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Culpada ou inocente?

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Ponto de vista

Culpada ou inocente?


1 de junho de 2011 - 4h33

A obesidade infantil tem sido muito discutida em vários setores da sociedade e é hoje uma grande preocupação mundial, entre outras tantas. No Brasil esta discussão já aconteceu em diversas oportunidades, seja pelos especialistas da área ou por aqueles menos entendidos do assunto que colocam sua opinião por se sentirem envolvidos de alguma maneira com o caso, ou simplesmente por acharem o tema polêmico.
Em algumas discussões grande parte da culpa da obesidade infantil recai sobre a propaganda e o marketing, induzindo a crer que a criança consome uma alimentação não saudável após ser seduzida por anúncios de alimentos indevidos para aquela idade, com excesso de açúcar, excesso de sódio e outros excessos que causam a gordurinha em excesso. (o uso repetido da palavra não foi por acaso)
No ano passado a RAC – Rede Anhanguera de Comunicações (importante empresa de comunicação na região de Campinas) publicou uma matéria especial sobre o assunto: “… Fabricantes multinacionais de alimentos infantis anunciam e vendem no Brasil produtos menos saudáveis que os comercializados na Europa e nos Estados Unidos. Visando as crianças, as companhias adotam no País publicidade mais permissiva que nas nações mais ricas. Essas são algumas das conclusões da pesquisa realizada pelo Instituto Alana e pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC)…”
Na GALILEU, revista da Editora Globo, na edição de dezembro de 2010, o MASHUP do mês concluía, “…Tirem as crianças da sala – A publicidade pega pesado para fazer os pequenos comprar…” Ainda na Revista GALILEU, Bruna Fasano e Alexandre Affonso, responsáveis pelo MASHUP, mostraram que “…80% das decisões de compra da família brasileira estão na mão das crianças, 83% das crianças brasileiras são influenciadas pela publicidade, 50% das propagandas vistas na TV pelas crianças são de alimentos, crianças de 8 a 12 anos assistem a 21 comerciais de alimentos por dia…”
Com todas estas informações e com a velha polêmica instalada, não é sensato culpar o marketing, a propaganda, e a publicidade pelas causas que possam levar à obesidade infantil, como se fossem apenas uma ou duas as causas para o resultado deste mal. Os pais são os grandes responsáveis pelo que a criança consome, são eles que deveriam dizer sim ou não para as reinvindicações de seus filhos.
É natural da propaganda trabalhar com a comunicação sedutora, é uma forma de fazer a informação ser mais atraente. Por outro lado a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA é o órgão responsável por regulamentar as informações contidas as embalagens dos alimentos. Uma vez distribuindo as responsabilidades a quem de direito, sobra para a publicidade o álibi, ou no máximo uma pequena parcela de culpa que não a faz uma condenada.

* Hélder Moraes é coordenador do curso de Propaganda e Marketing da Facamp

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