Falta de ROI e capacitação freiam transformação digital
Estudo da E-Consulting também aponta baixo conhecimento sobre big data entre os principais obstáculos para empresas brasileiras adotarem o processo
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Victória Navarro
12 de agosto de 2019 - 6h00
A falta de mão de obra capacitada (11%), a dificuldade de comprovar resultados concretos para os acionistas (10%) e o baixo conhecimento sobre como trabalhar de forma inteligente dados dos consumidores (9%) são alguns dos entraves que os chief information officers (CIOs) estão enfrentando para tornar real o uso da transformação digital nas empresas.
Os dados são do estudo “A transformação digital no Brasil”, realizado pela E-Consulting. A metodologia da pesquisa, que está em sua primeira edição, é baseada em entrevista direta e online com um grupo de 226 CIOs, distribuídos por mil empresas brasileiras, durante cinco meses. Daniel Domeneghetti, porta-voz da pesquisa e chief executive officer (CEO) da consultoria DOM Strategy Partners, afirma que o estudo é uma amostra do cenário de transformação digital.
Segundo o profissional, o mercado está em período de carência. “Tem dificuldade de achar mão de obra para sanar as questões de inteligência. A arquitetura e estrutura histórica das tecnologias da informação não dispunham disso. Então, novas disciplinas e competências estão sendo agregadas”, diz. A interação dos CIOs com a transformação digital depende do mandato e do papel que a empresa dá para ele. “Se a visão de tecnologia da empresa é de back office, de sustentar operação, é uma coisa. Se a visão de tecnologia é destinada para core é outra. Isso depende do setor de atuação da empresa, de uma estratégia prioritária, da forma como ela se gerencia e é gerenciada”, explica.
Para 16% dos CIOs, de acordo com levantamento da E-Consulting, a função da transformação digital é aumentar a eficiência, a agilidade e a simplicidade de processos nas companhias (crédito: Jay Yuno/iStock)
No entanto, apesar desses obstáculos, 50% dos respondentes estão decididos em implementar na empresa em que trabalham tecnologias como big data, blockchain, aplicativos, autoatendimento, chatbots, nanotecnologia e realidade aumentada. Mas isso também exige pesquisa e conhecimento. “A importância de estudar big data, por exemplo, é fundamental porque são novas formas e possibilidades de tecnologia a partir da dinâmica digital”, aponta.
Para 16% dos CIOs, a função da transformação digital é aumentar a eficiência, a agilidade e a simplicidade de processos nas companhias. De acordo com 10% dos entrevistados, a adoção desse mudança é resposta à pressão feita pelos clientes, que estão mais conectados e empoderados.
Entre os motivadores externos dessa transformação está a alta conectividade digital, principalmente em função da massificação dos smartphones, a concorrência e a globalização de mercados. Internamente, apontaram a pressão mercadológica, o aumento de sinergia e de produtividade, a redução de custos na operação e a possibilidade de conhecer mais o cliente.
Segundo a pesquisa “Transformação digital no Brasil”, a maioria dos CIOs (35%) acham que transformação digital não tem nenhuma relação direta com inovação. “Essa fatia está certa. Inovação não é a mesma coisa que transformação digital. Tem um monte de inovação que não é digital e tem um monte de digital que não é inovação'”, aponta o CEO. Em contra partida, 29% acreditam que essas mudanças tecnológicas são a base da inovação.
*Crédito da foto no topo: Monsitj/iStock
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