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Marketing

Quincy Jones: lenda no mundo da música e no das marcas

Produtor musical norte-americano participou de ações e campanhas para companhias como PepsiCo, AT&T, Audi e Apple


5 de novembro de 2024 - 6h00

Quincy Jones

Ícone da música, Quincy Jones também teve grandes momentos no marketing e na publicidade (crédito: reprodução)

Além de ser um dos produtores musicais mais renomados do mundo, que transitou entre o jazz, o R&B e o pop/rock, trabalhando com artistas como Frank Sinatra, Aretha Franklin, Ray Charles, Miles Davis, Michael Jackson e U2, e de ter ajudado a dar visibilidade internacional a ícones da MPB, como Tom Jobim e Sérgio Mendes, Quincy Jones, falecido nesta segunda-feira, 4, aos 91 anos, também teve seus grandes momentos no mundo do marketing e da publicidade.

Um dos mais marcantes, certamente, foi a campanha “Pepsi Generation”, de 1984, criada pela BBDO, e que tem como protagonista o pop star Michel Jackson, num mix de comercial e videoclipe com uma versão de Billie Jean adaptada ao tema do refrigerante.

O sucesso dessa primeira campanha – a despeito dos boatos de que Michael não queria participar dela, porque não bebia Pepsi e que teria feito a exigência de aparecer apenas três segundo e não segurar a latinha da bebida –, fez a marca patrocinar a turnê dos irmãos Jackson. Depois disso, Quincy Jones seguiu envolvido na produção e adaptação de músicas para os comerciais da gigante dos refrigerantes, além de reforçar a presença da marca em shows e eventos.

Jones foi, assim, um precursor da tão falada questão da transmissão de uma “experiência” de marca por meio da emoção da música. Algo praticado até hoje por um número crescente de companhias dos mais diversos segmentos de negócio.

Empresário e garoto-propaganda

Nos anos 1990, foi a vez de a AT&T escalar o produtor para a campanha “True Voice,” criada pela Young & Rubicam, na qual ele ajudou a compor trilhas para os comerciais da marca. O objetivo era promover a qualidade de som das chamadas telefônicas, e a trilha assinada por um talento como Jones endossava esse apelo de inovação e clareza.

Ele, aliás, também foi um dos fundadores de uma empresa que inicialmente oferecia serviços de internet e comunicação, a Qwest Communications, que depois virou uma plataforma de vídeo on demand dedicada à divulgação de artistas da música negra e de grandes nomes da música global (com entrevistas, documentários, concertos e outros tipos de conteúdos acessados por meio de diferentes planos de assinatura). O próprio Jones protagonizou algumas das ações de divulgação da Qwest.

Com a Audi, ele ajudou a divulgar o documentário Keep On Keepin’ On (2014) – sobre a amizade entre o lendário trompetista de jazz Clark Terry e seu pupilo cego, o jovem pianista Justin Kauflin. A grife automotiva apoiou a produção do documentário, dirigido pelo australiano Alan Hicks, e participou de eventos para divulgá-lo, numa ação de branding em que buscava associar seu nome aos valores de inovação e excelência, transmitidos no filme.

Na mesma época, Jones também foi peça-chave em ação da Apple para divulgar os fones de ouvido Beats by Dre – a marca de fones e streaming de áudio havia sido adquirida em maio de 2014 por US$ 3 bilhões – por meio da campanha “The Game Before The Game”, que era um esquenta à Copa do Mundo, realizada no Brasil. Da ação, criada pela R/GA, participaram vários artistas, músicos e atletas celebrando a paixão pela música como parte de seus rituais de preparação para algo importante. E Quincy Jones foi incluído como uma lenda da música, enfatizando a importância do som e da alta qualidade de áudio para uma experiência autêntica e emocionante.

Esses exemplos deixam claro que com a morte de Quincy Jones esta semana perde o mundo da música e perde, também, o mundo das marcas.

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