Meio & Mensagem
18 de abril de 2011 - 2h39
Vamos combinar que ninguém quer envelhecer. Minha mãe não quer, minha ex-sogra (que foi miss Terceira Idade) odeia e eu mesma não estou vendo nenhuma graça. Como será então em 2050, quando o Brasil chegar aos espantosos 67 milhões de velhos? Os dados, que foram recentemente divulgados pelo Banco Mundial), geraram as preocupações de sempre: previdência insustentável, fim do atual glorioso bônus populacional, blábláblá.
Eu, que aqui na Abril trabalho com mulheres e jovens, me pergunto como será esta inovação demográfica do ponto de vista feminino. Pergunto e respondo: será totalmente disruptiva. Segundo a matéria Clube dos 110, da Superinteressante de abril , quem passar dos 100 anos de idade terá, na sua festinha de aniversário, 16 senhorinhas para cada velhinho. (Se você quiser conferir a matéria, tente de graça no iPad. Está absolutamente incrível.)
Não seremos um país de idosos, seremos um país de idosas. E esta constatação nos leva a várias hipóteses delirantes:
Nos shoppings, as vagas especiais serão destinadas aos menores de 65.
A mídia vai se voltar pra este público e, quando a Gisele Bundchen estiver com 70, ainda poderá ser capa de Capricho.
O mundo cairá no politeísmo e os homens virarão divindades, de tão raros.
As drogarias se transformarão num centro de diversões, uma espécie de HopiHari farmacêutico.
(Tenho certeza que você tem suas próprias idéias sobre o assunto. Mande pra cá para a gente se divertir.)
Mas como idolatramos a juventude e isso parece estar colado no nosso código genético, não me espantaria que a opção Brasil fosse menos por uma visão européia, com suas velhinhas comportadas e de roupinhas quentinhas, do que por um futuro tipo Hebe Camargo, luminoso, decotado, cheio de beijinhos na boca. Velhinhas it girls.
O movimento Habla, serviço de análise do comportamento feminino que criamos na Abril, tinha detectado uma tendência chamada Transetária. Isso quer dizer que as pessoas estão cruzando os limites de idade pra cá e pra lá: senhoras com botox e minissaia de um lado, meninas de cabelos grisalhos de outro.
Cynthia de Almeida, responsável pelo movimento Habla, me conta que uma das manisfestações mais curiosas do Transetária é o blog Advanced Style, de um fotógrafo americano, que inventou uma versão do Sartorialist só com velhinhas novaiorquinas estilosíssimas. É genial e nos diz um monte sobre nossa própria capacidade de reinvenção.
Volto semana que vem com mais informações sobre mulheres.
Beijos
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