Prefeitura de São Paulo interrompe projeto do “Largo da Batata Ruffles”

Bárbara Sacchitiello
13 de dezembro de 2024 - 17h03

Marca já divulgava o projeto em seu perfil no Instagram, mas retirou a publicação (Crédito: Reprodução)

Anunciado nessa quinta-feira, 12, pela Ruffles, o projeto de revitalização do Largo da Batata, localizado na Zona Oeste de São Paulo, será revisado pela Prefeitura de São Paulo. A marca pretendia promover obras e revitalizar o espaço, com instalação de equipamentos de lazer, em troca de, nas ações comerciais, chamar o local como Largo da Batata Ruffles.

De acordo com reportagem publicada pelo portal g1, a prefeitura de São Paulo tornou sem efeito o termo de doação, que estabelecia a utilização do espaço público pela PepsiCo, dona da marca Ruffles. Com isso, as ações previstas pela marca no espaço estão interrompidas.

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Ainda segundo a reportagem, o documento de cessão e doação do espaço permitiria que a marca exibisse anúncios nos espaços e mobiliário urbano do local ao longo de dois anos, pelo valor de R$ 1,1 milhão. Essa quantia, porém, não seria repassada à Prefeitura, sendo aplicada somente nas eventuais obras e benfeitorias no espaço.

Segundo a PepsiCo, as primeiras reformas do Largo da Batata, que incluiriam a revitalização dos canteiros e jardins, teriam início ainda em 2024 e final marcado para os primeiros meses de 2025.

Além disso, posteriormente, estavam previstas a revitalização e inclusão de novos aparelhos na academia ao ar livre e no parquinho, além da criação de uma pista de skate.

De acordo com a reportagem do G1, a prefeitura viu problema no fato de o contrato ter sido assinado sem a avaliação das licenças legais para instalação desses equipamentos e obras por parte da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU).

O que diz a PepsiCo (Ruffles)?

Procurada pela reportagem a respeito da nova decisão da prefeitura de São Paulo, a PepsiCo disse, via comunicado enviado por sua assessoria de comunicação, que o acordo firmado com a subprefeitura de Pinheiros trata-se de um “termo de cooperação e doação, sem necessidade de licitação ou consulta pública, que cumpre todo o procedimento legal”. A empresa diz que a aguarda as definições das autoridades locais para dar fefinir o andamento ao projeto.

A PepsiCo ainda pontua que, pelo contrato, estavam previstas obras de revitalização no local e que a parceria não contemplava um acordo de naming rights (quando uma marca passa a ter direito de colocar seu nome em um local).

Leia, abaixo, a íntegra do comunicado da PepsiCo:

A PepsiCo esclarece que o projeto de revitalização do Largo da Batata prevê melhorias e benfeitorias para o espaço público, como revitalização dos canteiros, mobiliário e jardins. Trata-se de um termo de cooperação e doação, sem necessidade de licitação ou consulta pública, que cumpriu todos os trâmites legais e que não incorreu em nenhuma irregularidade. A companhia reitera que seguiu todas as diretrizes do processo administrativo com a SubPrefeitura de Pinheiros e que a iniciativa não contempla a mudança do nome do Largo da Batata (naming rights). A PepsiCo aguarda a avaliação dos demais órgãos competentes ligados à Prefeitura para definir a continuidade da ação.

No comunicado de apresentação do projeto do Largo da Batata feito à imprensa nessa quinta-feira, 12, a marca não usou o termo naming rights, mas disse que o espaço seria apelidado como “Largo da Batata Ruffles” em ações e comunicações da marca a partir da parceria.

Após a publicação da reportagem do g1, a Ruffles cancelou um evento que estava previsto para este domingo, 14, para marcar o início do projeto no local.

Os jornalistas que haviam sido convidados para o evento receberam a mensagem de que a festa seria cancelada e que a marca informaria assim que tivesse novidades. Na tarde desta sexta-feira, 13, a Ruffles também removeu de seu Instagram a postagem que comunicava sobre o projeto do Largo da Batata Ruffles.