que o movimento ainda não satisfaça o grupo As You Sow, de Berkeley, Califórnia, que protocolou uma resolução de acionistas para a reunião anual da empresa, que acontece em outubro, pedindo a divulgação dos dados da Comissão de Oportunidades Iguais e mais detalhes sobre as taxas de promoção, recrutamento e retenção de funcionários por gênero e etnia.

“A Procter & Gamble investiu uma enorme quantidade de recursos na tentativa de recrutar clientes mais diversos e criar marketing em torno de temas de justiça racial”, disse Meredith Benton, gerente do programa de igualdade no local de trabalho da As You Sow. “O que não temos são dados da Procter & Gamble.” Ela afirma que filmes como “The Look”, “The Talk” e a série #WeSeeEqual  criaram expectativas com relação à divulgação de dados.

Em sua resposta à proposta dos acionistas, a P&G afirmou que já fornece relatórios substanciais ao público e a pelo menos oito avaliadores terceirizados sobre seus dados de diversidade de empregos. Segundo a empresa, adicionar outro sistema de relatórios não agregaria muito valor, mas aumentaria os custos administrativos.

*Tradução: Taís Farias

**Crédito da foto no topo: iStock

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