P&G venderá marca de pilhas Duracell
Decisão faz parte do processo de reestruturação do portfólio da companhia, que pode envolver até 100 marcas
Decisão faz parte do processo de reestruturação do portfólio da companhia, que pode envolver até 100 marcas
Meio & Mensagem
24 de outubro de 2014 - 5h00
(*) Por Jack Neff, do Advertising Age,
A Procter & Gamble confirmou que negociará as operações da marca Duracell. A ação faz parte do plano estratégico da companhia de reduzir seu portfólio com a venda ou a fusão de marcas de menores índices de crescimento e potencial de geração de receita.
As vendas globais de Duracell giram em torno de US$ 2 bilhões, segundo a própria P&G. As vendas no varejo dos Estados Unidos são de US$ 1,1 bilhão, de acordo com a Nielsen, que não inclui dados de alguns canais onde os produtos estão presentes. A companhia investiu cerca de US$ 50 milhões em compra de mídia para a marca e recentemente escolheu a Anomaly como sua nova agência.
Analistas esperam que a multinacional se desfaça de Duracell praticamente desde que a marca foi adquirida da Gillette em 2005. No entanto, a decisão causou certa surpresa pois em agosto, quando foi anunciado os planos de cortes, o CEO A.G. Lafley havia afirmado que as marcas com vendas bilionárias seriam mantidas.
O plano da P&G é abrir mão de 90 a 100 marcas ao todo, mantendo no portfólio as 70 ou 80 de melhor desempenho. Numa conferência com a imprensa nesta sexta-feira 24, o chief financial officer Jon Moeller afirmou que a empresa já concluiu 25% desse processo, o que inclui a venda da operação de pet food para a Mars e a Spectrum Brands, que começou antes do anúncio em agosto.
Com a negociação da área pet e dos negócios da Duracell, a P&G estará na metade do caminho no que se refere as vendas de ativos, o que deve movimentar cerca de U$ 8 bilhões, segundo Lafley.
Duracell é a empresa líder no segmento de baterias nos Estados Unidos e no mundo, segundo Moeller. A marca teve um crescimento robusto em vendas no último ano fiscal no mercado americano após conseguir tirar a rival Energizer das unidades Sam’s Club. Mas a marca não conseguiu manter os ganhos após as ações acumularem uma queda de 0,7% no período de quatro semanas encerrado em 27 de setembro, segundo dados da Nielsen e do Deutsche Bank.
O setor de baterias descartáveis acumula um longo período de queda em função de os consumidores terem migrado para smartphones e outros aparelhos que utilizam tipos diferentes de baterias A Energizer Holdings, por exemplo, anunciou no início do ano o desmembramento da operação de baterias da área de cuidados pessoais, que é muito mais lucrativa.
A P&G prefere fazer um spin off da Duracell, segundo Moeller. Mas em caso semelhante, em 2008, envolvendo a Folgers, a P&G anunciou o spin off e depois acabou entregando o controle para a J.M. Smucker.
O anúncio envolvendo a Duracell acontece logo após a multinacional reportar ganhos no primeiro trimestre do ano fiscal ligeiramente abaixo das previsões dos analistas, com rendimentos por ação na casa de US$ 1,07 contra estimativas de US$ 1,08, e vendas de US$ 20,8 bilhões contra US$ 20,9 bilhões.
A maioria das empresas de produtos para o lar e cuidados pessoais que já reportaram os resultados do último trimestre apresentou desempenho em vendas um pouco abaixo das expectativas dos analistas. Nesta lista estão Colgate-Palmolive, que anunciou nesta sexta-feira crescimento orgânico em vendas de 3,5% e a Unilever, que registrou 2,1%. Este índice no caso da P&G está próximo de 2%.
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