Meio & Mensagem
17 de janeiro de 2014 - 4h56
Espécie de rótulo para ligar informações, a hashtag é basicamente um aglutinador de assuntos. Precedida do símbolo # (cerquilha ou jogo da velha), denominado “hash” em inglês, são utilizadas nas redes sociais como expressões e palavras-chave que identificam e classificam correntes de postagens para determinados grupos específicos.
As #hastags podem, perfeitamente, ser comparadas como os marcadores, ou etiquetas, conhecidas como “tags”, e utilizadas em blogs para a catalogação de assuntos.
Assim, as hashtags, que vemos nas redes sociais digitais, como no Twitter (precursor na sua utilização), no Facebook, ou no Instagran, com #’s na frente servem para identificar e agrupar postagens por um determinado tema ou assunto relevante, além de facilitar pesquisas de posts por temas, já que auxiliam na aglutinação de pessoas que tenham interesses em determinados assuntos, prontamente identificados pelo rótulo.
O interessante é que, hoje, as hashtags estão sendo totalmente banalizadas no seu sentido de uso. Para qualquer coisa, por mais irrelevante ou de cunho pessoal que seja, são feitas postagens com elas para aglutinar temas totalmente sem acepção coletiva.
Prova disso é que alguns comentários já despontam em sites relacionados ao mundo online.
O Youpix, por exemplo, publicou no ano passado em sua página, um texto no qual comentava um artigo divulgado no Nieman Journalism Lab, que chamada à atenção para questões como “a utilidade, eficiência e mesmo a estética da hashtag”, argumentando que é bem provável que o seu uso indiscriminado esteja #arruinando #a #internet.
O fato que o texto do Nieman Journalism Lab, referendado no Youpix, surge em tempos de “cópias e remixagem” no ambiente online, no qual as modinhas contagiam rapidamente a todos, que começam a replicar o que veem em determinados contextos, mas que não dialogam com a inserção nos novos ambientes em rede. Por isso, a grande questão é que “as hashtags do Instagram não funcionam no Twitter… será que vão funcionar no Facebook?”
Portanto, se uma hashtag não dialoga com a outra, como é possível a indexação dos assuntos que elas rotulam? O texto ainda conclui perguntando se vale a pena usar “quinhentas hashtags apenas pra “ser” encontrado por um outro usuário em busca de coisas sobre o tema. O cara enfia mil hashtags só pra tentar ter mais audiência?”. Portanto, nos fica claro aqui que as palavras de ordem são “bom senso” e “pertinência”.
Tão somente porque o Nieman Journalism Lab ainda ressalta que, esteticamente, as hashtags seriam só mais um ruído na informação. “#Fica #aquele #texto #com #aquele #monte #de #hashtag #zuando #a #leitura, né?”.
Por fim, outro texto que se propõe a apresentar um manual de como usar as hashtags no Facebook , nos aconselha a só usá-las quando nos referimos a um assunto que é comum a muitos, afinal estamos lidando com um “agregador/aglutinador” de tópicos.
Ou seja, o ideal é usarmos as hashtags quando o que estamos postando pode ser usado como informação constituinte de um assunto maior e de interesse de outros. Em outras palavras, como recomenda o manual do Youpix, “a melhor hashtag é aquela que fale com muita gente e não apenas à você e mais seus 3 amigos”.
Dessa forma, #nãoéregra usar hashtags!
Diego Oliveira é diretor de contas do Ipsos Brasil
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